Após estreia durante a mobilização indígena Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília, e temporada no Cais do Sertão, no Recife, o filme pernambucano Toré Virtual (Uxil’nexa D’manedwa, na língua iatê) retorna ao território em que foi gravado, na terra indígena Fulni-ô, em Pernambuco. E o curta chega acompanhado de uma exposição, a “Imersão no canto e dança de origem ancestral” (sekhletxase tole seka tx’txo ya khet’totwade). Entre os dias sete e 20 de julho, a população pode assistir ao filme e visitar a exposição na Escola Marechal Rondon.
As visitações são gratuitas, de terça a sexta-feira, das 9 horas às 17 horas (com intervalo para almoço do meio-dia às 14 horas). Visitas aos sábados e domingos devem ser previamente agendadas pelo telefone (87)998-218-628, ou pelo e-mail [email protected]. A escola fica na rua Três, no aldeamento Fulni-ô, no município de Águas Belas, região Agreste de Pernambuco. Os Fulni-ô de Águas Belas são o único grupo étnico da região Nordeste que conseguiu manter viva sua própria língua, o iatê.
A mostra completa se propõe a ser uma experiência sensorial, com cocares, cachimbos, maracas e cantos tradicionais se misturando a videoinstalações, elementos digitais, retratos 3D. A narrativa da exposição foi construída junto com a própria comunidade indígena, buscando reafirmar o papel do povo no processo artístico e de curadoria. Também são exibidos curtas produzidos pelo Coletivo Fulni-ô de Cinema, apresentando seu cotidiano e tradições vistos de sua própria perspectiva.

Realizado pelo cineasta Hugo Fulno-ô e pela artista e performer Carol Berger, o curta-metragem Toré Virtual tem 9 minutos e apresenta a dança ritualística indígena (toré), mais especificamente o toré de buzo, prática sagrada do povo Fulni-ô. O filme mistura o documental a elementos fantásticos, usando óculos de realidade virtual. Arte, sons da natureza e de instrumentos indígenas conduzem a produção, que toca temas como ancestralidade e encantamento, celebrando a memória e a cultura indígena como parte do futuro.
O filme é uma produção conjunta entre o Coletivo Fulni-ô de Cinema, o LabPresença e a Experimento Produções, com apoio do Instituto Fulni-ô de Cinema. Ao longo do segundo semestre de 2025, o curta deve circular em festivais de cinema. A obra foi realizada com recursos públicos federais obtidos junto à Fundação Nacional da Arte (Funarte).