Com objetivo de fortalecer o desenvolvimento da agricultura familiar e camponesa no Brasil, a empresa chinesa Sinomach Digital Technology Corporation assinou um memorando de entendimento nesta sexta-feira (11), em Brasília (DF), com a Prefeitura de Maricá (RJ) e a OZ.Earth, empresa de agrotecnologia.
O acordo prevê a integração da produção industrial tradicional, com fornecimento de máquinas agrícolas para o campesinato, auxílio no desenvolvimento da indústria de alta tecnologia, e plataforma de gestão digital agropecuária a ser implementada em territórios da reforma agrária. A chinesa Sinomach atua com tecnologias digitais para modernizar a agricultura e possui experiência em projetos similares na África e Ásia.
Durante a reunião de assinatura do documento, estiveram presentes representantes do governo brasileiro, da Sinomach, da União Nacional das Cooperativas da Reforma Agrária Popular do Brasil (Unicrab) e da Prefeitura de Maricá.
Para a secretária-executiva da Secretaria-Geral da Presidência da República, Kelli Mafort, a cooperação mostra a altivez de dois países soberanos. “Fortalecer os processos de desenvolvimento aos agricultores familiares brasileiros é um grande desafio, porque nós sabemos que em tempos de mudanças climáticas, crise ambiental e também a necessidade de avançar em uma produção de alimentos saudáveis, é muito importante que os agricultores tenham acesso à tecnologia, e maquinário adequado à sua realidade”, disse.
Marco histórico
O município de Maricá foi um dos principais beneficiados no acordo. O memorando prevê o desenvolvimento de projeto de cooperação tecnológica para com foco na oferta a instalação de fábricas de máquinas agrícolas inteligentes (tecnologia chinesa) para agricultura familiar e o desenvolvimento de plataformas digitais para gestão de maquinários.
“Essa parceria que assinamos é um marco histórico e pode ser um potencial, uma alavanca para a questão da agricultura no Brasil, principalmente a agricultura familiar. Maricá tem essa preocupação com a agricultura familiar, com o pequeno produtor e com a produção de alimentos sem agrotóxicos”, explica a secretária de Articulação Institucional do município, Ivana Melo.
Um dos principais focos, além da digitalização, é também avançar na proposta de construir fábricas de máquinas apropriadas para agricultura familiar com a tecnologia chinesa. “Acredito que dessa parceria sairão projetos que vão nos ajudar a enfrentar questões como bioinsumos, energia renovável e também sobre a mecanização na agricultura familiar”, pontuou o representante da Unicrab, Diego Moreira.
Cooperação Brasil-China
Desde 2022, o Brasil e a China vêm firmando parcerias para fortalecimento da agricultura familiar. O Consórcio Nordeste assinou memorando de entendimento com o Instituto Internacional de Inovação de Equipamentos Agrícolas e Agricultura Inteligente da Universidade Agrícola da China.
Em 2024, o país chinês enviou um maquinário agrícola extenso para o Brasil. Colheitadeiras, plantadeiras e adubadeiras foram testadas na Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília (UnB) e em assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Testes apontam que os equipamentos chineses são adaptados para a realidade brasileira.
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