O deputado federal Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) denuncia ter sido alvo de uma ameaça por parte do deputado Sargento Fahur (PSD-PR) durante uma sessão na Câmara dos Deputados, na última terça-feira (15). A fala de Fahur teve como alvo a participação de Vieira no filme Marighella, em que o parlamentar interpreta um padre dominicano.
“Ele disse que se eu estou num filme apanhando de um policial, ele gostaria de ser o policial que me bate”, relata o deputado em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato. Vieira considera o episódio como parte de uma escalada de violência política no Congresso. “Não podemos normalizar isso. Existe esse risco da violência política ser tão cotidiana naquele Congresso, que aos poucos vamos nos acostumando com a barbárie. Não pode”, afirma.
A pedido de Vieira, o Psol protocolou uma representação contra Fahur no Conselho de Ética da Câmara. O deputado reforça que, embora não tenha “ingenuidade” em relação ao funcionamento do colegiado, é necessário acionar os mecanismos institucionais disponíveis. “A extrema direita tira a corda. É racista, misógina, ameaçadora, depreciativa… é um rebaixamento ético e intelectual. E é perigosa também”, diz.
Henrique Vieira também fez críticas ao histórico recente do Conselho de Ética, citando a cassação do mandato do ex-deputado Glauber Braga (Psol-RJ) como exemplo de perseguição política. “Glauber, vítima de uma perseguição, reage pontualmente. E o parecer foi pela cassação, completamente fora de qualquer medida, de qualquer parâmetro, de dosimetria, de proporcionalidade daquilo que é previsto no regimento”, protesta.
O parlamentar ressalta a necessidade de manter uma postura firme frente à violência política. “Mesmo que as expectativas não sejam boas no Conselho de Ética, a nossa parte, com firmeza e consistência, nós precisamos fazer”, defende.
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