Na noite desta sexta-feira (18), o Bar Teatro Mamulengo, no Recife Antigo, promove a Festa da Tornozeleira, em alusão à situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro. Investigado por suposto envolvimento numa conspiração para realizar um golpe de Estado entre 2022 e 2023, Bolsonaro foi obrigado, na manhã desta sexta-feira, a colocar uma tornozeleira eletrônica, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A ideia da pilhéria surgiu num grupo de Whatsapp que reúne “amigos de esquerda”, entre os quais Carlos Moura, proprietário do Mamulengo. “A gente já tinha acertado que quando Bolsonaro fosse preso ou coisa do tipo, precisava ter uma festa, vender cerveja a R$ 13, comprar fogos. A notícia de hoje foi o motivo que precisávamos”, conta ele em conversa com o Brasil de Fato.
O bar está aberto desde a tarde, mas o frevo só começa às 19 horas, tendo a Orquestra Backstage como atração principal, com animação da Troça Carnavalesca Mista Quanto Mais Tuba Melhor. Moura garante que não haverá garrafa (de 600 ml) de cerveja sendo vendida por valores acima de R$ 13. “Todas as marcas que temos estarão por este preço”, promete o proprietário. O Bar Teatro Mamulengo fica na rua da Guia, nº 211, na Praça do Arsenal, bairro do Recife. O acesso é gratuito.

O Bar Teatro Mamulengo resiste há 30 anos com suas cores no bairro do Recife, bairro que enfrenta décadas de decadência. Moura descreve o Mamulengo como um “bar de esquerda”. O local é um dos pontos de encontro da esquerda do Recife, sediando reuniões, encontros festivos e até atos políticos, como o do último dia 11, em defesa da Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia Beberibe.
A tornozeleira
As investigações atuais contra Jair Bolsonaro resultaram em acusações de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, formação de organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, além de deterioração do patrimônio tombado – estes últimos crimes, cometidos por terceiros no 8 de janeiro de 2023, mas supostamente com participação do ex-presidente na idealização da ação.
Jair também foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político econômico, quando – ocupando o cargo de presidente da República – usou de sua autoridade para convocar embaixadores estrangeiros para uma reunião, com transmissão televisiva nacional pela TV Brasil, quando tentou descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro. Por esta condenação, Bolsonaro está inelegível junto à Justiça Eleitoral até o ano de 2030.