Um grupo de presidentes progressistas publicou um artigo em defesa da democracia neste fim de semana, assinado também pelo brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O texto, publicado neste domingo (20) no jornal Folha de S. Paulo, fala em enfrentamento ao autoritarismo e defesa das instituições e dos direitos fundamentais.
Além de Lula, dividem a autoria do artigo os presidentes Gabriel Boric, do Chile, Pedro Sánchez, da Espanha, Yamandú Orsi, do Uruguai e Gustavo Petro, da Colômbia.
Os autores afirmam que a democracia enfrenta um momento de grandes desafios em diversas partes do mundo e que a erosão das instituições, o avanço dos discursos autoritários e o crescente desinteresse dos cidadãos “são sintomas de um mal-estar profundo em amplos setores da sociedade.”
Na declaração, ressaltam que o cenário é somado a “persistentes desigualdades, o retrocesso nos direitos fundamentais, a disseminação da desinformação e de discursos de ódio em plataformas digitais e a expansão de redes criminosas que desafiam a legitimidade do Estado”.
Frente ao desafio, os líderes progressistas se comprometem a agir “com convicção e responsabilidade” contra atores que buscam o enfraquecimento da democracia. “Defender a democracia exige que sejamos capazes de condenar as derivas autoritárias”, aponta o texto.
Cúpula internacional
O artigo pontua ainda a convocação dos cinco governos para Reunião de Alto Nível Democracia Sempre, que acontece em Santiago nesta segunda-feira (21). O presidente Lula embarca ainda neste domingo para a capital chilena.
No encontro serão tratados temas como o fortalecimento das instituições democráticas e da cooperação multilateral, a diminuição das disparidades sociais, e o combate à proliferação de informações falsas e a regulamentação das novas tecnologias.
A cúpula visa consolidar uma posição conjunta em favor da colaboração global, um contraponto à postura do governo dos Estados Unidos, cujas recentes ações têm sido vistas como estopim para o aumento dos conflitos comerciais globalmente.
Um dos tópicos esperados para discussão é o recente anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente estadunidense Donald Trump, que Lula classificou como uma “chantagem inaceitável”.
As propostas e discussões da reunião serão levadas para o próximo encontro, agendado para acontecer em paralelo à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro.