Centenas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participaram de atos pró-Bolsonaro e Donald Trump, neste domingo (20), em Brasília. A mobilização foi organizada por políticos de direita e ocorreu também em outras seis cidades: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Vila Velha (ES), Salvador (BA) e Curitiba (PR).
O ato acontece dois dias após Bolsonaro ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal (PF). O ex-presidente foi obrigado a colocar tornozeleira eletrônica e proibido de sair de casa entre 19h e 6h. As medidas foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) após a Procuradoria Geral da República (PGR) alegar risco de fuga do ex-presidente, que é réu na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022 e deve ser julgado pelo Supremo em setembro.
No ato da manhã de hoje, em Brasília, além das bandeiras do Brasil, havia também bandeiras dos Estados Unidos e de Israel. Entre os principais gritos entoados estavam “presidente Trump, contamos com você”, “a culpa é do Lula” e “Moraes ditador”. Outro cântico em destaque foi “o meu visto jamais será cassado”, em referência à proibição da entrada do ministro Alexandre de Moraes, seus parentes e “aliados” nos Estados Unidos, em uma medida tomada pelo presidente Donald Trump ontem (19).
Oposição convoca apoiadores para o ato
Em nota oficial para convocação do ato, líderes da oposição afirmaram que “o povo deve voltar às ruas para exigir respeito à Constituição, à liberdade e à democracia”. O líder do PL na Câmara, deputado federal Sóstenes Cavalcante (RJ), publicou em suas redes sociais: “Brasil nas ruas já! O Brasil vai parar!”.
Entre os apoiadores do movimento está o pastor Silas Malafaia, que divulgou um vídeo de lançamento do “Movimento Reaja Brasil”, incentivando a mobilização popular a favor do ex-presidente. O desembargador aposentado Sebastião Coelho, que recentemente se filiou ao partido Novo, também apoiou o ato e afirmou que “é hora de lutar pelo que resta de liberdade contra o arbítrio instalado no país”.
Entre as políticas presentes na manifestação em Brasília estavam a deputada federal Bia Kicis (PL), a senadora e ex-ministra dos Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos) e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (Progressistas).
Contra recesso parlamentar
Logo após a mobilização, Kicis afirmou que o PL vai recorrer ao Congresso contra a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), que manteve o recesso parlamentar.
“A Câmara e o Senado têm muito o que fazer, e a gente precisa voltar a trabalhar […] Pretendemos recorrer dessa decisão [recesso] e tentar sensibilizar os demais diante do que está acontecendo”, justificou a deputada, que também defendeu Bolsonaro durante sua fala.
“Ele não foi condenado, não colocou em risco o processo — não faz o menor sentido ele estar em casa com tornozeleira eletrônica. Como ele mesmo falou, isso não passa de uma humilhação”, afirmou a parlamentar. “Estamos aqui para apoiá-lo, apoiar Michelle Bolsonaro, apoiar Eduardo Bolsonaro, toda a família, e, principalmente, apoiar o povo brasileiro — aquelas pessoas que estão sendo perseguidas e presas: jornalistas, parlamentares.”