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LIVROS NA PRAÇA

Com o tema ‘Beba desta fonte’, Feira do Livro de Porto Alegre terá Martha Medeiros como patrona

A maior feira literária a céu aberto da América Latina ocupa a Praça da Alfândega de 31 de outubro a 16 de novembro

23.jul.2025 às 16h38
Porto Alegre (RS)
Fabiana Reinholz
Com o tema ‘Beba desta fonte’, Feira do Livro de Porto Alegre terá Martha Medeiros como patrona

O anúncio do nome da escritora Martha Medeiros foi feito na manhã desta terça-feira (22), em cerimônia que marcou o início da contagem regressiva para o tradicional encontro literário da Capital - Foto: Maicon Hinrichsen / Divulgação

A 71ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre, considerada a maior feira literária a céu aberto da América Latina, será realizada de 31 de outubro a 16 de novembro, na Praça da Alfândega, Centro Histórico da capital gaúcha. Neste ano, o evento tem como patrona a escritora e cronista Martha Medeiros, e adota como lema Beba desta fonte. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (22), em cerimônia que marcou o início da contagem regressiva para o tradicional encontro literário da Capital.

“A Feira do Livro representa uma Porto Alegre que lê, que debate, que ocupa o espaço público com cultura, que forma leitores desde cedo e preserva esse hábito com carinho. Manter a feira viva, gratuita e acessível é um compromisso que renovamos a cada ano, porque acreditamos na força do livro como instrumento de transformação”, destacou o presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Maximiliano Ledur.

Segundo Ledur, a escolha da patrona é um dos momentos mais simbólicos do evento. “É a escolha de uma pessoa que vai representar a literatura, mas também o espírito da feira. Buscamos uma trajetória sólida, uma relação afetiva com o público e, acima de tudo, alguém que enxergue a feira como parte da sua própria história.”

Nesta edição, afirma ele, “temos o privilégio de homenagear uma autora com mais de 30 livros publicados, mais de um milhão de exemplares vendidos, produção constante e uma conexão verdadeira com os leitores. Ela transforma a tônica em espaço de identificação e acolhimento, com uma literatura que nos faz sentir, refletir e lembrar que estamos vivos. É com grande honra que anuncio Martha Medeiros como patrona da 71ª edição”.

Martha Medeiros: 40 Anos de carreira e o convite para ser patrona

Celebrando quatro décadas de trajetória literária, Martha Medeiros se disse honrada com o convite. “Chegar agora, neste momento em que completo 40 anos de literatura… não poderia haver ocasião mais oportuna. Já tinham havido algumas sondagens para eu ser patrona, mas a gente sabe quando é a hora certa. Estou em um momento muito gratificante da minha profissão. Ser patrona da Feira do Livro vem coroar todo o trabalho realizado ao longo de muitos e muitos anos.”

A estreia de Medeiros na feira aconteceu em 1985, com o lançamento do livro Strip-Tease. “Caiu um temporal arrasador, o céu escureceu, a feira esvaziou, e qual a minha surpresa ao ver o Ruy Carlos Ostermann se aproximar com um exemplar para ser autografado. Fiquei encantada com a generosidade dele”, lembrou.

Anúncio da patrona foi realizado na manhã desta terça-feira (22) – Foto: Eduardo Fernandes / Feira do Livro Porto Alegre

Democratização da leitura e o desafio das redes sociais

Em coletiva à imprensa, a escritora defendeu a democratização do acesso à leitura. “Espero que a feira continue agregando todos os públicos, especialmente as crianças, que são formadoras da nossa sociedade. Meu último livro se chama Comigo na Livraria, e nele venho trabalhando a ideia de dessacralizar o livro, torná-lo popular. Que todo mundo tenha livros em casa e que isso vire um hábito diário, e não uma dificuldade, para termos uma sociedade mais evoluída.”

Sobre o desafio de atrair leitores em tempos de redes sociais, ela avaliou que, de certa forma, as redes fornecem dados fáceis para o livro. “Existem muitos clubes de leitura, e as pessoas têm falado sobre isso. Pesquisas mostram que o mercado editorial reduziu, mas o livro segue sendo propagado no boca a boca. As pessoas estão redescobrindo a importância da leitura. A ideia não é que deixem o celular, mas que consigam dividir o tempo entre as duas coisas.”

Representatividade feminina e sororidade na literatura

Ao ser questionada sobre o fato de ser apenas a nona mulher patrona da feira em 71 edições, Martha foi direta, afirmando ser “mais uma migalha” e que “precisamos de muito mais mulheres”. Ela complementou: “Há muitas autoras boas produzindo no Rio Grande do Sul. Espero que isso incentive a presença de mais mulheres nos próximos anos”.

Martha Medeiros com o patrono da feira de 2024, Sergio Faraco – Foto: Eduardo Fernandes / Feira do Livro Porto Alegre

Para Medeiros, o incentivo à leitura escrita por mulheres é essencial. “As mulheres sempre leram mais que os homens, é estatístico. Precisamos puxar parceiros, filhos, alunos para esse universo. Literatura é um vício bom. Você termina um livro e começa outro. É impossível que não se tenha 15 minutos por dia para se acalmar e ler.”

Além disso, ela destacou a importância da sororidade e dos clubes de leitura. “Tenho a impressão de que isso está mudando. Temos muitas jovens autoras ganhando visibilidade. É uma questão de sororidade mesmo. Vamos divulgar umas às outras para que nosso trabalho fique mais exposto. Muitos desses clubes são formados por mulheres que leem mulheres. Infelizmente, ou felizmente, o mundo é da imagem. Então, vamos propagar fotos e ações de mulheres lendo e escrevendo, para que isso se torne uma grande obra.”

Lembrando a tragédia climática de 2024, Martha Medeiros ressaltou a resiliência do evento. “Vamos torcer para que não chova, porque seguimos firmes. Sempre encontramos alguma forma de manter a feira próspera. Vamos continuar nessa batalha.”

Feira: referência e espaço de reconstrução pós-enchentes

O presidente da Câmara do Livro, Maximiliano Ledur, destacou a força simbólica do lema da edição. Para ele, o tema é muito assertivo. “A Feira do Livro é uma grande referência, é a feira-mãe. Beba desta fonte fala sobre a autoridade da feira para leitores, escritores, editoras e todo o mercado livreiro. Queremos dizer que esta fonte é segura.”

Sobre os impactos das enchentes de 2024 no setor, Ledur comentou que eles seguem reverberando. “Foi uma tragédia que tocou todo mundo. Cerca de 60% dos livreiros foram atingidos direta ou indiretamente, e as consequências ainda são sentidas. A reconstrução segue. Conseguimos distribuir mais de 200 mil livros para bibliotecas em campanhas nacionais. É um trabalho de formiguinha.”

Em continuidade às ações de apoio, desde as enchentes que atingiram o estado em 2023 e a grande catástrofe em 2024, a feira vem realizando a campanha de doação de livros, que continuará na atual edição. “Estamos organizando as doações para atender às demandas de cada instituição. Não adianta levar livro infantil para um lar de idosos, por exemplo. A campanha sempre acontece na feira, em parceria com o Banco do Livro. Muitos compram na feira e já entregam ali mesmo.”

Programação e expectativas para a 71ª edição

A edição deste ano contará com 17 dias de programação, 70 estandes e expectativa de boas vendas. “Se conseguirmos vender o mesmo que no ano passado, cerca de 241 mil livros, já será um sucesso”, comenta o presidente da Câmara do Livro.

Ledur também enfatizou a continuidade de projetos sociais, como os voltados a pessoas privadas de liberdade. “Esse trabalho com apenados e jovens da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) existe há mais de 10 anos. A gente continua porque é muito importante dar oportunidade a quem quer melhorar e superar os erros. É muito bacana poder fazer parte disso.”

“Há muitas autoras boas produzindo no Rio Grande do Sul. Espero que isso incentive a presença de mais mulheres nos próximos anos”, afirmou Medeiros – Foto: Eduardo Fernandes / Feira do Livro Porto Alegre

Autoridades destacam o poder transformador da feira

Durante o lançamento, autoridades locais e representantes institucionais celebraram o anúncio da patrona e destacaram o papel da feira no cenário cultural gaúcho.

A secretária municipal de Cultura de Porto Alegre, Liliana Cardoso, afirmou que a Feira do Livro tem um poder transformador para uma sociedade mais justa e igualitária, por meio da literatura e da leitura. Ao trazer o lema Beba desta fonte, reforça o aprendizado, a humildade e o conhecimento que impulsionam o mundo pela arte e pela cultura.

Ela também destacou a representatividade feminina e negra. “Nós, mulheres, nos vemos em ti, Martha, nessa representatividade tão forte. E nos vemos também na literatura de Lilian Rocha, que traz a periferia para o centro da feira. Esta é uma feira diferenciada, onde todos os povos estão em pé de igualdade, buscando conhecimento pelas asas do pensamento.”

A secretária concluiu sua fala sobre o livro como instrumento de transformação. “O livro é uma arma guardada no conhecimento. Usado para o bem, ele constrói uma sociedade melhor. Que possamos ver crianças, jovens e as periferias no seio desta feira, mostrando o melhor da nossa Capital, do nosso estado e do Brasil.”

O secretário adjunto de Cultura do Estado, Fabiam Thomas, saudou as autoridades e falou em nome do governo estadual e do patrono da edição anterior, Sérgio Faraco. Em tom emocionado, compartilhou sua memória afetiva com o evento. “Lembro de quando meu pai me levava à feira. Hoje, sou eu quem levo meu filho, percorrendo os mesmos 500 km de Giruá até Porto Alegre. A feira é permeada de trabalho, mas também de muito sentimento.”

Ele também anunciou o apoio financeiro viabilizado via Lei de Incentivo à Cultura com investimento de R$ 350 mil, valor que pode ser dobrado com bonificação, totalizando R$ 700 mil captáveis. “Isso permitirá uma realização ainda mais estruturada da feira.”

Representando o escritório do Ministério da Cultura, no RS, Andrea Solange Bos celebrou o patrocínio federal via Lei Rouanet. “Estamos presentes como patrocinadores deste grande evento. A educação e a cultura andam juntas. Precisamos incentivar não só o acesso às telas, mas também ao livro impresso, ao tátil. Que tenhamos todos uma excelente Feira do Livro!”

Tema da edição deste ano será Beba desta Fonte – Foto: Eduardo Fernandes / Feira do Livro Porto Alegre

Curadoria coletiva e pluralidade na programação

A curadoria deste ano será coletiva, com a escritora Lilian Rocha e Sandra La Porta, que respondem pela programação adulta, enquanto Sônia Zanchetta coordena a área infantojuvenil. Segundo as coordenadoras, a edição deste ano é marcada pelo debate sobre temas relevantes e atuais, abrangendo assuntos como literatura, antirracismo, história, meio ambiente, feminismo, jornalismo e diversidade.

“Nos debruçamos sobre temas como ecologia, movimentos sociais e antirracismo. Trouxemos nomes nacionais e internacionais, mas com ênfase na literatura gaúcha e nos novos talentos. É essencial garantir representatividade de mulheres, pessoas negras e LGBTQIA+. A presença da Milly Lacombe é uma dessas escolhas fundamentais”, afirmou Rocha.

Ao recordar da edição passada, quando a feira abrigou a primeira curadoria negra do evento, ela frisou que foi um marco na visibilização da literatura negra. “Mostramos que essa produção faz parte da literatura brasileira e não deve estar confinada a nichos. Estar nesse espaço como mulher negra é afirmar que pertencemos a esse cenário e seguimos construindo uma curadoria mais plural”, ressaltou.

Por sua vez, Sandra La Porta destacou as parcerias com centros culturais, consulados e editoras, e ressaltou que a curadoria foi resultado de muitos debates entre ela e Lilian. “Discutimos temas como feminismo, meio ambiente e história. Também consolidamos a Vitrine de Lançamentos e oficinas literárias como espaços importantes da programação.”

Para ela, a Feira do Livro de Porto Alegre se destaca por sua natureza democrática, sendo um espaço aberto a diversas manifestações literárias e culturais. “A programação da área adulta reflete essa diversidade, resultando em uma agenda construída com a colaboração de instituições literárias, academias de letras, coletivos de escritores e associações de psicanálise.”

Cerca de 12 convidados internacionais, 30 nacionais e 350 gaúchos já estão confirmados. Entre os nomes confirmados: Ståle Wig (Noruega), Catarina Gomes (Portugal), May Khaled (Egito), Cecilia Brainard (Filipinas), Ghayath Almadhoun (Palestina), Jean D’Amerique (Haiti), além de Milly Lacombe, Mílton Hatoum, Cida Bento, Luciany Aparecida, Bruna Lombardi, Jeferson Tenório, José Falero, Eliane Marques e Negra Jaque.

“Que a 71ª edição seja um grande encontro entre leitores, autores e todos que acreditam no poder transformador da literatura”, finalizou La Porta.

Programação infantil e juvenil: encontros e formação

Sônia Zanchetta informou que a programação infantojuvenil ocupará principalmente a Praça da Alfândega, com encontros entre autores e alunos no Teatro Carlos Urbim e espetáculos nos finais de semana. O Espaço Jovem Banrisul terá atividades voltadas ao público escolar e uma nova ação com quadrinhos.

“Teremos o Seminário Celso Sisto, em homenagem ao autor, e o Seminário Internacional de Bibliotecas, com certificado da Universidade de Caxias do Sul (UCS). A feira também receberá o projeto Artescritor e ações voltadas ao sistema prisional e à Fase.

Emocionada, Zanchetta concluiu: “Os adolescentes da Fase leem previamente os autores e participam da feira com autorização judicial. A feira vai à Fase e a Fase vai à feira. Dedico essa fala ao poeta Mario Pirata, que nos deixou recentemente.”

Sobre a patrona: Martha Medeiros

Nascida em 20 de agosto de 1961, em Porto Alegre, Martha Medeiros é autora de obras consagradas como Divã, Doidas e Santas, Feliz por Nada, Fora de Mim e Tudo que eu Queria te Dizer, todas adaptadas para o teatro. Também é conhecida pelas colaborações com músicos como Nenhum de Nós, Kleiton & Kledir, Frejat e Jota Quest. Seu lançamento mais recente integra a coleção Dose Única, da editora Vitrola, uma edição ilustrada com trechos marcantes de sua obra, celebrando 40 anos de literatura.

Editado por: Katia Marko
Tags: literaturaliteratura brasileiraporto alegre
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