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Início Direitos Reforma Agrária

FOME ZERO

Marmitaço: Campo e cidade se unem contra a fome e pela soberania durante a Semana Camponesa do MST no RS

Doação de alimentos, plebiscito popular e luta por terra, teto, crédito e educação marcam mobilizações em Porto Alegre

24.jul.2025 às 16h48
Porto Alegre (RS)
Fabiana Reinholz e Marcela Brandes
Marmitaço: Campo e cidade se unem contra a fome e pela soberania durante a Semana Camponesa do MST no RS

O Marmitaço da Resistência uniu periferias urbanas e assentamentos da reforma agrária em uma ação com doação de alimentos, atividades culturais e coleta de votos do Plebiscito Popular, na vila Cruzeiro - Foto: Paulo Roberto

A luta contra a fome e por soberania mobilizou o campo e a cidade durante a Semana Camponesa no Rio Grande do Sul, realizada entre os dias 21 e 25 de julho de 2025, em 22 estados do país.

Nesta quinta-feira (24), o Marmitaço da Resistência, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), pelo Levante Popular da Juventude e pelas Cozinhas Solidárias, uniu periferias urbanas e assentamentos da reforma agrária em uma ação com doação de alimentos, atividades culturais e coleta de votos do Plebiscito Popular, na vila Cruzeiro, zona sul de Porto Alegre. “Se o campo não planta, a cidade não janta”, e “se o campo não roça, a cidade não almoça”, foram as palavras de ordem no ato.

Mais de uma tonelada de arroz e de feijão, dezenas de caixas de suco Monte Vêneto e hortaliças do assentamento Filhos de Sepé de Viamão foram distribuídas na comunidade da vila Barracão, onde 13 cozinhas solidárias se uniram para cozinhar e entregar mais de 400 marmitas. A doação dos alimentos foi feita pelas cooperativas da reforma agrária.

As atividades tiveram como centro a defesa da reforma agrária, da soberania nacional e de políticas públicas voltadas ao combate à fome, à miséria e às desigualdades sociais. A vila Cruzeiro possui uma população estimada de 200.000 habitantes e é composta por 60 vilas. A área total onde se encontra a Cruzeiro é de aproximadamente 200 hectares, com grande parte no Morro Santa Teresa.

Cozinhas solidárias: entre o alimento e a construção de território

Criadas durante a pandemia da covid-19 e fortalecidas após as enchentes de 2024, as Cozinhas Solidárias assumem papel central na mobilização urbana. Mariana Dambros, do Levante Popular da Juventude, explica que essas cozinhas “são uma ferramenta de combate à fome e de organização nos territórios”. Na vila Barracão, elas vêm atuando de forma permanente, oferecendo alimentação gratuita, espaços de formação e atendimento comunitário.

Ação na vila Cruzeiro integra a Semana Camponesa do MST – Foto: Paulo Roberto

Em Canoas, a Cozinha Solidária Esperança, no bairro Mathias Velho, resistiu mesmo após 33 dias de inundação. A presidenta da Associação Getúlio Vargas, Carmen Medianeira Correia dos Reis, relembra o início da experiência: “Começou na pandemia, naquela crise em que não sabíamos se íamos sobreviver ou não”. Segundo ela, a solidariedade dos movimentos do campo foi essencial para reconstruir a sede destruída pelas enchentes. “O MST e o Levante foram lá reconstruir tudo. Essa cozinha representa a vida das pessoas.”

Em Porto Alegre, outras cozinhas seguem ativas em territórios periféricos. Senir de Fátima Borges, da Cozinha Caracol, relata que muitas famílias dependem da marmita solidária. “Uma mulher disse que naquela semana, a única comida que teve foi a marmita que pegou na nossa cozinha.” Neusa Matos, da Sociedade Beneficente Profeta Daniel e integrante da Ação Cidadania, reforça que as cozinhas funcionam também como espaços de acolhimento comunitário. “Chegam pessoas pedindo ajuda jurídica, auxílio para doenças. A cozinha virou um centro comunitário.”

Reforma agrária: produzir para alimentar o povo

Os alimentos que sustentam essas cozinhas têm origem direta nos assentamentos da reforma agrária. A produção agroecológica, organizada por cooperativas do MST, garante abastecimento sem atravessadores e sem uso de agrotóxicos. “Estamos mostrando para a população periférica que é possível consumir alimentação saudável, sem veneno e sem atravessadores”, afirma Deivison Soares Pereira, da Federação Quilombola.

A aliança entre campo e cidade é estratégica para enfrentar a fome, conforme defende Tomás Brunet, responsável pela relação do MST com as cozinhas. “Só o campo e a cidade juntos vão conseguir cumprir essa tarefa histórica no Brasil de terminar com a fome.” Alexia Prestes Aires, do Levante Popular da Juventude, complementa: “Se o campo não planta, a cidade não janta”, questionando o modelo atual de produção voltado à exportação, em detrimento da alimentação do povo brasileiro.

O deputado estadual Adão Pretto Filho (PT) acompanhou as ações em Porto Alegre e destacou que a mobilização mostra que “a reforma agrária dá certo”. Segundo ele, é preciso ampliar os assentamentos e garantir infraestrutura para fortalecer a agricultura familiar. “Com a força da solidariedade, queremos anunciar que o Brasil saiu do mapa da fome.”

Evento foi realizado na quadra de esporte da vila Cruzeiro – Foto: Paulo Roberto

Pauta nacional cobra orçamento e ações estruturantes

Durante a semana, o MST apresentou uma pauta nacional com demandas organizadas em três eixos: terra, teto/crédito e educação. No eixo Terra, o movimento solicita que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) apresente um plano para assentar 100 mil famílias acampadas, priorizando aquelas que aguardam há décadas. Também exige a destinação de áreas públicas, aumento do fomento emergencial, reestruturação do Incra, revogação da Instrução Normativa nº 112 e regularização fundiária via Concessão de Direito Real de Uso (CDRU).

No eixo do teto e crédito, as reivindicações incluem complementação orçamentária do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), aumento dos limites por família e cooperativa, mais recursos para o Pronaf, incentivo à agroecologia via Pronara, fundo não reembolsável para cooperativas e investimentos em infraestrutura de moradia rural via Incra, PAC e Programa Nacional de Habitação Rural.

Na educação, o MST cobra descongelamento e suplementação do orçamento do Pronera, investimento na alfabetização de jovens e adultos (EJA), fortalecimento do Pronacampo, apoio à Orquestra Popular Camponesa e estruturação de institutos federais com foco na educação do campo.

Durante o ato os organizadores reforçaram a importância da participação popular – Foto: Paulo Roberto

Plebiscito popular propõe taxação dos super-ricos

A Semana Camponesa também articula o Plebiscito Popular que está sendo realizado em todo o país. A proposta consulta a população sobre a taxação de bilionários e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Brunet explica: “Estamos perguntando à população se é justo que os mais ricos contribuam mais e os mais pobres tenham isenção”. Dambros afirma que a iniciativa “simboliza a união do campo e da cidade” e representa uma ferramenta de enfrentamento à extrema direita.

A ação visa pressionar por uma reforma tributária justa, com redistribuição de renda, e está articulada a um projeto de país que priorize o combate à fome, a soberania nacional e os direitos sociais. A coleta de votos ocorre em feiras, praças, escolas e centros comunitários, e também de forma on-line.

“Com a força da solidariedade, queremos anunciar que o Brasil saiu do mapa da fome”, destacou Pretto Filho – Foto: Paulo Roberto

A união como caminho para um país soberano

As ações da Semana Camponesa demonstram a articulação entre movimentos populares, territórios urbanos e assentamentos rurais em torno de um projeto de desenvolvimento voltado para a justiça social.

No encerramento das atividades, Pretto Filho anunciou que o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, estará em Porto Alegre em agosto, a convite do mandato através da Frente Parlamentar de Combate à Fome com Alimentação Saudável, para debater o combate à fome e a soberania alimentar.

Foram doadas mais de duas toneladas de alimentos – Foto: Paulo Roberto
Editado por: Katia Marko
Tags: cozinhas solidáriasfome zeromstreforma agrária
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