Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Bem Viver

JULHO DAS PRETAS

‘Escrevo pra existir’: Jô Freitas e a literatura que transforma a periferia

Bem Viver celebra o julho da pretas conversando com a atriz, poeta e escritora e o trabalho das raizeiras do Cerrado

26.jul.2025 às 16h17
São Francisco Xavier (SP)
Lucas Salum

Das raízes sertanejas da Bahia às periferias de São Paulo, Jô Freitas construiu sua trajetória com palavras que ressoam como resistência. Atriz, poeta e escritora, é autora de Goela Seca, obra finalista do Prêmio Jabuti 2024 na categoria Contos — um marco não apenas pessoal, mas coletivo: “a periferia não apenas entra na literatura, ela a transforma”.

No mês do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho, o Bem Viver, programa do Brasil de Fato, destaca os versos e a potência da trajetória de Jô Freitas, que transforma vivências em arte e debate social.

Sua escrita carrega a oralidade típica do sertão e a força de quem viveu na pele as violências estruturais que denuncia. “No Nordeste, brincar com as palavras é algo natural, cotidiano. Com o tempo, isso vira arte”, conta Jô. A poesia, para ela, nasceu como um ‘desembolorar da mente’, uma herança de seu pai, violeiro autodidata. Mais tarde, a escrita se tornaria instrumento de sobrevivência, resistência e reconstrução de identidade.

A primeira publicação, Flores, nasceu em meio ao luto. Após o assassinato de seu companheiro, Jô chegou a abandonar a escrita. “Não fazia mais sentido fazer arte. A arte não salvou da violência que ele sofreu.” Foi graças ao incentivo da ilustradora Rebeca Anitta, que entrou em contato com Jô desde o Japão, que a obra ganhou forma. “Comecei a escrever como se estivesse falando com ele. Era como dizer o que não deu tempo.” Flores se tornou um livro de despedida, mas também de renascimento, costurado por afetos e reconstrução.

Além da literatura, foram os saraus periféricos — como o Pretas Peri, Sarau das Pretas e O Que Dizem os Umbigos? — que moldaram sua formação política e poética. “Foi nos saraus que percebi que o que eu escrevia poderia ter leitores. E mais do que isso: me formaram como poeta e como pessoa. A arte não é para que todo mundo seja artista, mas para que consigamos enxergar o outro com os nossos próprios olhos”, afirma.

A vivência nos espaços de poesia falada a despertou também para as desigualdades raciais e de acesso no mercado literário. “Tem muita gente talentosa que não chega a grandes editoras por falta de oportunidade, não por falta de qualidade. Isso me forma politicamente. A literatura me ajuda a existir.”

Goela Seca, lançado em 2023, é uma obra marcada por esse atravessamento entre o pessoal e o político. Jô a define como um “pré-romance”, e já trabalha em novos projetos literários. “Ser finalista do Jabuti foi um passo enorme. É acessar um meio literário onde a periferia quase nunca entra. Estar lá foi um ato político e poético.”

A artista também atua com formação em cenopoesia, integrando palavra, cena e corpo em suas apresentações e oficinas. Sua arte tem como eixo central a escuta sensível, a ancestralidade e o pertencimento.

Mais do que reconhecimento, a arte para Jô é um modo de viver e dar sentido ao mundo. Em uma metáfora comovente, cita um conto de Eduardo Galeano: “Um menino queria ver o mar, mas o mar era tão grande que ele disse ao pai: ‘me ajuda a enxergar o mar’. É isso que a arte faz comigo. Me ajuda a enxergar.”

Jô Freitas segue escrevendo para se manter viva — e para que outras mulheres pretas e periféricas também possam se reconhecer, reexistir e florescer em meio ao concreto.

Os livros de Jô Freitas, incluindo Goela Seca e Flores, estão disponíveis no site: www.jofreitas.com.br

E tem mais…

Da cura da palavra à medicina da floresta. Enquanto tratores avançam sobre o Cerrado, o Bem Viver traz as raizeiras, mestras griôs de raízes e memórias, que respondem com redes de cura e resistência. Com mãos calejadas de terra e história, elas guardam o que os livros não escreveram: a ciência negra e indígena que permanece viva no chão do bioma.

Já em Porto Alegre (RS), um grupo de amigos negros apaixonados por corrida percebeu que a população negra é minoria nos espaços ao ar livre de prática de esporte da cidade. Em 2023, criaram o coletivo Corre Preto, que vem crescendo a cada edição e proporcionando saúde, pertencimento e representatividade a negras e negros de todas as idades.

Tem também receita com a chefe Gema Soto. Aprenda um delicioso arroz com curry.

E a Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto dá um salve sobre as práticas de cuidado com a terra no sul da Bahia.

Quando e onde assistir?

No YouTube do Brasil de Fato todo sábado às 12h55, tem programa inédito. Basta clicar aqui.

Na TV Brasil (EBC), sexta-feira às 6h30.

Na TVT: sábado às 13h; com reprise domingo às 6h30 e terça-feira às 20h no canal 44.1 – sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC.

TV UFMA Maranhão: quinta-feira às 18h20, no canal aberto 16.1, Sky 316, TVN 16 e Claro 17. 

Na TVE Bahia: sábado às 12h30, com reprise quinta-feira às 7h30, no canal 30 (7.1 no aparelho) do sinal digital. 

Na TVCom Maceió: sábado às 10h30, com reprise domingo às 10h, no canal 12 da NET. 

Na TV Floripa: sábado às 13h30, reprises ao longo da programação, no canal 12 da NET. 

Na TVU Recife: sábados às 12h30, com reprise terça-feira às 21h, no canal 40 UHF digital. 

Na UnBTV: sextas-feiras às 10h30 e 16h30, em Brasília no Canal 15 da NET. 

Sintonize

No rádio, o programa Bem Viver vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil de Fato. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo. Além de ser transmitido pela Rádio Agência Brasil de Fato.

O programa conta também com uma versão especial em podcast, o Conversa Bem Viver , transmitido pelas plataformas Spotify, Google Podcasts, iTunes, Pocket Casts e Deezer.

Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o programa Bem Viver de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para ser incluído na nossa lista de distribuição, entre em contato por meio do formulário.

Editado por: Martina Medina
Tags: 25 de julhobem viverbrasil de fatocerradomulher negra
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Notícias relacionadas

assista

Grande Otelo: o ícone negro que revolucionou o cinema brasileiro

Bem Viver na TV

Literatura migrante: a ‘retirança’ do pernambucano Marcelino Freire

BEM VIVER

‘Sou um mensageiro’: Diogo Nogueira fala sobre parceria com Ailton Krenak, novo álbum e posicionamento político

Veja mais

Solidariedade em IA

Em Conferência Mundial de IA, China lança centro para governança e defende código aberto

Unidas

Mulheres negras promovem ato político por justiça social em Copacabana

JULHO DAS PRETAS

‘Escrevo pra existir’: Jô Freitas e a literatura que transforma a periferia

Cultura

Atores brasileiros defendem regulamentação de plataformas de streaming

Faísca na pradaria

Premiê Li Qiang critica individualismo tecnológico e defende construção coletiva de conhecimento sobre Inteligência Artificial

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.