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Início Socioambiental

ESPELHO DO CLIMA

‘A continuidade da vida humana no planeta está em risco, é disso que se trata’, afirma diretor de série documental

Dirigida por Guilherme Castro, produção analisa a emergência ambiental e resgata história do ambientalismo gaúcho

30.jul.2025 às 16h35
Porto Alegre (RS)
Fabiana Reinholz
‘A continuidade da vida humana no planeta está em risco, é disso que se trata’, afirma diretor de série documental

"Comecei a trabalhar na série há uns quatro, cinco anos, quando já era muito clara a percepção de que a crise estava se agravando", aponta o cineasta Guilherme Castro - Foto: Edson Filho

A série documental Em Defesa do Meio Ambiente, dirigida por Guilherme Castro, nasce da percepção de que a crise climática que vivemos hoje não é uma surpresa. Com 13 episódios de 26 minutos pensados para a televisão, a produção analisa a emergência ambiental sob diferentes perspectivas e resgata a história do pensamento ecológico e do ativismo no Rio Grande do Sul.

As filmagens aconteceram entre março e maio deste ano, com patrocínio do Nubank, por meio do financiamento da Agência Nacional do Cinema (Ancine). A previsão de lançamento da série é para o primeiro semestre de 2027.

“A calamidade ambiental, a emergência climática que a gente está experimentando de maneira muito concreta, não é nada nova ou surpreendente. Ela já vem sendo avisada, anunciada, explicada por cientistas e ecologistas há algumas décadas”, afirma Castro. “Não tem nada que não esteja explicado no que está acontecendo.”

De décadas de acervos à urgência das enchentes

A ideia da série surgiu há alguns anos, mas é resultado de uma trajetória muito mais longa. “Venho trabalhando nesse projeto há décadas, por causa da minha proximidade com pessoas do movimento ambiental que são detentores de acervos e memórias muito interessantes. A gente já vinha há bastante tempo pensando em construir e veicular esse conteúdo, porque a questão ecológica aqui no estado sempre foi muito forte.”

O agravamento visível da crise climática motivou o início do projeto. “Comecei a trabalhar na série há uns quatro, cinco anos, quando já era muito clara a percepção de que a crise estava se agravando. E quando deu a enchente (de 2024), eu estava trabalhando na série. Parte dessa experiência entra muito clara na narrativa, porque essa alteração das condições de vida do planeta atinge a todos nós.”

“A gente está construindo uma narrativa muito aprofundada, com uma linha argumentativa sólida, com zelo técnico e estético. Esperamos que o público receba bem”, afirma Castro – Foto: Edson Filho

Entrevistas, territórios e soluções possíveis

Com roteiro assinado por Castro e pelo ecojornalista João Batista Santa Fé Aguiar, fundador do site Agirazul e com mais de 40 anos de militância ecológica, a série reúne mais de 100 entrevistados, entre eles moradores locais, pesquisadores, ambientalistas, lideranças quilombolas, indígenas, movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e Amigas da Terra. A série traz entre os entrevistados a presidenta da Fundação Gaia, a bióloga Lara Lutzenberger, a moradora da cidade de Eldorado do Sul Janaina Lopes, a cacica Kaingang Iracema Nascimento, da Retomada Gãh Ré, o ambientalista Arno Kayser, o biólogo Francisco Milanez, a liderança do Quilombo dos Machado Rogério Machado (Jamaica), entre outros.

“Fomos elencando vários aspectos da questão ambiental que estão presentes hoje. Cada episódio trata de um tema: a defesa das florestas, a situação do Pampa, os oceanos, os efeitos da crise sobre a saúde, que é um tema novo, muito presente, que surgiu com força na pandemia da covid e na dengue.”

Para Castro, um dos aspectos mais impactantes da produção é a abordagem dos chamados pontos de não retorno. “São temas quentíssimos, verossímeis”, afirma. Ele lembra uma metáfora frequentemente utilizada pelo ambientalista José Lutzenberger para explicar a fragilidade do equilíbrio ecológico: “É como uma teia de aranha. Você vai cortando os fios e ela permanece. Mas chega um momento em que, ao cortar mais um, a teia se desestrutura, entra em colapso.”

Filmagens no Assentamento Filhos de Sepé, do MST, em Viamão, com o produtor orgânico Huli Marcos Zang – Foto: Edson Filho

Segundo o diretor, a natureza tem uma impressionante capacidade de regeneração, mas há um limite para isso. “Chega um ponto em que ela não consegue mais se regenerar.” Entre os principais problemas, ele aponta o aquecimento global, a crise alimentar que pode decorrer dele, a intensificação dos eventos extremos com o aquecimento dos oceanos, o derretimento das calotas polares e, sobretudo, os impactos profundos sobre a biodiversidade.

O objetivo é mostrar a gravidade do momento sem perder de vista iniciativas concretas de enfrentamento e adaptação. “A gente é, de certa maneira, portador de más notícias. A emergência é muito presente. Já não tem mais como evitar a crise. A questão agora é como se adaptar a ela. Mas, apesar disso, encontramos muitas ações, visões de solução. Existe ciência, existe tecnologia, existem muitos grupos realizando melhorias ambientais.”

Presidenta da Fundação Gaia, a bióloga Lara Lutzenberger – Foto: Edson Filho

A produção percorreu diferentes regiões do estado, retratando os biomas e experiências locais. “Teve coisas maravilhosas, belíssimas, que eu mesmo não conhecia em tantos anos de jornalismo e documentarismo. Por exemplo, a pecuária familiar no Pampa, que é uma cultura tradicional, profundamente ecológica, dedicada à atividade pecuária há 200, 300 anos. É uma cultura equiparada a um povo originário, e a gente mal ouve falar.”

Outro exemplo é a pesca colaborativa entre golfinhos e humanos. “Eu não sabia que isso existia. E acontece aqui, na barra do rio Tramandaí. Conhecemos lugares maravilhosos, como o Vale do Ligeiro, em Maquiné, que é belíssimo, interessantíssimo.”

Memória ecológica e novas cosmovisões

A série faz ainda um resgate histórico de personagens e pensamentos ecológicos gaúchos que marcaram época, como Henrique Luís Roessler, que foi um precursor no ambientalismo já desde a década de 1950, antes de José Lutzenberger, as Amigas da Terra Magda Renner e Giselda Castro, Hilda Zimmermann entre outros.

“Desde os anos 1970, muitos de nós fomos profundamente influenciados por Lutzenberger e pela Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan). Eles tinham muitas frentes de ação, muito engajamento, combatividade e um fundamento teórico, científico, muito convincente. Lutzenberger explicava a teoria de Gaia, que via o planeta como um ser vivo. Um planeta finito, materialmente finito. Como é que pode ter crescimento sem fim num planeta exaurido?”

Gravação com Lúcia Ortiz, na sede da ONG Amigas da Terra Brasil, em Porto Alegre – Foto: Edson Filho

Segundo Castro, a série também propõe uma reflexão mais ampla. “Fazemos uma reflexão sobre a cosmovisão. Como se entende a natureza, o universo, a posição do ser humano nisso tudo. A ecologia oferece uma filosofia de pensamento muito interessante. A gente buscou isso em diversos pensadores, experiências, inclusive nos povos originários e seus modos de ver o mundo.”

Entre ciclones, incertezas e escolhas narrativas

Ainda em fase de montagem, a equipe lida com um imenso volume de material audiovisual. “É muito trabalhoso. Estamos conseguindo estruturar e começando a confirmar as teses que a gente tinha. Começa a dar materialidade para as ideias que construímos. O trabalho é resultado de uma caminhada bem feita, de decisões bem tomadas.”

Cacica Kaingang Iracema Nascimento, da Retomada Gãh Ré, no Morro Santana, em Porto Alegre – Foto: Edson Filho

A equipe é composta por profissionais experientes e jovens, com forte base no cinema e no jornalismo. “A gente está construindo uma narrativa muito aprofundada, com uma linha argumentativa sólida, com zelo técnico e estético. Esperamos que o público receba bem.”

Mesmo com todo o cuidado, os riscos de uma produção independente são constantes. “No primeiro dia de gravação, a gente enfrentou um ciclone. Caiu árvore em cima dos carros da equipe. Toda produção tem um grau de risco, de descoberta, de incerteza. E esse trabalho tem tudo isso.”

Castro reforça que a proposta da série não é dar respostas definitivas, mas provocar reflexão. “A melhor coisa que pode acontecer é as pessoas assistirem e ficarem pensando sobre o que viram. Se isso acontecer, já vai ser demais.”

Para o diretor, o impacto da obra ainda é incerto, mas necessário. “A continuidade da vida humana no planeta está em risco, é disso que se trata. Mas também encontramos uma visão muito lutadora, de pessoas profundamente engajadas na preservação do planeta. Isso nos deu força.”

Horta Comunitária da Lomba do Pinheiro, na capital gaúcha – Foto: Edson Filho

Editado por: Katia Marko
Tags: crise climáticaenchente rio grande do sulmudanças climáticas
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