A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), foragida há dois meses e presa na tarde da última terça-feira (29) em Roma, na Itália, foi transferida para o presídio feminino de Rebibbia, na capital italiana, nesta quarta-feira (30). A informação foi obtida pela Folha de S. Paulo com o ministério da justiça da Itália. Após a prisão, ela havia sido levada a uma delegacia da cidade.
Zambelli terá audiência de custódia na próxima sexta-feira (1º). Parlamentar será interrogada, e a Justiça decidirá se Zambelli seguirá presa ou cumprirá medida alternativa, como prisão domiciliar ou uso de tornozeleira. Condição deve se manter enquanto Justiça do país analisa o pedido brasileiro, protocolado em junho, para que Zambelli seja extraditada.
A parlamentar tem a opção de retornar espontaneamente ao Brasil, o que evitaria a análise do pedido pela Corte italiana, mas já indicou que não fará isso. Em vídeo disponibilizado após sua prisão, Zambelli disse que não cumprirá pena no Brasil. “Se eu tiver que cumprir qualquer pena, vai ser aqui na Itália, que é um país justo e democrático”, disse, apesar de não ter direito de tomar essa decisão.
Após a audiência da próxima sexta, o pedido de extradição de Zambelli será analisado pela Corte de Apelação, sob a luz do acordo de extradição firmado entre Brasil e Itália em 1993. Zambelli pode recorrer da decisão à Corte de Cassação, que reanalisa o caso seguindo os mesmos critérios.
A decisão final cabe ao Ministério da Justiça italiano, que analisa os aspectos políticos da decisão. Isso significa que o governo de Giorgia Meloni, de extrema direita, decidirá o futuro de Zambelli.
Zambelli foi condenada no Brasil a 10 anos e 4 meses de prisão por articular uma invasão digital ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O processo já foi encerrado e não cabem mais recursos, o que significa que, se for extraditada, a parlamentar chegará ao Brasil direto para o cumprimento da pena em presídio.