Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizam atos em defesa dele e da anistia aos acusados de tentativa de golpe de Estado pelos atos de 8 de janeiro de 2023, em várias cidades neste domingo (3). Algumas manifestações tiveram início às 8h, como no caso de Belém, no Pará, onde a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL) atacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Chamando Lula de “irresponsável”, “mentiroso” e “cachaceiro sem-vergonha”, ela acusou o presidente de estar “mandando nossas riquezas para fora, fazendo aliança com comunistas e ditadores”. “Isso não vamos aceitar”, afirmou.
Com Bolsonaro impedido de participar dos atos devido às medidas impostas pelo Supremo Tribunal Federal, a presença de Michelle era esperada no ato em São Paulo, que terá início às 14h. Porém, ela alegou compromisso em Belém, pelo PL Mulher, e compareceu ao ato na cidade. O ex-presidente está usando tornozeleira eletrônica e não pode sair do domicílio à noite e aos fins de semana.
Ao menos 20 capitais e dezenas de outras cidades devem receber atos pela anistia a Bolsonaro. A estratégia bolsonarista, capitaneada pelo pastor Silas Malafaia, é pulverizar os atos para dar um tom de maior engajamento, já que as ações concentradas vinham perdendo público significativamente nos últimos protestos.
Os atos concentram críticas ao STF, ao ministro Alexandre de Moraes, ao presidente Lula, e apoio às ações do presidente dos Estados Unidos, Donaldo Trump, contra Moraes. O governo estadunidense sancionou o ministro com base na Lei Magnitsky.
Outras cidades
Em Belo Horizonte (MG), a manifestação bolsonarista se concentra na Praça da Liberdade, desde às 8h. Na cidade de Salvador, na Bahia, a manifestação teve início às 9h, no Farol da Barra.
No Rio de Janeiro, o governador Claudio Castro (PL) e o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) participam do ato em Copacabana, que ocupa dois quarteirões da avenida Atlântica. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), voltou a acusar Moraes de perseguição.
“O que tem acontecido no Brasil é fruto de toda perseguição de Alexandre de Moraes, que, para a vergonha brasileira, é uma autoridade sancionada pela maior democracia do mundo. As pessoas não podem fingir que o Brasil está em normalidade, porque não está. E quem está aqui hoje, em Copacabana, e quem está nas ruas de todo o Brasil está vindo nos ajudar. Esse é o momento de resgatar nossa liberdade e buscar a normalidade no Brasil”, afirmou.
No Distrito Federal, a deputada federal Bia Kicis defendeu a anistia para Bolsonaro e os demais processados pelo 8 de janeiro.
“A gente sabe que o nosso presidente é um homem inocente, limpo, honesto, patriota. Ele não é bandido para usar tornozeleira. Bandido é o Lula. Essas mulheres e esses homens perseguidos do 8 de janeiro, que estão de tornozeleiras, sofrendo ou até mesmo presos. Então, hoje é o dia de a gente mostrar a nossa garra e o nosso coração. Hoje é o dia de a gente mostrar que o brasileiro tem coragem, é patriota e solidário”, disse.