Em meio a uma crise de fome, insegurança alimentar e falta de insumos básicos, autoridades palestinas denunciam que mais de 22 mil veículos com suprimentos para ajuda humanitária a Gaza estão retidos e sem autorização para entrar no território. A informação do escritório de imprensa do governo do enclave foi publicada pela agência internacional de notícias Al Jazeera.
Desde 27 de julho, data em que a flexibilização do bloqueio foi noticiada, pouco mais de 80 veículos por dia conseguem entrar no território. Para especialistas, o número é muito inferior ao necessário para atender às necessidades básicas da população.
Organizações de ajuda humanitária alertam que seria preciso autorizar pelo menos 600 veículos por dia para suprir as demandas mínimas do território. A agência de notícias afirma ainda que as entidades apontam um colapso humanitário irreversível sem um cessar-fogo imediato.
A interrupção das hostilidades é vista como a única forma de permitir a entrada de itens essenciais para a sobrevivência das famílias. A retenção massiva de ajuda e a incapacidade de distribuir suprimentos adequadamente colocam em risco a vida de milhares de pessoas. Além disso, os locais de distribuição são alvos frequentes de ataques e centenas de pessoas já morreram enquanto buscavam alimentos.
Os números mais recentes apontam que, somente nesta segunda-feira (4) quase 60 palestinos e palestinas morreram em ataques israelenses em Gaza. Entre as vítimas, cerca de vinte pessoas buscavam ajuda no momento em que foram atacadas. No domingo (3), profissionais da saúde relataram 62 óbitos. Quase 40 estavam nos pontos de distribuição de suprimentos.