O Grupo Hospitalar Conceição (GHC), referência nacional em saúde pública e integralmente vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS), foi homenageado pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre pelos 65 anos de sua fundação. A iniciativa partiu do vereador Aldacir Oliboni (PT) e reuniu representantes da administração do grupo hospitalar, parlamentares e servidores.
Durante a solenidade, Kellen Taniz Alves Silva, diretora de Inovação e Gestão de Trabalho e Educação do GHC, ressaltou o papel do grupo como patrimônio da saúde pública. “Nós estamos muito felizes de estar aqui hoje para homenagear esse espaço de saúde, um espaço público 100% SUS, que faz atendimento para toda a população. Acho que é um momento de comemoração e um momento de parabéns também para todos os trabalhadores que fizeram a história desse lugar nesses 65 anos. E a gente está dizendo que os espaços públicos 100% SUS também são importantes para a população.”
A história do GHC remonta à atuação do médico Boeira, que idealizou a criação de um hospital na zona norte da capital gaúcha, então em expansão. “Esse GHC tem uma origem que é uma origem na pessoa do Dr. Boeira, que foi quem vislumbrou na zona norte da cidade – que na época estava se desenvolvendo como uma região industrial – que um hospital faria parte também desse contexto de formação social e econômica da região. E lá ele implantou o hospital. Depois, o hospital virou público”, destacou o diretor Administrativo e Financeiro do grupo, João Motta.
Estrutura ampliada e atuação diversificada
O diretor Luís Antônio Benvegnú descreveu a estrutura atual do GHC, que extrapola os limites hospitalares. “O Grupo Hospitalar Conceição é um grupo muito grande. A gente fala ‘grupo hospitalar’, mas além dos quatro hospitais do Rio Grande do Sul, mais o Hospital do Rio de Janeiro, o Bom Sucesso – que agora também faz parte – a gente tem 12 postos de saúde na zona norte, a gente tem três CAPs, o consultório na rua, o núcleo de abordagem familiar, o atendimento domiciliar que acompanha em média 150 pessoas visitando todos os dias, fazendo medicação injetável, se for o caso. E a gente tem a UPA Moacir Scliar, que também faz parte do escopo de atendimento do grupo.”
A rede hospitalar do GHC inclui o Hospital Nossa Senhora da Conceição, voltado ao atendimento geral; o Hospital Cristo Redentor, com foco em traumas; o Hospital Fêmina, especializado em saúde da mulher; e o Hospital da Criança. No Rio de Janeiro, o grupo assumiu a gestão do Hospital Federal de Bonsucesso.
Além da assistência, o GHC tem papel relevante na formação de profissionais. “O Grupo Hospitalar Conceição faz assistência, faz cuidado à saúde muito bem, mas além disso faz ensino. São mais de 500 entes, médicos e multiprofissionais que se formam, que aprendem a fazer a sua especialidade dentro dos próprios hospitais do Conceição, com bolsa, com implementação, com ensino fornecido pelos próprios trabalhadores do Grupo Hospitalar Conceição”, completou Benvegnú.
Ampliação da infraestrutura e transição energética
Nos últimos anos, o grupo avançou em infraestrutura e tecnologia. Um novo centro assistencial de 14 mil metros quadrados foi inaugurado em Porto Alegre, com 94 leitos, 45 poltronas para quimioterapia, 22 consultórios e quatro salas de procedimentos. Houve modernização de equipamentos, como a atualização do angiógrafo, aquisição de tomógrafos e reformas estruturais, incluindo subestações de energia, climatização e adequações para trabalhadores.
Outro marco foi a transição para o uso exclusivo de energia limpa. “O GHC passou, em janeiro de 2025, a consumir somente energia limpa. Isto é, 100% de sua energia é gerada por fontes fotovoltaicas e eólicas, deixando de consumir outras que contam e queimam combustíveis fósseis”, informou o vereador Aldacir Oliboni (PT) ao abrir as homenagens na sessão plenária. E completou: “É com muito orgulho que dedicamos hoje o período de Comunicações para homenagear umas das maiores e melhores instituições públicas da saúde do nosso país”.
Reconhecimento institucional
Durante a homenagem, parlamentares destacaram a relevância da atuação do GHC. Para o vereador Alexandre Bublitz (PT), a importância do grupo ficou ainda mais evidente na pandemia. “É um enorme prazer estar aqui hoje nesse dia, podendo estar aqui na Câmara de Vereadores, participar dessa homenagem pro GHC, grupo hospitalar que vem sendo tão importante na defesa da saúde pública aqui no Rio Grande do Sul. A gente começa desde o período da pandemia, onde eu não tenho menor dúvida: a tragédia teria sido muito maior aqui no nosso estado se não fosse a presença do GHC.”
A vereadora Grazi Oliveira (Psol) destacou a política institucional voltada à inclusão e diversidade. “Eu quero fazer um destaque aqui ao hospital, porque tem sido um hospital que chama muita atenção, principalmente da gente que está aqui no Legislativo, que proporciona o recebimento, o acolhimento de trabalhadores e trabalhadoras negras dentro deste espaço. Quero destacar e saudar a iniciativa da empresa de favorecer, de prevalecer dentro do seu processo de seleção a política de cotas, porque nós acreditamos que o que nós disputamos aqui são oportunidades. Essa instituição, nesses 65 anos, tem dado espaço à diversidade, para que trabalhadores e trabalhadoras negras e negros e LGBTs estejam compondo a equipe de trabalho.”
O vereador Jonas Reis (PT) utilizou sua fala para reafirmar a valorização do SUS e dos servidores públicos. “Dizer a todas as servidoras, os servidores de ontem, de hoje e de amanhã do SUS, que vocês importam muito. Vocês fazem serviço esplendoroso na Capital e para o Rio Grande do Sul como um todo. A gente tem que fortalecer. É um momento de parabenizar, mas também de entender a importância do Sistema Único de Saúde. Sem ele, talvez muitos de nós não estivessem aqui.”
O vereador Giovani Culau (PCdoB) destacou a necessidade de garantir financiamento permanente ao sistema. “Comemorar os 65 anos de um hospital hoje 100% SUS precisa nos fazer lutar não só em defesa do GHC, mas em defesa do Sistema Único de Saúde, que ao longo dos últimos anos foi atacado. Lutar hoje em defesa do SUS é também lutar pela garantia do seu financiamento. Então viva o Sistema Único de Saúde, que ensina muito ao mundo, é um dos orgulhos do Brasil. Eu, como um verdadeiro patriota, tenho orgulho profundo do SUS, assim como aqui em Porto Alegre tenho um orgulho profundo do GHC.”
Perspectivas e diretrizes
Segundo João Mota, a principal prioridade nos próximos anos é ampliar a capacidade de atendimento. “A gente está ampliando oferta e reduzindo o tempo de espera. Essa é o comando principal, diretriz principal do ministro Padilha e do presidente Lula. O Sistema Único de Saúde tem que atingir aquela parcela da população que é muito significativa, que não tem outra porta de entrada no sistema de saúde a não ser o SUS. E o GHC 100% SUS tem que atender 24 horas com suas portas abertas.”
Ele também destacou o papel do governo federal no fortalecimento da rede pública. “A ampliação do GHC está sendo realizada com financiamento do governo federal, o que mostra também o compromisso do nosso governo Lula com a saúde e na expansão da saúde com acesso a todas e todos.”
