O governo do Distrito Federal nomeou, nesta segunda-feira (4), Daniel Izaias de Carvalho como novo secretário de Economia, substituindo Ney Ferraz, que deixou o cargo após ser condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.
A nomeação do novo secretário foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta segunda-feira (4), no mesmo ato em que a exoneração de Ney Ferraz foi oficializada. Carvalho deixa o cargo de diretor-presidente do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do DF (Inas) para assumir a nova função. Servidor concursado da carreira de auditoria de controle interno, ele é bacharel em Ciências Contábeis e em Ciências Econômicas e possui especialização em Finanças e é mestre e doutor em Administração Pública.
A mudança no comando da pasta ocorre após a saída de Ney Ferraz, que pediu exoneração na última sexta-feira (1º), dias após ser condenado em segunda instância pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) a 9 anos e 9 meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A decisão também estabelece o pagamento de multa, a perda do cargo público e a proibição de ocupar função pública por 12 anos e 11 meses.
A condenação tem origem em um processo movido pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), que investigou a movimentação de valores sem origem lícita por parte de Ferraz e sua ex-esposa, Emanuela Ferraz.
Segundo o MP, os dois cometeram o crime de lavagem de dinheiro 166 vezes. Em fevereiro deste ano, ambos foram condenados em primeira instância a 6 anos, 5 meses e 15 dias de prisão em regime semiaberto, com aplicação de multa. No entanto, tanto o MP quanto a defesa de Ferraz recorreram da decisão. O MP pediu o reconhecimento do crime de corrupção passiva, e o TJDFT acatou o argumento, ampliando a condenação.
Em nota divulgada na ocasião de sua saída, Ferraz afirmou que enfrenta “um episódio pessoal extremamente doloroso” e negou ter cometido irregularidades. Ele alegou que tomou a decisão “por profundo senso de responsabilidade e respeito” ao governo, com o objetivo de não prejudicar as políticas públicas da pasta.