Uma fala do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), irritou a extrema direita bolsonarista no Congresso nesta quinta-feira (7). Em reunião com líderes partidários, o senador teria dito, de forma taxativa, que não dará andamento ao pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mesmo que a pauta conte com apoio de todos os demais senadores.
“Nem se tiver 81 assinaturas, ainda assim não pauto impeachment de ministro do STF para votar”, disse Alcolumbre na presença de senadores da base do governo e da oposição. A fala do senador veio após a extrema direita protocolar um novo pedido de impedimento do magistrado, que contou com 41 assinaturas, mais da metade dos senadores, e número suficiente para a aprovação da admissibilidade do processo, caso o presidente do Senado aceitasse dar andamento ao pedido.
Expoente do bolsonarismo, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) reagiu em sua conta na rede social X, sugerindo que também passaria a defender o impedimento do próprio Alcolumbre. “Então serão dois impeachments”, escreveu em postagem com a manchete da notícia sobre a fala do presidente do Senado.
Mais cedo, Ferreira já havia feito uma postagem em referência a Alcolumbre. “Está nas mãos do Alcolumbre pautar o Impeachment de Moraes. É pressão total nele. Supremo é o povo”, publicou o deputado.
Alguns parlamentares do centrão são contra o impeachment de Moraes por considerar que isso daria força à iniciativa intervencionista dos Estados Unidos em assuntos internos do Brasil, ferindo a soberania do país.
De acordo com o Senado Federal, há 59 pedidos de impeachment de ministros da Corte. Desses, 28 têm como alvo o ministro relator da ação penal do golpe.
A Constituição permite que o Senado Federal julgue e afaste membros do STF por cinco tipos de crime de responsabilidade, mas nunca houve impeachment de ministros do Supremo no Brasil.