A 4ª Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária (Conaes) começa nesta quarta-feira (13) em Brasília e segue até sábado (16). Com o tema Economia Popular e Solidária como Política Pública: Construindo territórios democráticos por meio do trabalho associativo e da cooperação, o evento pretende fortalecer o debate sobre alternativas econômicas baseadas na cooperação e na autogestão.
Representantes do governo federal e de estados e municípios se juntam à sociedade civil, movimentos populares e entidades para o debate. O encontro também vai contar com a presença de delegados e delegadas eleitos nas conferências regionais para representar empreendimentos, gestores e organizações de apoio e fomento.
Para garantir atuação focada nos territórios e suas particularidades, esses grupos são compostos por representantes de mulheres (mínimo de 50%), juventudes (mínimo de 20%), povos indígenas, comunidades tradicionais, etnias e outras representações particulares de cada território.
Em entrevistas sobre o assunto para A Voz do Brasil, o Secretário Nacional de Economia Popular e Solidária, Gilberto Carvalho, ressaltou o caráter de impulsionamento do setor a partir da Conferência, com foco na formação e na capacitação de quem já atua na economia solidária.
“Estamos trabalhando muito nessa perspectiva de fazer com que essa gente que está na economia solidária tenha ciência, tecnologia, conhecimento, desde o mercado até toda a questão das linhas de produção. Não é trivial gerir uma empresa de economia solidária. Você tem que saber de gestão.”
O encontro vai embasar a elaboração do 2º Plano Nacional de Economia Solidária. A cerimônia de abertura contará com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ocupará o Palácio do Planalto nesta quarta-feira (13). As demais atividades da Conferência ocorrerão no Centro de Treinamentos da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), em Luziânia, Goiás.
Entenda
A economia solidária é um processo em que trabalhadores e trabalhadoras gerenciam seus meios de produção, trabalham coletivamente e dividem os resultados de forma justa, sem a figura do patrão. Estimativas indicam que o setor tem impacto econômico de aproximadamente R$ 2 bilhões ao ano.
Além de gerar trabalho e renda, a prática fortalece comunidades e representa uma visão de produção com respeito ao meio ambiente e aos trabalhadores e trabalhadoras. As mulheres formam cerca de 75% da força de trabalho na economia solidária.
As etapas preparatórias para a Conaes incluíram a realização de 27 conferências estaduais e 14 conferências temáticas e livres em todo o país. Nesses encontros, foram definidos os principais temas a serem discutidos no evento nacional. Mais de 700 propostas foram sistematizadas e 243 delas foram incluídas nas definições finais que baseiam os debates desta semana.