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Cultura gaúcha festeja Dyonelio Machado em vários eventos em 2025

Agendas preveem palestras, seminários, casa preservada, Feira do Livro e relançamento de ‘Memórias de um Pobre Homem’

12.ago.2025 às 13h31
Porto Alegre (RS)
Eugênio Bortolon
Os Ratos, de Dyonelio Machado, completa 90 anos em 2025

Dyonélio Machado foi escritor, poeta, psiquiatra, jornalista e político - Reprodução

Político comunista, escritor e médico psiquiatra, Dyonelio Machado voltou a cair nas graças dos leitores gaúchos. Ela está em evidência. Uma série de eventos vem marcando o ano do grande escritor. Já no dia 19 de agosto, às 18 horas, a Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina promove mais uma edição da Sessão Cultural, reunindo saberes da medicina e da literatura em uma abordagem sobre a obra e o legado de Dyonelio Machado. Reconhecido como um dos grandes nomes da literatura sul-riograndense, Dyonélio também teve trajetória marcante na psiquiatria, o que torna sua produção literária ainda mais singular e de profunda riqueza.

O encontro terá a participação de Jonas Kunzler Moreira Dornelles, pesquisador dedicado à obra do escritor, à preservação de sua memória e que trará reflexões sobre como a formação médica influenciou a escrita de Dyonelio e sobre o impacto de sua produção no cenário cultural gaúcho. Kunzler se formou em Teoria da Literatura pela PUCRS e pela Universidade de Frankfurt (Alemanha), idealizador das Caminhadas Literárias pelo Patrimônio de Dyonelio e autor do inventário da casa do escritor como patrimônio de Porto Alegre. O debate é aberto ao público e poderá ser acompanhado pelo Google Meet.

Outro grande momento da carreira de Dyonelio este ano foi o lançamento do livro “Memórias de um pobre homem”, pela Editora Libretos. O livro tem 127 páginas, nove capítulos, predominantemente manuscritas, em que o escritor utiliza os mais variados tipos de papel rascunho, rabiscos e correções à tinta, a lápis, caneta vermelha, azul, preta.

“Escrevia com o que lhe estava à mão. O estilo é inconfundível: a narrativa enxuta, substantiva, permeada de marcas irônicas, de afetividade ou contundência, conforme o desfilar dos fatos”, explica Maria Zenilda Grawunder na apresentação na primeira edição (IEL/RS, 1990), agora apresentada em segunda edição (Libretos, 2025). Zenilda é escritora, pesquisadora e estudiosa de vários âmbitos da literatura.

No livro, Dyonelio rememora as lembranças mais caras de seus primeiros tempos de vida literária, com a descrição de momentos que vão desde a sua estreia na ficção, em 1927, até sua prisão e vida política, textos plenos de conceitos sobre a criação literária, sociedade, experiência parlamentar, política e filosofia.


A operação e resgate do texto exigiram atualização ortográfica, notas de rodapé, atualização de bibliografia do escritor. Na obra foi mantida a forma de pontuação e de grifos, no estilo peculiar do escritor para acentuar nuances e conotações a frases ou palavras, publicado na Revista do Globo, em 1942.

Na 71ª edição da Feira do livro, em novembro, Dyonelio Machado também receberá homenagens e a sua obra será palco de análises, estudos, seminários e conferências. É uma homenagem aos seus 130 anos de nascimento, 40 da morte e 90 anos da publicação de “Os Ratos”, um dos seus livros mais célebres.

Outra questão envolvendo Dyonelio este ano é a sua casa situada na Rua General Souza Doca, 131, Petrópolis, em Porto Alegre. Ela, que estava praticamente abandonada e sofrendo com as intempéries do tempo deverá ser preservada. Depois de correr o risco de ser demolida, em abril deste ano ganhou um novo capítulo, quando o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) determinou a suspensão imediata das obras. A ação foi movida pelo movimento Salve Dyonélio e tem como objetivo que a casa do escritor não tenha o mesmo destino que a do também escritor Caio Fernando Abreu, em 2022.

Casa ao lado, que era da filha de Dyonelio, também pertence ao mesmo dono do imóvel em que viveu o escritor | Foto: Luiza Castro/Sul21

De onde veio

Nasceu na cidade de Quaraí, cidade de fronteira do Brasil com o Uruguai, em 1895. Faleceu a 19 de junho de 1985. Cinco dias após a sua morte, a família recebeu a notícia de uma condecoração, pelo governo francês: o escritor fora agraciado com a comenda da Ordre des Arts et des Lettres, entregue à viúva Adalgiza Machado.

Dyonelio marcou de muitos modos a vida gaúcha. Foi um profissional humanista e uma personalidade interessante, destacada e controvertida do meio literário e político. Viveu, circulou e atuou no núcleo das explosões políticas e culturais do século XX Uma vida longa e rica, em termos humanos, em participação política, principalmente no partido comunista, literária e na psiquiatria. Dyonelio representou um corte no pensamento de sua geração.

Com fama tardia, o meio acadêmico e outros parceiros de literatura só o consideraram um fenômeno a partir dos anos 1970 e 80, já nos últimos anos de sua vida. Não se importava com isso. Lendo várias biografias da sua carreira, ele até debochava das pessoas que o elogiavam. “Não me considero realizado em nada. Para mim, tudo que fiz presta ou tudo não presta”, disse em entrevista aos jornalistas Fernando Paixão e Nelson dos Reis, em 1981.

Dyonélio Tubino Machado era filho de Sylvio Rodrigues Machado e de Elvira Tubino Machado. Ainda criança, seu pai foi assassinado, acontecimento que lhe marcaria para sempre. Com apenas oito anos, vendia bilhetes de loteria para ajudar no sustento da família – a mãe e o seu irmão Severino, segundo narram seus biógrafos.

Pobre, mas sempre persistente, ele nunca deixou de estudar. Chegou até a ser professor de colegas seus que estavam atrasados nos estudos, para não pagar o colégio. Foi se virando de um jeito ou outro. Aos 12 anos foi trabalhar no semanário O Quaraí. Se apaixonou pela vida da intelectualidade da cidadezinha e se apaixonou pelo jornalismo. Lá mesmo, em Quaraí, fundou, por volta de 1911, o jornal O Martelo, nome sugestivo e que já demonstrava o seu interesse pelo comunismo. Em 1911, fundou o jornal O Martelo, uma espécie de brincadeira de adolescente.

Alguns anos depois veio para Porto Alegre, onde estudou Medicina. Se formou em 1929 e fez especialização em psiquiatria no Rio de Janeiro. Foi um dos responsáveis pela introdução da psicanálise no Rio Grande do Sul. A medicina foi sua atividade mais constante e era dali que tirava o seu dinheiro para sobreviver.


Dyonélio foi ainda um dos fundadores da Associação Riograndense de Imprensa (ARI) e, mais tarde, colaborador dos jornais Correio do Povo e Diário de Notícias, da capital gaúcha. Em 1946, com Décio Freitas, fundou o jornal Tribuna Gaúcha, porta-voz do Partido Comunista Brasileiro.

O militante

A militância política tornou-se uma extensão de suas atividades como médico e escritor. Membro do Partido Comunista Brasileiro, foi eleito, em assembleia de fundação no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, presidente da seção regional da Aliança Nacional Libertadora (ANL). Já em 1935 foi acusado de atentar contra a ordem política e social ao trabalhar para a realização de uma greve de gráficos e foi preso.

Solto mediante sursis, voltou a ser preso no mesmo ano, por ocasião dos Levantes de 1935. As posições ideológicas de Dyonélio Machado custaram-lhe dois anos de sua vida, passados na prisão. Mesmo assim, não mudou suas convicções, elegendo-se deputado estadual nas eleições de 1946, pelo PCB (ainda legalizado). Tornou-se líder da bancada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

Em 1956, numa entrevista para o jornal A Hora, disse: “Se algum conselho eu tivesse o direito de dar aos jovens, seria de que a vida deve ser vivida com indiferença”. E, pouco antes de morrer, Dyonelio concedeu uma longa entrevista para Julieta de Godoy Ladeira onde fez uma declaração que sempre surpreende os que tem contato com seus bem cuidados textos: “Não releio o que faço. Meu narcisismo nasce e morre à primeira e única revisão”.

Obras do Autor

Um pobre Homem, contos: 1927
Os Ratos, romance: 1935
O Louco do Cati, romance: 1935
Desolação, romance: 1944
Deuses econômicos, romance: 1976
Prodígios, romance: 1980
Endiabrados, romance: 1980
Sol subterrâneo, romance: 1981
Nuanças, romance: 1981
Fada, romance: 1982
Ele vem do fundão, romance: 1982
Passos perdidos, romance: 1982

Editado por: Vivian Virissimo
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