A bancada feminista do Psol em São Paulo está percorrendo 30 cidades em 30 dias para divulgar o Plebiscito Popular que reúne três pautas centrais: o fim da escala 6×1, a taxação das grandes fortunas e a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. A iniciativa, além de recolher votos, tem o objetivo de ampliar o diálogo com a população sobre temas considerados fundamentais para a classe trabalhadora.
Sobre a tramitação do projeto de isenção do imposto de renda, a deputada estadual Paula Nunes, codeputada pela Bancada Feminista do Psol-SP, reforça a importância da pressão popular diante da resistência no Congresso. “Isso só fortalece a necessidade de que haja muita pressão. E que essa pressão é uma pressão popular. É muito difícil para esses deputados da extrema direita terem a coragem de dizer que, na verdade, são contrários a esse projeto de isenção do Imposto de Renda”, analisa, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.
Para a deputada, o debate central é sobre justiça fiscal. “Queremos que os ricos paguem mais. Queremos que, na verdade, quem tem muito dinheiro, pague os impostos que são necessários para que os projetos sociais do estado de São Paulo, do Brasil, os projetos sociais de saúde, os projetos sociais de educação […] sejam pagos por quem ganha muito dinheiro no nosso país e que, infelizmente, paga pouquíssimos impostos sobre essa renda”, explica.
Paula Nunes acredita que a entrega dos votos coletados no plebiscito ao governo federal e ao Congresso será uma forma de pressionar pela aprovação das pautas. “Só tem uma forma de que isso dê certo e que essas pautas sejam aprovadas: obter milhões de votos, entregar esses milhões de votos para o governo federal, para o Congresso Nacional, mostrando que é isso que o povo brasileiro quer. É uma ousadia que só nós realmente podemos dar conta”, indica.
A deputada reconhece a dificuldade do atual governo para aprovar medidas progressistas, mas reforça o papel da bancada como apoio necessário para a classe trabalhadora. “[O presidente] Lula governa com a faca no pescoço, com muita dificuldade, emparedado completamente pelo Congresso Nacional. […] O nosso papel é servir como base de apoio para que o governo possa implementar pautas que são verdadeiramente necessárias para a classe trabalhadora”, aponta.
Reta final
“Estamos com esse projeto ousado de rodar 30 cidades em 30 dias. Essa é a reta final do projeto do plebiscito popular. E nós temos uma expectativa grande de conseguir recolher milhões de votos e apresentar para o governo federal”, afirma Nunes. A data exata para a entrega dos votos do Plebiscito Popular 2025 ainda não foi divulgada oficialmente.
Segundo a parlamentar, as pautas do plebiscito são “importantíssimas de diálogo com os trabalhadores” e representam “pautas concretas que é possível que o governo federal entregue até o fim desse mandato”. Nunes destaca que o plebiscito tem sido “um instrumento muito importante de diálogo com a população”, superando a sensação de impotência que a extrema direita tenta, segundo ela, disseminar sobre esses temas.
Ao comentar sobre a repercussão da campanha nas cidades visitadas, a deputada conta que em Assis, no interior de São Paulo, conseguiram ampliar a coleta de votos em espaços culturais e junto a populações em situação de rua. “Rodamos quase 900 quilômetros no mesmo dia entre ida e volta. Lá tinha uma urna, que era no Sindicato dos Professores. Conseguimos colocar uma outra urna num espaço cultural super importante, o Galpão Cultural de Assis, que reúne diversos coletivos e movimentos sociais e pessoas que ainda não tinham votado”, exemplifica.
Para ouvir e assistir
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