Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Bem Viver Cultura

RESISTÊNCIA

Batuque gaúcho mobiliza Porto Alegre com a 2ª Marcha dos Quimbandeiros neste sábado (16)

Marcha e encontro internacional reúnem praticantes para celebrar ancestralidade e enfrentar o racismo religioso

14.ago.2025 às 17h37
Porto Alegre (RS)
Marcela Brandes
Batuque gaúcho mobiliza Porto Alegre com a 2ª Marcha dos Quimbandeiros neste sábado (16)

Marcha dos Quimbandeiros de 2023 reuniu centenas de pessoas no centro de Porto Alegre em ato de fé e resistência - Foto: Ana Paula de Jesus

O batuque gaúcho, tradição religiosa de matriz africana com origens no século XIX, voltará a ocupar as ruas de Porto Alegre neste sábado (16). Na data, a Capital receberá a 2ª Marcha dos Quimbandeiros e a 18ª edição do Encontro Internacional de Quimbandeiros, dois eventos que reúnem praticantes, lideranças e apoiadores para celebrar a ancestralidade, fortalecer a organização comunitária e denunciar o racismo religioso.

Considerada a vertente afro-brasileira mais antiga do Rio Grande do Sul, a prática preserva fundamentos estabelecidos antes da abolição da escravidão e mantém-se fora da lógica do sincretismo religioso. Sua história no estado está ligada a Custódio Joaquim de Almeida, liderança espiritual de origem africana que chegou ao Brasil escravizado e fundou, em Porto Alegre, a nação Oyó. Os princípios estabelecidos por ele seguem presentes nos terreiros gaúchos.

Na Capital, o batuque é praticado em diferentes nações, como Oyó, Jeje, Cabinda, Ijexá, Nagô e Angola, com terreiros especialmente localizados nas periferias urbanas. De acordo com o Censo 2022, o Rio Grande do Sul é a unidade da federação com a maior proporção de adeptos de religiões de matriz africana.

A marcha como “grito de resistência”

Pai Ricardo de Oxum, liderança com mais de três décadas dedicadas ao batuque e articulador de uma rede de casas de fé no Brasil, Uruguai e Argentina, é o organizador dos dois eventos. Ele explica que “a Marcha dos Quimbandeiros foi criada como um grito de resistência”.

Segundo ele, apesar do grande número de praticantes no estado, os terreiros ainda enfrentam casos de preconceito e violência. “O Rio Grande do Sul sofre muita intolerância religiosa, muito racismo religioso, muito preconceito. A polícia ainda manda baixar o som. A polícia ainda não tem esse entendimento do que pode e do que não pode”, afirma.

Para Pai Ricardo, a marcha é um ato público de afirmação: “É esse grito de que ‘estamos aqui e vamos continuar aqui’, porque a religião de matriz africana e Exu, que tomou essa proporção tão grande, fazem parte da construção cultural do nosso Brasil”.

Pai Ricardo de Oxum, organizador da Marcha e do Encontro Internacional de Quimbandeiros, atua há mais de 30 anos na preservação e fortalecimento do batuque gaúcho – Foto: Ana Paula de Jesus

Visibilidade e fortalecimento

Além da denúncia contra o racismo religioso, o evento busca ampliar o reconhecimento do batuque como parte fundamental da história afro-brasileira. “Fortalecer a visibilidade e mostrar que estamos vivos e que somos resistentes, mostrar que estamos honrando a nossa ancestralidade, mostrar que a gente continua mantendo todo o legado que nos foi deixado dentro da cultura afro”, ressalta Pai Ricardo.

Ele destaca que o objetivo é também dialogar com as autoridades. “Mostrando para o poder público a força da religião de matriz africana, no que diz respeito somente a professar a fé, e nada mais”, afirma. Apesar de estar em sua segunda edição, ele acredita que a marcha tende a crescer. “Ainda está engatinhando, mas tenho certeza que vai tomar futuramente grandes proporções em todo o estado.”

Programação e homenagem

A programação do dia 16 será dividida em dois momentos: a 2ª Marcha dos Quimbandeiros acontece das 14h às 16h, com saída da Usina do Gasômetro e chegada no Largo Zumbi dos Palmares. À noite, a partir das 20h, ocorre o 18º Encontro Internacional de Quimbandeiros, na Rótula da Quimbanda, na Avenida Dante Angelo Pilla, bairro Rubem Berta.

Este ano, a mobilização presta homenagem a Pai Paulinho de Xoroquê, liderança da Quimbanda, Umbanda e Candomblé, falecido em junho. “Pai Paulinho Xoroquê foi quem desbravou as fronteiras aqui no Sul nos anos 1980. Foi um dos primeiros a ‘dar a cara a tapa’ pelo nosso povo, um dos primeiros a dar visibilidade à nossa religião, um dos primeiros a levar a religião do Sul para outros estados”, relembra Pai Ricardo.

Ele acrescenta que a trajetória de Paulinho teve papel decisivo na expansão da fé no estado. “Quem é do Rio Grande do Sul e faz parte do culto de Exu deve muito a Pai Paulinho Xoroquê, deve muito à sua história, porque foi ele que ‘limpou o caminho’ para que a gente pudesse hoje estar trilhando com um pouco mais de segurança.”

A homenagem será realizada às 19h na Rótula da Quimbanda. “Estão sendo esperadas mais de 30, 40 caravanas de todo o estado, além da Argentina e Paraguai, para prestar homenagem a Pai Paulinho Xoroquê”, informa o organizador.

Apoio e projeção nacional

A Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre apoia a realização dos eventos. A pasta é comandada por Liliana Cardoso, primeira mulher negra e primeira representante do movimento tradicionalista a assumir o cargo.

O evento também atrai atenção nacional. O diretor artístico da escola de samba Portela participará da programação para conhecer a marcha e reunir referências para o desfile de 2026, que terá o batuque gaúcho como tema.

Para os organizadores, a mobilização é um passo para que o batuque seja reconhecido não apenas como tradição regional, mas como parte estruturante da história e da identidade afro-brasileira no país.

Editado por: Katia Marko
Tags: Mobilização popularreligiões de matriz africana
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Notícias relacionadas

Desastre climático

Deputado protocola PL que visa inclusão de políticas públicas para comunidades religiosas de matriz africana

enchentes históricas

‘Encontrei meus búzios no portão’: as histórias dos terreiros inundados no Rio Grande do Sul

após enchentes

‘Nosso povo não está nem abandonado, ele não é contado’: terreiro não consegue acessar recursos para reconstrução no RS

LIVE

O que os povos de matriz africana têm a dizer sobre a tragédia no RS?

Censo

Crenças evangélica e de matriz africana crescem, mas religião católica ainda predomina no Brasil, aponta IBGE

Veja mais

RESISTÊNCIA

Batuque gaúcho mobiliza Porto Alegre com a 2ª Marcha dos Quimbandeiros neste sábado (16)

IMORTAL

Milton Hatoum, escritor amazonense, é eleito imortal da Academia Brasileira de Letras

ADOECIMENTO

Educadores denunciam assédio, sobrecarga e precariedade em coordenadoria do RS

ANÁLISE

‘Inexpressivo e despreparado’: especialistas questionam pré-candidatura de Zema à presidência

100 anos com Fidel

Cuba receberá Quarta Assembleia Continental da Alba Movimentos em 2026: ‘Cem anos caminhando com Fidel’

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.