A 3ª Conferência Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário da Zona Sul reuniu, nos dias 11 e 12 de agosto, representantes do poder público, agricultores e agricultoras de matriz familiar e camponesa, organizações da sociedade civil, instituições de ensino, movimentos sociais e instituições de pesquisa para discutir caminhos para o fortalecimento do campo na região.
O evento integra as etapas preparatórias da 3ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (3ª CNDRSS), do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf). Organizadores definiram a atividade realizada como “um encontro vivo do campo, onde agricultores, pesquisadores e poder público discutiram o futuro dos povos rurais e da agricultura familiar”.

Contando com atividades em ambiente virtual (realizadas na segunda-feira, 11) e presencial (realizadas na terça-feira, 12), a etapa territorial envolveu mais de 100 pessoas na sede da Embrapa Clima Temperado. As atividades iniciaram com a apresentação do diagnóstico da região e explanação sobre políticas públicas que circulam na zona sul do RS, bem como aspectos do Plano de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário proposto para o território.
A pauta do encontro abordou também temas estratégicos do segmento, como políticas públicas de fortalecimento da agricultura familiar e camponesa, comunidades tradicionais, da economia solidária, desenvolvimento rural sustentável e a escolha de delegados e delegadas que irão representar a região na etapa estadual, prevista para novembro. A próxima atividade no RS deve contemplar o Vale do Taquari, no dia 20 de agosto.
Governo Federal prioriza Conferência
Milton Bernardes, superintendente estadual do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar no Rio Grande do Sul, destacou a importância do encontro como elo de aproximação com os territórios e oportunidade de efetivar uma construção coletiva. “A conferência é um momento importante, pois além das políticas públicas que temos, começamos a pensar no próximo período. O encontro é para que possamos construir as propostas”.
Entre os temas abordados, estiveram em destaque a reforma agrária, transição agroecológica e fortalecimento das políticas públicas, “mostrando que que a Zona Sul não espera o futuro chegar, ela constrói esse futuro no presente, com participação, coragem e vontade”. Também foram apresentadas aos presentes informações sobre o Plano Safra 2025/2026.

O objetivo da 3ª CNDRSS é construir um Documento Final com propostas que vão nortear a atuação do Governo Federal para povos do Campo, das Águas e das Florestas, através de 5 eixos temáticos: Papel do Brasil Rural como resposta à emergência climática e às demais crises globais; Transformação agroecológica dos Sistemas Alimentares e do Brasil Rural; Democratização do acesso ao território, à terra e à água; Direitos sociais e Bem Viver; e Estado, participação popular e políticas públicas para o Brasil Rural.
“O campo gaúcho respira e pulsa aqui pela voz dos seus protagonistas, pela força da organização, pela mobilização e pela tecnologia a favor do diálogo”, arrematou Bernardes.
Participação segue aberta em site
Além das etapas territoriais, como a realizada na Zona Sul, a 3ª CNDRSS também conta com uma etapa digital, que permite a participação de qualquer pessoa pela internet. É possível enviar propostas, votar em ideias e contribuir para a construção das políticas públicas para o campo acessando www.gov.br/cndrss3.
A conferência faz parte de um processo nacional que valoriza o direito constitucional à participação popular. As propostas construídas nas etapas territoriais seguem para as fases estaduais e, posteriormente, para o debate nacional, fortalecendo a democracia e o diálogo no campo brasileiro
(*) Com informações da imprensa MDA e CONTRAF.