Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Bem Viver Saúde

Impacto ambiental

Projeto que permite corte de árvores e prédio industrial no Instituto Butantan deve ser votado semana que vem pela Câmara de SP

Moradores da região e parlamentares afirmam que projeto de ampliação do instituto deve ter impacto ambiental negativo

15.ago.2025 às 04h00
São Paulo (SP)
Caroline Oliveira
Projeto que permite corte de árvores e prédio industrial no Instituto Butantan deve ser votado semana que vem pela Câmara de SP

Hoje, o Instituto Butantan possui 750 mil metros quadrados de área verde - Reprodução/Google Earth

A Câmara Municipal de São Paulo deve, na próxima semana, votar em segundo turno o projeto de lei que prevê mudanças no Plano de Intervenção Urbana (PIU) Arco Pinheiros, que abrange bairros como Vila Leopoldina, Jaguaré e Butantã. 

O objetivo do projeto de lei 691/2025 é permitir a ampliação do Instituto Butantan para o aumento da capacidade produtiva de vacinas como contra o HPV e dTpa (que previne difteria, tétano e coqueluche). Para isso, o projeto de autoria do prefeito Ricardo Nunes (MDB) muda o coeficiente de aproveitamento máximo, que é a relação entre a área construída e o espaço total do terreno, e aumenta o limite de altura máxima para novos prédios para 48 metros, o que equivale a aproximadamente 15 andares.

Uma das queixas dos contrários ao projeto é que a ampliação deve resultar na derrubada de árvores. A mata local está protegida pelo decreto estadual 30.433/1989, que considera imunes de corte, em razão de sua localização, todas as árvores existentes no Instituto Butantã. Ainda assim, o projeto inicial previa a supressão de 6,6 mil pés. No dia 6 de agosto, o Butantan apresentou mudanças e se comprometeu a reduzir para 1,7 mil, sendo 150 nativas e 1,550 espécies invasoras, como a palmeira australiana, que impedem o desenvolvimento de outras.

No dia 5 de agosto, no entanto, a liderança do governo apresentou um substitutivo ao projeto, considerado “pior” do que o projeto original pela oposição. Se o substitutivo for aprovado, o projeto original é automaticamente descartado e não será avaliado. Caso o substitutivo seja rejeitado, passa-se à votação do texto original. O novo texto foi publicado no Diário Oficial do Município na última terça-feira (11), um dia antes da última audiência pública.

O substitutivo permite a derrubada das 6,6 mil árvores inicialmente previstas e libera o loteamento de todo o terreno, alterando o mapa discutido na audiência pública, além de abrir espaço para atividades industriais de alta incomodidade. O texto também autoriza a realização de eventos no local, com níveis de ruído acima de 65 decibéis, patamar equivalente ao de áreas industriais, e autoriza a ampliação em 50% de empreendimentos já considerados problemáticos, como o atual biotério, uma instalação destinada a animais usados para fins científicos.

De acordo com a vereadora Renata Falzoni (PSB), o substitutivo é “muito mais permissivo” do que o projeto original. Além de aumentar o tamanho máximo das construções, a parlamentar explica que a proposta permite diversos usos dos espaços, incluindo o uso industrial gerador de impacto urbanístico e ambiental. “O que está sendo proposto está completamente fora do bom senso da sustentabilidade, da preservação das nossas florestas, da permeabilidade e por aí vai. É um contrassenso, um tremendo retrocesso”, diz a vereadora.  

Falzoni também questiona o uso do solo, que seria mais abrangente do que o espaço ocupado pelo Instituto Butantan atualmente. “O que que que está por trás disso? Uma especulação imobiliária? É algo que a gente precisa entender: qual é o motivo de ser mais abrangente do que a área de ocupação de uma possível futura fábrica de vacinas?”, questiona a vereadora.

Na mesma linha, a vereadora Marina Bragante (Rede), afirma que “o substitutivo piora a sugestão do que vai acontecer com o projeto com o Instituto Butantan da perspectiva de cuidado e preservação ambiental. Mas não só isso, de cuidado com as pessoas que moram, do impacto na vizinhança”. Em suas palavras, o projeto “transforma uma região de preservação ambiental e majoritariamente residencial para uma zona industrial e que libera, entre algumas aspas, a construção de indústria, o que dificulta a vida de quem está lá há muito tempo”. 

Bragante critica ainda a “guinada” dada em relação ao que vinha sendo construído entre os vereadores, a sociedade civil e o Instituto Butantan, apagado do texto mais atualizado. “O que há de pior é a quebra de confiança de um processo que vinha sendo construído a muitas mãos, tanto de vereadores e vereadoras que não necessariamente são da base, quanto os da base, quanto a sociedade. Isso para mim é muito ruim, porque diz sobre confiança no processo.”

Justificativas

Hoje, a legislação paulistana autoriza construções de até 28 metros de altura na área que contempla a Cidade Universitária, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o Butantan, definida como Zona de Ocupação Especial (ZOE). O que o projeto estabelece é dividir a região em três zonas: as áreas da Universidade de São Paulo (USP) e do IPT continuariam com a mesma regra, enquanto a área do instituto passaria a permitir novos prédios com até 48 metros.

Na justificativa, o Executivo afirma que as mudanças são necessárias para a “ampliação do parque produtivo, essenciais à produção de vacinas, soros e medicamentos monoclonais, como as vacinas da dengue, chikungunya e HPV”. O texto também sustenta que a manutenção do gabarito atual “causará a paralisação das obras”.

A proposta foi aprovada em primeiro turno em junho, com 33 votos favoráveis, seis contrários – todos do Psol – e oito abstenções – de PT, PSB e Rede. O tema passou por duas audiências públicas, a última nesta terça-feira (12). O presidente da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente e líder do governo, o vereador Fabio Riva (MDB), descartou convocar novas reuniões.

O que dizem os moradores?

Patrícia Coelho, moradora do Butantã há 25 anos e integrante do SOS Instituto Butantan, manifestou repúdio à proposta durante a segunda audiência pública. “Trata-se de um texto que desrespeita princípios básicos do planejamento urbano, ignora mais uma vez a participação da população e se mostra totalmente contraditório em relação ao que foi apresentado pelos técnicos e pelo próprio diretor do Instituto Butantã”, disse Coelho em relação à diminuição na quantidade de árvores a serem cortadas.

Os pontos do substitutivo “deixam claro que existe uma dinâmica inaceitável entre o discurso e a prática e as ações efetivas”. “A população é afastada das decisões que afetam diretamente a sua saúde física e mental. Quero reforçar que o apelo legítimo da importância das vacinas não pode ser usado como justificativa para atropelar direitos fundamentais e processos. Somos a favor da vacina, mas em local adequado e de forma sustentável. No Butantã, o que é urgente é a preservação e a recuperação ambiental do crime que já foi cometido”, concluiu a moradora.

No último dia 2 de junho, uma comissão do movimento foi recebida pelo diretor do Butantan, Esper Kallás e pelo vereador Nabil Bonduki (PT). Na ocasião, os moradores entregaram uma carta na qual deixam claro que não são contrários à produção de vacinas, mas defendem que a ampliação da capacidade produtiva deve ser feita em outras áreas da cidade, como a Fazenda São Joaquim, propriedade do instituto em Araçariguama, utilizada para a produção de soros.

“Reconhecemos a importância da ciência e o papel do Butantan na produção de vacinas e soros para melhoria do bem-estar humano”, afirmam os moradores. Por isso, classificam como “estranho” que o Instituto, “que se destaca pela pesquisa científica e uso da ciência, não parece prezar o conhecimento técnico-científico na tomada de decisão relativa à expansão de suas instalações, negligenciando os impactos ambientais, à saúde e urbanísticos, sobretudo considerando a emergência climática que vivemos”, diz o texto.

O movimento alerta que a construção de novos edifícios no parque, somada ao aumento de funcionários, agravaria problemas já gerados pela especulação imobiliária, como tráfego intenso, sobrecarga do transporte público e maior demanda por infraestrutura. A expansão do complexo industrial também implicaria grande circulação de veículos pesados para transporte de materiais, entrega de produtos e descarte de resíduos.

Mesmo com as críticas, a expansão do Instituto já foi aprovada pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). O investimento é de R$ 1,2 bilhões a serem financiados com recursos do Ministério da Saúde, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do governo estadual. 

Editado por: Thalita Pires
Tags: instituto butantan
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Notícias relacionadas

Gestão Nunes

Ricardo Nunes afasta 25 diretores da rede municipal de SP e comunidade escolar fala em ‘intervenção na educação’

Higienização

Fernanda Montenegro pede que Ricardo Nunes não despeje Teatro de Contêiner e prefeitura de SP responde em duas frases

Justiça

Prefeito Ricardo Nunes (SP) é obrigado a cumprir decreto e renomear ruas que homenageiam a ditadura

Veja mais

Impacto ambiental

Projeto que permite corte de árvores e prédio industrial no Instituto Butantan deve ser votado semana que vem pela Câmara de SP

CONSCIÊNCIA RACIAL

Frente Negra Gaúcha abre seleção para facilitadores do Programa ‘Potências Negras’

DEFESA DA CULTURA

Representações políticas e culturais acionam MPF contra concessão da Usina do Gasômetro

Agressão

Cuba reafirma que manterá missões médicas no exterior apesar das sanções dos EUA

TRUMP X BRASIL

Embaixada dos EUA avisa que negará visto a grávidas brasileiras

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.