Criado em 2005 durante o primeiro mandato do presidente Luíz Inácio Lula da Silva (PT), o programa Bolsa Atleta atingiu recorde de beneficiados em 2025 com cerca de 9,2 mil esportistas contemplados – um crescimento de cerca de 27% em relação a 2022. Em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, Iziane Marques, secretária de Excelência Esportiva do Ministério do Esporte, celebrou o marco histórico e falou sobre os principais aspectos do programa e as perspectivas para as Olimpíadas de 2028 em Los Angeles.
Para Iziane, uma das principais diferenças do Bolsa Atleta em relação aos contratos de clubes com os esportistas é a perenidade. “O programa permite que o atleta tenha uma garantia que, às vezes, até o próprio contrato não tem, porque o atleta geralmente tem contrato por temporadas e pode ficar entre uma temporada e outra desabrigado. Já com o programa, uma vez que ele entra, ele tem ali garantidas as suas 12 parcelas durante todo o ano”, diz.
O programa é dividido em seis categorias de bolsa: Atleta de Base (R$ 410); Estudantil (R$ 410); Nacional (R$ 1.025,00); Internacional (R$ 2.051,00); Olímpico/Paralímpico (R$ 3.437,00) e Pódio (R$ 5.000,00 a R$ 16.629,00). Para estar apto a concorrer às bolsas, os atletas precisam disputar as primeiras colocações em eventos calendarizados das Confederações de Esportes durante todo o ano.
“É a partir daí que eles estão aptos a se inscrever no programa. Então, no ano que vem, por exemplo, quando a gente lançar o novo edital, a gente terá os resultados dessas competições que foram indicadas pelas respectivas confederações. Assim, os atletas que nessas competições tiveram os resultados até o terceiro lugar, poderão requisitar o Bolsa Atleta”, explica a secretária.
Categoria Pódio
Criada em 2013, a categoria é direcionada a atletas com chances de medalhas e de disputar finais em Jogos Olímpicos e Paralímpicos, e já beneficiou mais de 800 esportistas. “O Bolsa Pódio tem uma diferença, porque além dos atletas estarem dentro do hall de 20 melhores do mundo, esses atletas também precisam ainda estar no caminho de medalhas para o próximo ciclo olímpico. Então, além desse critério dos 20 primeiros no ranking mundial, ele também precisa estar apto a tentar uma medalha, digamos assim, no próximo ciclo”, conta.
Nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, disputados em 2021, 19 dos 21 pódios do país (90,45%) tiveram a presença do Bolsa Atleta. Ao todo, foram seis ouros, cinco pratas e oito bronzes com atletas contemplados pelo programa executado pelo Ministério do Esporte.
Para as Olimpíadas de 2028 em Los Angeles, Iziane afirma que o preparo já começou. “Para um ciclo olímpico, Los Angeles está bem aí. Então a gente teve essa preocupação de conseguir já definir, dentro de um grupo de trabalho, esses atletas que serão contemplados no programa Bolsa Pódio, para que eles realmente possam ter esse suporte para representar bem o nosso país e conseguir essas medalhas que nós tanto queremos”, destaca Iziane.
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