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RETROCESSO

Mineração de terras raras no sul de MG ameaça meio ambiente para servir indústria armamentista

Mineradoras querem explorar área de Mata Atlântica para abastecer demandas do setor energético e bélico

18.ago.2025 às 13h55
Belo Horizonte (MG)
Mariana Ribeiro
Mineração de terras raras no sul de MG ameaça meio ambiente para servir indústria armamentista

Área pode ser degradada com extração de terras raras em Poços de Caldas. - Foto: Agência Brasil

O sul de Minas Gerais pode virar zona de sacrifício ambiental para alimentar a indústria da guerra. Mineradoras estrangeiras aguardam por licenças ambientais para a extração de terras raras em áreas de Mata Atlântica em Caldas e Poços de Caldas, municípios da região, preocupando ambientalistas e moradores.

O conjunto de 17 elementos químicos chamados de terras raras é cobiçado pela indústria tecnológica, principalmente depois da popularização de Inteligências Artificiais. No entanto, o uso das terras raras vai além da tecnologia utilizada no cotidiano e abrange a indústria armamentista.

“Por causa da resistência ao calor, as terras raras são essenciais para o funcionamento de drones, mísseis balísticos e bombas inteligentes. São materiais estratégicos também para a indústria militar”, explica o físico e ambientalista Daniel Tygel.

Conforme Tygel, as terras raras têm características que permitem a miniaturização de produtos eletrônicos, tornando possível, por exemplo, a produção de capacitores menores.

“As terras raras são elementos com uma capacidade única de magnetização. Isso permite a construção de ímãs permanentes extremamente potentes, mesmo em pequenas dimensões, e que mantêm essa propriedade em altas temperaturas”, explica.

Ambientalistas e moradores da região têm alertado para a falta de participação popular nas decisões que envolvem os licenciamentos. Além disso, apontam consequências irreversíveis de uma mineração predatória no sul de Minas.

“A hora de lutar contra isso é agora. Não tem como ser depois. Será muito difícil parar depois que isso for aprovado, porque não vai parar aqui. É o começo de um grande complexo de projetos que vão modificar totalmente não só a nossa sociedade como a nossa região”, alerta a cientista política Nara Gomes, que vive em Poços de Caldas.

Duas empresas australianas aguardam pela aprovação de um licenciamento pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) para a exploração em Caldas e Poços de Caldas. Além disso, 223 empresas brasileiras e de fora do país estão autorizadas a pesquisar a viabilidade dessa atividade no local.

Risco de dano irreversível

Chamada de Planalto Vulcânico, a cratera localizada no sul de Minas é uma das maiores do Hemisfério sul e surgiu a partir de um conjunto de vulcões que sucumbiram. O território abrange municípios como Andradas, Caldas, Ibitiúra de Minas, Santa Rita de Caldas e o paulista Águas da Prata.

A região de Mata Atlântica tem espécies endêmicas de fauna e de flora e características aquíferas únicas. Além da presença de águas medicinais, a região abastece toda a bacia do Rio Grande, passando por municípios de Minas Gerais e São Paulo, encontrando o Rio Paraná e desaguando na Argentina.

“A gente é a caixa d’água que alimenta cidades envolvendo milhões de pessoas. É uma área de extrema relevância e importância ambiental”, explica o ambientalista Daniel Tygel.

As mineradoras interessadas no Planalto Vulcânico do sul de Minas pretendem explorar terras raras por meio do método de lixiviação, que pode ser feita de duas maneiras: in situ e por ciclo fechado. 

Segundo o físico, a lixiviação in situ perfura o solo e injeta ácido para extrair a argila iônica. Esse método foi abandonado na China — maior referência mundial em extração de terras raras — devido aos impactos ambientais agressivos provocados no país.

Já o método de lixiviação por ciclo fechado não deixa de ser perigoso, uma vez que a tecnologia não está consolidada. Além disso, o ambientalista alerta para a grande quantidade de terra que precisaria ser extraída.

“É uma coisa alucinante: você tira a argila, leva para um local fechado e, nesse local fechado, faz a lixiviação. É preciso grandes volumes para poder explorar, porque, para cada tonelada que você lixiviou, você só consegue tirar 1,5 kg ou 2 kg no máximo de carbonato de terras raras”, explica Tygel. 

Resistência cresce

Em resposta ao avanço da mineração predatória no sul de Minas, surgiram movimentos locais como a Aliança em Prol da APA da Pedra Branca e o grupo Terra Viva. A militância exige debates públicos, estudos ambientais independentes e soberania popular.

Além da audiência pública realizada em fevereiro em Caldas, ativistas divulgam um abaixo-assinado em Poços de Caldas. Para Nara Gomes, essa é uma oportunidade de pressionar a prefeitura poços-caldense e também de informar a população. 

“Não estamos tendo nenhuma dificuldade em convencer as pessoas de que isso é um problema. É muito escancaradamente ruim para a população”, finaliza. 

Também em Poços de Caldas, a Justiça Federal suspendeu a cessão de uma área do campus da Universidade Federal de Alfenas (Unifal) para uso de uma das mineradoras. A decisão foi fruto de uma Ação Civil Pública movida pela Aliança em Prol da APA da Pedra Branca e reconheceu irregularidades no projeto.

Editado por: Ana Carolina Vasconcelos
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