Indicado pelo vereador de Belo Horizonte Bruno Pedralva (PT), o fundador do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stedile será homenageado pela Câmara dos Vereadores de BH com o Grande Colar do Mérito Legislativo, principal honraria concedida pela Casa Legislativa. A premiação acontece todos os anos no mês de dezembro.
Gaúcho da cidade de Lagoa Vermelha, Stedile é conhecido por ser um dos fundadores do MST. Formado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), ele atuou nos sindicatos do meio rural e na Comissão Pastoral da Terra (CPT) ainda nos anos da ditadura.
Esteve à frente na mobilização de trabalhadores rurais na luta pela reforma agrária e hoje atua como membro do coletivo da coordenação nacional do MST e contribui com diversas articulações internacionais de movimentos sociais, como a Via Campesina, a Assembleia Internacional dos Povos (AIP) e ALBA Movimentos.
Em 2015, Stedile foi homenageado com a Medalha Inconfidência, maior honraria concedida pelo governo de Minas, em reconhecimento por seu trabalho à frente da luta pela reforma agrária e pelos direitos dos trabalhadores sem terra.
O MST em Minas Gerais
Foi no dia 12 de fevereiro de 1988 que trabalhadores rurais ocuparam a fazenda Aruega, na cidade de Novo Cruzeiro, localizada no Vale do Jequitinhonha. Assim surgiu o MST em Minas Gerais. Desde então, o movimento conquistou grandes feitos no estado, transformando vidas e lutando pelo acesso à terra, educação e cultura.
Hoje, o movimento conta com mais de 43 assentamentos no estado. Em março deste ano, o presidente Lula (PT) reconheceu o Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, no Sul de Minas, após 27 anos de resistência e de lutas. O território é ocupado por 459 famílias, dividas em 11 acampamentos.
Em sua totalidade, as famílias produzem e comercializam mais de 160 alimentos de qualidade, tais como mandioca, feijão, hortaliças, milho e café. No caso do café, são mais de 2,2 milhões de pés do fruto, que, colhido, torrado, empacotado e comercializado sob a marca Guaií (do guarani, “semente boa”), tornou-se referência nacional de qualidade.