O presidente chinês Xi Jinping recebeu nesta terça-feira (26), no Grande Salão do Povo, em Pequim, o presidente da câmara baixa do parlamento russo, conhecido como Duma, Vyacheslav Volodin.
Volodin participou da 10ª reunião da Comissão Interparlamentar de Cooperação entre a Assembleia Federal da Federação Russa e a Assembleia Popular da China, fundada em 2005.
Na plataforma digital russa Max, o presidente da Duma afirmou que a pauta da comissão contou com discussões sobre a pressão das sanções e a interferência externa; a expansão das relações comerciais e econômicas; a proteção da verdade histórica (em referência à Segunda Guerra Mundial); além de intercâmbios de jovens para fortalecer a cooperação humanitária.
Além da agenda de reuniões, houve a preparação para a próxima visita do presidente russo, Vladimir Putin, que participará da cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) em 31 de agosto a 1º de setembro, em Tianjin.
Celebrações
No encontro com o parlamentar russo, Xi destacou as comemorações dos 80 anos da Guerra Mundial Antifascista, tanto em Moscou – onde esteve presente em 9 de maio para a celebração do Dia da Vitória –, como no próximo desfile no dia 3 de setembro em Pequim. “A China e a União Soviética, como principais campos de batalha na Ásia e na Europa na Segunda Guerra Mundial, respectivamente, fizeram grandes sacrifícios nacionais na luta contra o militarismo japonês e a agressão fascista alemã, e contribuíram significativamente para a vitória na Segunda Guerra Mundial”, disse o presidente chinês.
Xi também chamou os dois países a aprofundarem “ainda mais a confiança mútua estratégica, a fim de conduzir a ordem internacional em direção a maior justiça e equidade”.
Volodin destacou, ainda, as celebrações: “Gostaria de enfatizar que, por ocasião do 80º aniversário da vitória na Guerra Mundial Antifascista, estamos prontos para comemorar este evento com o povo chinês, pois é nossa vitória comum”, disse o presidente da Duma a Xi Jinping.
Cooperação e diálogo parlamentar
O presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao Leji, propôs a Volodin o fortalecimento dos intercâmbios entre mulheres, jovens representantes e parlamentares, além do incentivo à cooperação entre instituições legislativas locais dos dois países. A fala foi feita durante a 10ª reunião da Comissão Interparlamentar de Cooperação entre a Assembleia Federal da Federação Russa e a Assembleia Popular da China.
A Assembleia Popular Nacional da China possui mecanismos de diálogos com diversos órgãos legislativos no mundo, incluindo o Brasil. Em 2006, os países criaram o mecanismo de intercâmbio regular entre o corpo legislativo da China e a Câmara de Deputados do Brasil.
Zhao também defendeu uma comunicação e coordenação próximas entre os dois lados nos mecanismos multilaterais, “para defender resolutamente os resultados da vitória da Segunda Guerra Mundial, promover uma perspectiva histórica correta sobre a Segunda Guerra Mundial, salvaguardar o sistema internacional centrado na ONU, praticar o verdadeiro multilateralismo e avançar na construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade”.
80 anos da vitória da Guerra Mundial Anti-fascista
De Pequim, Vyacheslav Volodin se dirigiu a Changchun, capital da província de Jilin, no nordeste chinês, onde a delegação russa prestou homenagens ao memorial dos aviadores soviéticos libertadores. Volodin e os membros da delegação colocaram uma coroa de flores no memorial recém-restaurado na Praça Popular de Changchun, e prestaram um minuto de silêncio em memória dos soldados soviéticos do Front de Transbaikal, que morreram em combate ao entrar na cidade em 1945.
Volodin agradeceu “à liderança do país, a todo o povo chinês por tal atenção e cuidado com os memoriais aos libertadores, àqueles que morreram, dando suas vidas pela liberdade do povo chinês, pela paz na Terra”.
“Gostaria de expressar palavras de gratidão pela atenção com que aqui na China vocês tratam a memória histórica, nossos enterros, memoriais aos soldados e oficiais soviéticos”, acrescentou Vyacheslav Volodin.
O presidente da Duma ressaltou ainda que “o memorial restaurado, erguido há 80 anos, é um exemplo para muitos países europeus que se consideram mais esclarecidos e capazes de portar alguns valores”.
Nos últimos anos, países europeus como Polônia e República Tcheca, e ex-repúblicas soviéticas como Letônia e Estônia, têm retirado de espaços públicos monumentos em homenagem a soldados soviéticos pela vitória contra o nazismo, num processo de revisionismo histórico.
*Com informações das agências Xinhua, TASS e RIA Novosti.