Entre os dias 29 e 31 de agosto, Belo Horizonte recebe o Cine Paraopeba, que reúne produções audiovisuais realizadas por pessoas atingidas pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, no ano de 2019. O evento será no Cine Santa Tereza, com entrada gratuita, e inclui exibição de filmes, debates, oficinas e exposição fotográfica.
Organizado pela Aedas, entidade que presta assessoria técnica a comunidades atingidas, o Cine Paraopeba propõe reflexões sobre os territórios, a luta por reparação e o papel da memória. A programação conta com cinco sessões, entre elas produções das assessorias técnicas independentes (ATI) e de coletivos locais, além de curtas da produtora mineira Filmes de Plástico, reconhecida internacionalmente.
Para a coordenadora de comunicação da Aedas, Elaine Bezerra, a mostra é um convite à população da capital mineira para se conectar de forma sensível com as histórias das pessoas atingidas.
“São narrativas que demarcam um cinema de vivência e convidam seus espectadores para um mergulho no Paraopeba, reafirmando a resistência das pessoas atingidas que lutam pela reparação dos direitos violados desde 2019”, afirma.
Segundo Bezerra, o evento entende o cinema como um espaço de direito e formação, no qual oficinas, debates e exibições buscam dialogar com a realidade das comunidades ribeirinhas, indígenas, pescadoras, quilombolas e urbanas que vivem às margens do rio Paraopeba e enfrentam as consequências do rompimento.
Além das sessões de filmes, o público poderá visitar a exposição fotográfica Histórias Atingidas – Retratos, que reúne imagens de familiares de vítimas, agricultores, jovens, mulheres, povos tradicionais e pessoas com deficiência. A mostra é acompanhada de uma peça sonora que mistura depoimentos e sons cotidianos das comunidades, ampliando a experiência para além do visual.
Serviço
Cine Paraopeba – Mostra Audiovisual de Atingidos
Quando: 29, 30 e 31 de agosto
Onde: Cine Santa Tereza – Praça Duque de Caxias, 228, bairro Santa Tereza, Belo Horizonte
Entrada gratuita
Confira a programação:
29 de agosto (sexta-feira)
Oficinas para adultos (exclusivas para atingidos): videoativismo, cineclubismo, expressão corporal, cenários & artes.
Oficinas para crianças (exclusivas para atingidos): Fotografando pelas janelas e Audiovisual em 1 minuto.
19h – Abertura e Sessão Aedas: Exibição de nove curtas feitos por atingidos, seguida de debate com diretores e a pesquisadora Liana Lobo (UFMG).
30 de agosto (sábado)
17h – Sessão Águas Infantil: Exibição de cinco filmes sobre encontro com as águas e tradições, seguida de debate com equipe de Pedagogia da Aedas.
19h – Sessão Águas Adulto: Quatro filmes sobre a resistência de indígenas, ribeirinhos, pescadores e foliões. Debate com representantes dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bacia do Paraopeba.
31 de agosto (domingo)
17h – Sessão Assessorias Técnicas Independentes: Exibição de filmes produzidos pelas instituições que acompanham as comunidades atingidas, seguida de debate.
19h – Sessão Filmes de Plástico: Encerramento da mostra com três filmes da produtora mineira, referência internacional por retratar de forma sensível as periferias de Minas Gerais. Presença de representante da produtora.