A presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff e o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, estarão presentes no desfile militar do dia 3 de setembro em Pequim, como parte das comemorações do 80º aniversário da vitória da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e da Guerra Mundial Antifascista.
A confirmação foi feita nesta quinta-feira (28) pelo ministro assistente das Relações Exteriores, Hong Lei, que detalhou a lista de líderes e representantes de 26 nações (veja a lista completa no final desta matéria).
Além de Celso Amorim e Dilma Rousseff, as outras lideranças latino-americanas e caribenhas confirmadas para o desfile militar em Pequim incluem o presidente cubano Miguel Díaz-Canel, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez e o assessor em Investimentos, Comércio e Cooperação Internacional da Presidência da Nicarágua, Laureano Ortega.
Estão confirmados também o presidente russo Vladimir Putin, o líder norte-coreano Kim Jong-un e o presidente cubano Miguel Díaz-Canel. Líderes de países como Irã, Indonésia, Malásia e Paquistão também devem comparecer, marcando uma forte presença do Sul Global.
A cerimônia contará com um discurso do presidente chinês Xi Jinping, que fará uma revista às tropas e destacará a contribuição da China para a vitória na Segunda Guerra Mundial e o seu compromisso com a paz e a justiça global. O evento exibirá equipamentos militares de produção nacional, sinalizando os avanços da modernização do Exército de Libertação Popular.
Perspectiva histórica correta
As comemorações visam honrar os mártires da guerra e defender a versão da história correta sobre a guerra.
Tanto Rússia quanto China vêm defendendo a necessidade de não tergiversar a história recente. Do lado europeu, nos últimos anos países como Ucrânia, Polônia e República Tcheca, e ex-repúblicas soviéticas como Letônia e Estônia, têm destruído ou retirado homenagens a soldados soviéticos pela vitória contra o nazismo. Em 2023, a Alemanha proibiu bandeiras soviéticas e russas nas comemorações do Dia da Vitória.
Na Ásia, o Japão é frequentemente apontado pela prática de minimizar os males que causou ou até reivindicar figuras de criminosos de guerra. China e Coreia, por exemplo, já criticaram publicamente as homenagens feitas por líderes japoneses no Santuário Yasukuni, um espaço dedicado a homenagear mais 2,5 milhões de pessoas que morreram a serviço do Japão em conflitos armados desde o final do século XIX. O santuário, porém, inclui o nome de alguns dos principais criminosos da Segunda Guerra Mundial.
Em 2015, quando a China celebrou pela primeira vez com um desfile à vitória contra a Agressão Japonesa, o então primeiro-ministro Shinzo Abe, publicou uma declaração afirmando “não devemos permitir que [as gerações futuras] sejam predestinadas a se desculpar”. A fala foi interpretada como uma forma de o Japão querer apagar a história.
Veja os nomes dos 26 chefes de Estado e de governo convidados para participar das celebrações do 80º aniversário da vitória da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e da Guerra Mundial Antifascista:
Presidente da Rússia, Vladimir Putin;
Secretário-Geral do Partido dos Trabalhadores da Coreia e Presidente dos Assuntos de Estado, Kim Jong Un;
Rei do Camboja, Norodom Sihamoni;
Presidente do Vietnã, Tô Lâm;
Secretário-Geral do Comitê Central do Partido Popular Revolucionário Laosiano e Presidente, Thongloun Sisoulith;
Presidente da Indonésia, Prabowo Subianto;
Primeiro-Ministro da Malásia, Anwar Ibrahim;
Presidente da Mongólia, Ukhnaagiin Khürelsükh;
Primeiro-Ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif;
Primeiro-Ministro do Nepal, KP Sharma Oli;
Presidente das Maldivas, Mohamed Muizzu;
Presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev;
Presidente do Uzbequistão, Shavkat Mirziyoyev;
Presidente do Tajiquistão, Emomali Rahmon;
Presidente do Quirguistão, Sadyr Japarov;
Presidente do Turcomenistão, Serdar Berdimuhamedow;
Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko;
Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev;
Primeiro-Ministro da Armênia, Nikol Pashinyan;
Presidente do Irã, Masoud Pezeshkian;
Presidente do Congo (Brazzaville), Denis Sassou Nguesso;
Presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa;
Presidente da Sérvia, Aleksandar Vučić;
Primeiro-Ministro da Eslováquia, Robert Fico;
Primeiro Secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e Presidente, Miguel Díaz-Canel;
Presidente Interino de Mianmar, Myint Swe.