A Justiça italiana decidiu, nesta quinta-feira (28), manter presa a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), detida desde 29 de julho na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma, enquanto aguarda o julgamento do pedido de extradição feito pelo Brasil.
“A turma entende que o risco de fuga, que a defesa insiste em negar, deve ser avaliado à luz da conduta comprovada da interessada antes de sua prisão”, diz a sentença.
Zambelli foi presa na Itália após fugir do Brasil dias antes de ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão. Ela foi considerada culpada de ser a mentora de uma invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A decisão desta quinta-feira ocorre no dia seguinte à audiência no Tribunal de Apelações de Roma, com a presença da parlamentar. Na sessão, o juiz pediu mais tempo para analisar documentos apresentados pela defesa, que solicitou sua soltura alegando problemas de saúde. Anteriormente, porém, a Justiça italiana encomendou um laudo médico que concluiu que a parlamentar possui condições de seguir na penitenciária.
Além da condenação por invasão de sistemas do CNJ, Zambelli foi sentenciada no Brasil, no último dia 22, a cinco anos e três meses de prisão por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com uso de arma de fogo. O episódio ocorreu na véspera do segundo turno das eleições de 2022, quando ela perseguiu com uma pistola um apoiador do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A pena foi fixada pelo STF por nove votos a dois.