A Central Única dos Trabalhadores (CUT) celebrou na noite desta quinta-feira (28) seus 42 anos de fundação no Distrito Federal. No teatro dos Bancários, o ato político reuniu dirigentes sindicais, parlamentares, movimentos populares e representantes da sociedade civil. A comemoração teve como destaque a trajetória da entidade no Distrito Federal e a contribuição da central para a organização da classe trabalhadora e os desafios atuais diante do cenário político e econômico do país.
Ex-presidente da CUT-DF, o deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF) relembrou momentos da fundação da central. “E nós organizamos a primeira greve da Nova República, que foi no dia primeiro de abril de 1985, a greve dos rodoviários do Distrito Federal. E a única coisa que a gente queria é que os rodoviários deixassem de ser explorados e a greve deu certo. E aí nós fomos avançando e chegamos a ser a potência que nós somos”, destacou o parlamentar, que foi eleito como presidente da CUT-DF em 1980.
Além do resgate histórico, o evento tratou dos desafios atuais da classe trabalhadora. “A CUT não luta apenas pelos interesses imediatos ou as condições de trabalho ou salariais dos trabalhadores e trabalhadoras, ela luta contra todas as formas de discriminação. Ela luta para que o local de trabalho seja um local onde a gente se encontre e não onde a gente perde as nossas esperanças e a nossa própria alegria”, destacou a ex-presidente da CUT-DF, a deputada federal Érika Kokay (PT-DF).
A parlamentar também destacou a importância da defesa da soberania nacional. “Quando a gente diz sem anistia, a gente também tá dizendo, o Brasil é soberano. E soberania significa que nós não vamos estender a bandeira nacional para ser pisoteada pelos interesses estadunidenses”, ressaltou.
Em entrevista ao Brasil de Fato DF, o deputado distrital Gabriel Magno (PT-DF) destacou o papel da CUT na construção da democracia brasileira, desde as greves do ABC durante a ditadura militar até a resistência ao neoliberalismo nos anos 1990. Para ele, a CUT é referência por incorporar pautas como feminismo, combate ao racismo, à LGBTfobia e à destruição ambiental, ampliando a agenda do movimento sindical. “A CUT faz parte da história da democracia e dos direitos do povo brasileiro”.
Defesa da democracia
A defesa da classe trabalhadora diante de ataques à democracia, soberania e riquezas nacionais também foram destaques do ato político. A vice-presidenta nacional da CUT Juvândia Moreira falou sobre a necessidade de regulamentação das redes sociais e a importância da unidade.
“É um momento muito importante e a gente conta com cada um de vocês para organizar os atos do dia 7 de setembro e construir a luta junto com outros movimentos. O Brasil precisa da CUT e de sua militância para acabar com a escala 6×1, taxar as grandes fortunas e defender a soberania nacional”, afirmou.
Frentes populares
Representante da Frente Povo Sem Medo, Rud Rafael reforçou a dimensão internacional da entidade, considerada uma das maiores centrais sindicais do mundo. Ele defendeu um projeto de soberania nacional que inclua políticas para segurança alimentar, reforma agrária, soberania energética, digital e tecnológica.
“Precisamos construir uma luta com os ideais de soberania de hoje, uma luta que represente esses ideais da soberania no Brasil de hoje, uma soberania com direitos para para classe trabalhadora, pelo fim da escala 6 por 1, pela redução da jornada de trabalho”, destacou o dirigente nacional do Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Representando a Frente Brasil Popular, Ângela Amaral destacou a importância da unidade entre movimentos sociais, centrais sindicais e partidos políticos em defesa da democracia, da soberania e contra as privatizações. “As privatizações não podem avançar, os ataques aos trabalhadores não podem avançar e nós precisamos estar na linha de frente para defender a classe trabalhadora e todos os territórios do Distrito Federal”, reforçou.
Plenária Distrital
O ato em homenagem aos 42 anos marcou o início da 17ª Plenária Distrital da CUT-DF. Nesta sexta-feira (29) os debates continuaram com temas sobre a conjuntura do DF, direitos trabalhistas, competência constitucional, defesa da democracia e comunicação.
No sábado (30), os debates começam às 9h, com o tema “Desafios e Perspectivas da CUT no atual cenário político e sindical”. Em seguida, às 11h, serão discutidas e aprovadas as emendas que serão enviadas à Plenária Nacional da CUT. Às 11h30, haverá a apresentação da pesquisa “O Futuro do Sindicalismo”.
Na parte da tarde do sábado, será realizada a aprovação da recomposição da diretoria da CUT-DF, às 14h, e para fechar a plenária, será eleita a delegação para a Plenária Nacional da CUT.
“Será um momento de fortalecimento da Central, com debates intensos e a oportunidade de usar os instrumentos disponíveis para construir um Brasil mais justo para todas e todos”, disse o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues.
*Com informações da CUT-DF
