Um ataque israelense realizado na quinta-feira (28) matou o primeiro-ministro do governo Houthi Ahmad Ghaleb al-Rahwi e outras lideranças do grupo rebelde pró-palestina, que governa o Iêmen e é aliado do Irã.
A morte da autoridade do Iêmen e de vários outros ministros no ataque à capital Sana foi confirmada neste sábado (30) pela agência de notícias do governo iemenita, citando uma declaração do chefe do Conselho Político Supremo dos houthis, Mahdi al-Mashat.
Ahmad Ghaleb al-Rahwi assumiu o cargo de primeiro-ministro há pouco menos de um ano, mas não integrava o círculo interno da liderança Houthi e nem era considerado o líder de fato do governo. Esse papel era atribuído a seu vice, Mohamed Moftah, que passa a assumir as funções de primeiro-ministro.
Israel alegou que o bombardeio contra os Houthis teve como alvo o chefe do Estado-Maior, o ministro da Defesa e também altos funcionários alinhados ao Irã, mas que ainda estava analisando o resultado da operação.
Não ficou claro, a partir da declaração de Mashat, se o ministro da Defesa Houthi estava entre as vítimas.
Contexto
Apoiados pelo Irã, inimigo de Israel, os houthis estão em guerra com o governo do Iêmen desde 2014 e controlam grande parte deste país da Península Arábica, situado a mais de 1,8 mil quilômetros do território israelense.
Juntamente com o grupo palestino Hamas e o Hezbollah libanês, os houthis fazem parte do que o Irã apresenta como o “eixo da resistência” contra Israel e têm atacado embarcações no Mar Vermelho em atos que descrevem como solidariedade aos palestinos em Gaza.
Teerã nega fornecer ajuda militar aos houthis.
Os houthis também já lançaram mísseis, a maioria interceptada, contra Israel, que respondeu com ataques a áreas controladas pelos Houthis no Iêmen, como o estratégico porto de Hodeidah.
Os Estados Unidos, principal apoiador de Israel, atacavam posições rebeldes no Iêmen desde janeiro de 2024, sob a presidência do democrata Joe Biden, e intensificaram a ofensiva desde o retorno de Trump à Casa Branca, em 20 de janeiro.
