O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, que começa no Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima terça-feira (2), deve ser acompanhado em tempo real pelo governo de Donald Trump, que pode acionar novas sanções econômicas de acordo com o andamento do processo.
A informação foi publicada pela colunista Mariana Sanches, do Uol, que cita fontes não identificadas. A coluna diz ainda que a Casa Branca e o Departamento de Estado não responderam à consulta sobre o teor das novas retaliações. Entretanto, uma apuração da jornalista indica possíveis sanções financeiras, novas rodadas de cassação de vistos a autoridades brasileiras e a revisão da lista de produtos nacionais sujeitos ao tarifaço de 50% imposto recentemente pelo governo estadunidense.
O texto diz também que durante o julgamento, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) e o comentarista Paulo Figueiredo devem viajar a Washington para fornecer informações diretamente à gestão Trump. Ambos têm atuado em defesa de medidas de pressão contra o Brasil, com o objetivo de forçar a aprovação de uma anistia a Bolsonaro e seus aliados.
O julgamento no STF tem chamado atenção fora do país. Recentemente, a revista britânica The Economist publicou uma imagem do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro caracterizado como um dos símbolos da invasão extremista do legislativo dos EUA. Esta edição do que é considerada a ‘Bíblia do liberalismo’ elogia a democracia do Brasil às vésperas do início do julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
“Imagine um país onde um presidente polarizador perde sua tentativa de reeleição e se recusa a aceitar o resultado. Ele declara a votação fraudada e usa as redes sociais para incitar seus apoiadores a se rebelarem. Eles o fazem, aos milhares, atacando prédios do governo. Então, a insurreição fracassa, o ex-presidente enfrenta uma investigação criminal e os promotores o levam a julgamento por planejar um golpe”, começa a reportagem de capa, que diz que o relato acima se assemelha “a uma fantasia da esquerda americana”, mas é realidade no Brasil.