Em cerimônia realizada neste sábado (30), em Porto Alegre, o deputado estadual Valdeci Oliveira tomou posse como presidente do PT no Rio Grande do Sul. O ato reuniu lideranças políticas, sindicais e de movimentos sociais, convertendo-se em um chamado para a unidade dos partidos de esquerda e centro-esquerda nas eleições de 2026 no Estado.
Em seu discurso, Valdeci destacou que sua gestão terá como prioridade fortalecer o PT internamente e construir uma ampla frente política no Rio Grande do Sul. “Agora, é trabalhar muito em direção à unidade do centro democrático e à defesa total do governo Lula e da soberania e da democracia”, afirmou, ressaltando que o objetivo é somar forças para derrotar a extrema-direita e recolocar o Estado em sintonia com as transformações nacionais.
O deputado dividirá a gestão com a deputada Sofia Cavedon, que assumirá a presidência estadual do partido nos dois anos seguintes. O ato marcou também a transição da ex-presidenta Juçara Dutra Vieira, homenageada pela militância por sua trajetória e pioneirismo à frente do PT-RS.
A posse contou com a presença de representantes de partidos do campo democrático e popular, como Antonio Augusto Medeiros (PCdoB), Márcio Souza (PV), Beto Albuquerque (PSB) e Juliana Brizola (PDT), além da ex-deputada Manuela D’Ávila. Também estiveram presentes os ex-governadores Olívio Dutra e Tarso Genro, parlamentares, prefeitos, vereadores, dirigentes sindicais e lideranças de movimentos sociais como CUT, MST e UNE.
O tom comum entre os discursos foi a defesa da unidade das forças de esquerda e centro-esquerda para enfrentar as eleições de 2026 no Estado. Juliana Brizola, pré-candidata ao governo pelo PDT, foi aplaudida ao defender explicitamente a formação de uma coalizão em torno de Lula no RS. “O flerte com o golpismo, a falta de compromisso com a democracia e com o povo e a história do nosso país, fazem com que nosso campo tenha uma responsabilidade muito grande neste momento. É o momento de todos sentarmos à mesa e nos despirmos de vaidades, para que possamos apresentar ao RS um retorno do que o RS é. Venho aqui dizer para todos vocês, olho no olho, que o PDT quer construir um grande palanque para o presidente Lula”, afirmou a pedetista, segundo o jornal Correio do Povo.

Na mesma linha, o deputado federal Edegar Pretto, candidato ao Piratini em 2022 e cotado para a disputa em 2026, sublinhou a necessidade de ampliar a frente nacional liderada pelo governo Lula e de transformá-la em força para reconquistar o Palácio Piratini. “Essa frente que governo País ao lado do presidente Lula, não só tem que ser mantida, tem que ser expandida. E que esse exemplo se caracterize numa grande força política para nós voltarmos a governar o Rio Grande do Sul. Nós temos a oportunidade de mostrar para a extrema-direita, mas também para essa direita que se achava muito inteligente e achava que as políticas e bandeiras que a gente defendia, a importância das políticas públicas do Estado, eram obra do atraso. Esses inteligentes, que acabaram com a gestão do Estado, não estão conseguindo gastar os mais de R$ 100 bilhões que o Lula destinou para reconstruir o nosso Rio Grande do Sul. Acabaram com a ciência, acabaram com as fundações, venderam a CEEE e a Corsan a troco de nada, a preço de banana. Eu quero ter o gostinho dessa frente, estar no Palácio Piratini e revisar esses contratos mal feitos. O que depender desse companheiro, nós vamos estar juntos para formar uma frente para reeleger o presidente Lula e eleger o nosso projeto aqui no RS”, disse Edegar Pretto.
Já Manuela D’Ávila afirmou que estava feliz em presenciar a construção da possibilidade de uma frente unificada dos partidos do campo progressista. “Não dá para esconder a felicidade que a gente está sentindo. Nossa felicidade é qual? A felicidade da possibilidade da unidade, a felicidade da possibilidade de mostrar para o povo que é possível vencer, é possível e é preciso vencer, para que o Rio Grande contribua com Lula, mas para que a gente garanta para o nosso povo, que se viu diante da maior catástrofe e consequência da emergência climática, que esse povo pode viver com dignidade, merece ser feliz e deve acreditar que um outro futuro, um outro caminho é possível”, disse.