A tradicional mobilização em torno do plebiscito popular realizada na feira da General Glicério, no bairro Laranjeiras, da zona sul do Rio de Janeiro, recebeu uma presença de máximo respeito no último domingo: o rapper Marcelo D2. Sua participação foi registrada pela vereadora Maíra do MST (PT) nas redes sociais.
Em resposta à vereadora sobre o motivo da necessidade de taxação dos super-ricos, o rapper disse que é preciso desafogar o trabalhador. “A gente tem muita coisa para consertar nesse país, sabe. Desafogar um pouco o trabalhador, porque a gente carrega esse país nas costas”. Em artigo publicado no Brasil de Fato, a parlamentar registra que quem paga mais imposto no Brasil são os trabalhadores. “Uma professora da rede pública do Rio de Janeiro, com salário de R$ 4.000, pode chegar a entregar até 25% da sua renda em tributos, entre imposto de renda e consumo. Enquanto isso, um bilionário brasileiro, que vive exclusivamente de lucros e dividendos, paga em média entre 5 e 6% de imposto efetivo”, escreveu.
A coleta de votos do plebiscito popular foi iniciada em 1º de julho e questiona os brasileiros se eles são favoráveis à taxação dos super-ricos – aqueles que ganham acima de R$ 50 mil mensais – e da isenção de imposto para quem ganha até R$ 5 mil, além da redução de jornada de trabalho sem redução de salário com o fim da escala 6×1. No Rio de Janeiro o plebiscito tem uma pergunta a mais e os eleitores em território fluminense estão sendo questionados também se há acordo em considerar a água e saneamento como um direito e não como mercadoria.
O voto é voluntário, presencial e o prazo foi prorrogado até o fim de setembro. Ao Brasil de Fato, o dirigente estadual de Cultura do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Fabito Ramonn lembrou que a campanha funciona como trabalho de base que deve ser permanente e um debate necessário para fazer avançar as pautas populares. “Nosso foco total é o Grito dos Excluídos no dia 7“. Após o fim da coleta, haverá a contagem de votos e a entrega de um documento para o Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.