O presidente russo, Vladimir Putin, apoiou a iniciativa do líder chinês Xi Jinping de criar um sistema de governança global mais eficaz. A declaração foi feita durante a cúpula da Organização para a Cooperação de Xangai (OCX), realizada nesta segunda-feira (1º), na cidade chinesa de Tianjin.
Segundo o líder russo, essa iniciativa é especialmente relevante em um momento em que alguns países “não desistem de seu desejo por uma ditadura nos assuntos internacionais”.
“Certamente, ouvimos atentamente tudo o que foi proposto pelo senhor Xi Jinping, de criar um novo sistema de governança global, mais eficaz e funcional. Isso é relevante em uma situação em que alguns países ainda não abandonaram seu desejo de ditadura nos assuntos internacionais”, disse Putin durante a reunião ampliada da OCX+.
Vladimir Putin observou que a OCS, criada em 2001, busca criar uma “atmosfera de paz e segurança, confiança e cooperação” no continente eurasiano.
Princípios centrais
Anteriormente, o líder chinês havia feito uma declaração sobre a necessidade de trabalhar com todos os países em um “sistema de governança global mais justo e igualitário”, promover a democratização das relações internacionais e ampliar a representação dos países em desenvolvimento.
Entre os princípios centrais da iniciativa, Xi jinping citou a igualdade soberana; a adesão aos princípios do direito internacional; o multilateralismo; a defesa de uma abordagem orientada para as pessoas; e o foco em ações concretas.
A cúpula da OCX é realizada em Tianjin entre 31 de agosto e 1º de setembro. Mais de 20 líderes mundiais participam do evento, incluindo o presidente russo, Vladimir Putin; o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi; e Xi Jinping, que representa o país anfitrião.
Nova ordem mundial
A China e a Rússia, bem como outros países, têm afirmado repetidamente a necessidade de reformar a ordem mundial. De acordo com Putin, esta ordem já está mudando, e a antiga, construída pelo Ocidente, está se tornando coisa do passado. O líder russo acrescentou que a OCX poderia representar uma liderança na formação de um sistema mais justo de governança global no mundo.
A OCX é composta por dez países: Rússia, Índia, Irã, Cazaquistão, China, Quirguistão, Paquistão, Tadjiquistão, Uzbequistão e Bielorrússia. Mongólia e Afeganistão também têm status de observadores.
Já o formato ampliado da OCX+ é uma reunião que envolve não apenas os chefes de Estado dos Estados-membros da organização, mas também países observadores e parceiros de diálogo.
Após a cúpula, o presidente russo segue para Pequim para participar das comemorações dos 80 anos da vitória da China sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial.
A agenda na China representa a segunda grande viagem internacional de Vladimir Putin em menos de um mês. A viagem mais recente, de grande impacto, foi a cúpula do Alasca, em que o líder russo se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para discutir a resolução do conflito na Ucrânia. No entanto, as negociações sobre a guerra avançaram muito pouco. Enquanto isso, Vladimir Putin aproveita para ganhar pontos diplomáticos, reforçando a parceria estratégica com Pequim e outros países aliados do Sul Global.