Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Internacional

opinião

EUA usam acusação forjada de narcotráfico como pretexto para possível ataque à Venezuela

Trump envia tropas ao Caribe e acusa Venezuela de tráfico, contrariando dados de agências dos próprios EUA e da ONU

03.set.2025 às 18h22
Vijay Prashad
|Peoples Dispatch
DF: Movimentos populares convocam ato em solidariedade à Venezuela

No dia 14 de agosto, os Estados Unidos (EUA) enviou tropas militares para as fronteiras da Venezuela.  - Carlos Garcia Rawlins/Agência Brasil

No último ano, agências do governo dos Estados Unidos passaram a repetir o nome “Tren de Aragua” como se fosse a nova al-Qaeda. Em janeiro de 2025, a Casa Branca designou o Tren de Aragua como uma “organização terrorista estrangeira”, e em março, o governo do presidente Donald Trump invocou o Alien Enemies Act (Lei de Inimigos Estrangeiros, de 1789) para alertar sobre a “invasão dos Estados Unidos pelo Tren de Aragua”. O Departamento de Estado dos EUA, em fevereiro de 2025, declarou que o Tren de Aragua era um cartel de drogas internacional, no mesmo nível de cartéis já reconhecidos como os mexicanos Las Zetas (hoje Cartél del Noreste), Sinaloa e Jalisco, bem como a Mara Salvatrucha (MS-13), que surgiu em Los Angeles (EUA) e hoje está enraizada em El Salvador graças a décadas de políticas de deportação dos EUA. Ao contrário do Tren de Aragua, esses outros cartéis são bem conhecidos e suas ações são amplamente documentadas pela Agência de Combate às Drogas dos EUA (DEA).

O relatório mais recente da DEA, referente a 2025, confirma diversos fatos sobre os cartéis que traficam grandes quantidades de drogas (de cocaína a fentanil) para os Estados Unidos. O documento contém longas seções dedicadas às gangues mexicanas e salvadorenhas, que têm raízes profundas no narcotráfico. Desde 2019, a DEA e outras agências acompanham o movimento de drogas letais que deixaram de ser transportadas via Caribe e rota terrestre centro-americana, sendo agora escoadas pelo Pacífico.

As drogas saem dos portos de Guayaquil (Equador), Esmeraldas (Equador) e Buenaventura (Colômbia) em direção a portos como Puerto Escondido (México), antes de serem levadas ao mercado norte-americano. Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas da ONU de 2025, mais de 80% dessas substâncias seguem pela costa do Pacífico, enquanto pouco mais de 10% cruzam o mar do Caribe. Há bastante tempo, a DEA avalia com precisão que a maior parte das drogas que entram nos EUA vem dos Andes, da América Central e do México.

Mas o que o Tren de Aragua tem a ver com isso, já que se trata de uma gangue prisional criada dentro do presídio de Tocorón, no centro da Venezuela (cerca de 150 km de Caracas)? A gangue foi formada em 2012 por Héctor Rushtenford “Niño” Guerrero Flores (um condenado que fugiu da prisão em 2023 e não foi mais visto desde então). A gangue de Guerrero, o Tren de Aragua, é acusada de aproveitar o fluxo migratório da Venezuela para construir sua rede nos Estados Unidos e em outros países da América Latina, expandindo suas oportunidades de tráfico por meio dessa teia migratória. No entanto, é bastante provável que essa rede real nem exista: antigos membros do Tren de Aragua teriam se consolidado como núcleos de atividade criminosa em locais distintos. Guerrero é procurado na Venezuela e está com alerta migratório no Chile, onde acredita-se que se refugiou entre os mais de meio milhão de venezuelanos presentes no país. O governo dos EUA tem Guerrero como alvo e oferece uma recompensa de US$ 12 milhões por sua prisão — mas ele permanece foragido.

Um cartel forjado

Como o governo dos EUA vai de uma preocupação legítima com a entrada de drogas no país ao envio de sete navios de guerra e um submarino nuclear ao redor da Venezuela, como parte de uma “operação reforçada de combate ao narcotráfico”? O que esses navios de guerra, posicionados fora do limite marítimo venezuelano, podem fazer para prender Guerrero, deter o Tren de Aragua ou impedir que os cartéis transportem drogas para os Estados Unidos? Guerrero provavelmente não está na Venezuela, sua gangue opera em diversos países da América Latina e nos EUA, e a maior parte das drogas segue pelo Pacífico, e não pelo mar do Caribe. Então, o que fazem esses navios de guerra na costa venezuelana, mesmo com os EUA alegando que estão em “missão anti-cartel”?

Em abril de 2025, os Estados Unidos aumentaram de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões a recompensa pela prisão do presidente venezuelano Nicolás Maduro Moros. O motivo alegado para esse aumento é a acusação de que Maduro seria o líder do Cartel dos Sóis (Cartel de los Soles). O termo foi usado pela primeira vez em 1993 para descrever atividades de oficiais militares de alta patente e agentes antidrogas envolvidos com o tráfico. Isso ocorreu muito antes da chegada de Hugo Chávez à presidência, em 1999. A expressão surgiu em referência ao símbolo do sol que adorna os uniformes dos generais venezuelanos.

Não havia um cartel propriamente dito. Após a morte de Chávez em 2013, jornalistas venezuelanos no exílio publicaram livros retomando a observação sobre os “sóis”, agora defendendo a existência de um cartel organizado — e não apenas de oficiais corruptos. Entre essas obras, estão Chavismo, Narcotráfico y Militares (2014), de Héctor Landaeta, e Bumerán Chávez: Los fraudes que llevaron al colapso de Venezuela (2015), de Emili J. Blasco. No entanto, Landaeta disse ao Miami Herald em 2015 que “o Cartel de los Soles é mais um fenômeno do que um grupo organizado”. Mesmo assim, em julho de 2025, o Departamento do Tesouro dos EUA designou o grupo como “Terrorista Global Especialmente Designado”. Entre a declaração de Landaeta em 2015 e o presente, houve quase silêncio nos documentos públicos dos EUA sobre o suposto cartel (embora uma falsa acusação de narcotráfico contra Maduro já tivesse sido usada por Trump em 2020). Não há qualquer indício de ligação entre esse “cartel” e o Tren de Aragua, que por si só é um termo genérico, longe da estrutura vertical dos grandes cartéis colombianos e mexicanos.

A gigantesca movimentação militar na costa venezuelana, o aumento da recompensa pela prisão de Maduro e a acusação de que o governo venezuelano tem vínculos com o Tren de Aragua formam a base de uma clássica intervenção militar contra a Venezuela, agora em nome da Guerra às Drogas. A ideia do Cartel de los Soles está operando como as supostas Armas de Destruição em Massa no Iraque em 2002-2003: uma tentativa desesperada do governo dos EUA de encontrar um casus belli (um motivo para a guerra) que, na realidade, simplesmente não existe.

*Vijay Prashad é um historiador, jornalista e editor indiano. É editor em LeftWord Books e diretor da Tricontinental: Institute for Social Research. É autor de mais de 20 livros, entre eles The Darker Nations and The Poorer Nations. Suas obras mais recentes incluem On Cuba: Reflections on 70 Years of Revolution and Struggle (com Noam Chomsky), Struggle Makes Us Human: Learning from Movements for Socialism, e (também com Noam Chomsky) The Withdrawal: Iraq, Libya, Afghanistan, and the Fragility of US Power.

**Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.

Traduzido por: Giovana Guedes
Ler em:
Inglês
Conteúdo originalmente publicado em Peoples Dispatch
Tags: estados unidosvenezuela
[sibwp_form id=1]

Notícias relacionadas

Ameaça militar

Celac pede que EUA retirem tropas do sul do Caribe e questiona argumentos para operação militar

Vai ajudar?

Venezuela pede ajuda contra ameaças dos EUA, mas ONU tem sido ‘ineficiente’, dizem analistas

Ataque fake

Venezuela diz que vídeo divulgado pelos EUA com ataque a barco foi feito por IA

Veja mais

opinião

EUA usam acusação forjada de narcotráfico como pretexto para possível ataque à Venezuela

IDENTIDADE REGIONAL

Queijo de cabra vira patrimônio cultural da Paraíba e fortalece agricultores da Reforma Agrária especializados na área

reciprocidade

Apesar de tensão com Trump, Sheinbaum recebe Rubio e fecha acordo de cooperação na fronteira

RIGOR HISTÓRICO

UFSC cria grupo de trabalho para proteção científica do Caminho de Peabiru

MÚSICA FRANCESA

Porto Alegre recebe Luana Pacheco & Orquestra Folie no espetáculo Édith Piaf – uma história contada em canções

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • Rússia
    • EUA
    • Cuba
    • Venezuela
    • China
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.