O presidente russo, Vladimir Putin, se reuniu, nesta quarta-feira (3), com o líder norte-coreano Kim Jong-un em Pequim, no âmbito das comemorações dos 80 anos da vitória sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial.
As conversações bilaterais duraram cerca de 2h30 e foram realizadas em duas etapas – primeiro no formato com as delegações, depois em um formato privado entre os dois líderes.
O líder russo destacou como a interação entre os países, nos últimos tempos, assumiu um “caráter de confiança e aliança”. Putin enfatizou o papel dos militares norte-coreanos nos combates na guerra da Ucrânia junto às tropas russas na região de Kursk, após a incursão ucraniana no território fronteiriço.
“Gostaria de registrar que seus soldados lutaram com coragem e heroísmo”, disse Putin, expressando “gratidão em nome do povo russo”. Ele classificou a participação norte-coreana na guerra da Ucrânia como uma “luta conjunta contra o neonazismo moderno”.
Kim Jong-un, por sua vez, disse estar satisfeito com a oportunidade de discutir o desenvolvimento das relações entre os dois países. Ele lembrou que, após a assinatura do acordo interestatal em junho de 2024, a cooperação tem se desenvolvido em todos os aspectos e em diversos setores.
O líder da Coreia do Norte enfatizou que os Estados devem alcançar novos sucessos em prol do bem-estar de seus povos.
A Rússia e a Coreia do Norte firmaram um acordo de parceria estratégica abrangente em novembro de 2024. Um dos principais pontos do acordo, o artigo 4, estabelece uma “assistência mútua em caso de agressão”. A aproximação entre a Rússia e a Coreia do Norte não é novidade. Desde o início da guerra na Ucrânia, o país asiático expressou apoio às ações russas.
Diplomacia
Antes das comemorações dos 80 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial, em Pequim, o presidente russo esteve na cidade chinesa de Tianjin para participar da Cúpula da Organização para a Cooperação de Xangai (OCX). A agenda na China representa a segunda grande viagem internacional de Vladimir Putin em menos de um mês.
A viagem mais recente, de grande impacto, foi a cúpula do Alasca, em que o líder russo se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para discutir a resolução do conflito na Ucrânia. No entanto, as negociações sobre a guerra avançaram muito pouco. Enquanto isso, Vladimir Putin aproveita para ganhar pontos diplomáticos, reforçando a parceria estratégica com Pequim e outros países aliados da região da Eurásia e do Sul Global.