Porto Alegre será palco, neste sábado (6), de duas oficinas abertas ao público dedicadas ao candombe Aafro-uruguaio, expressão cultural reconhecida como herança viva do povo afro-uruguaio. As atividades serão conduzidas por três mestres de Montevidéu, com foco na história, na dança e no toque do tambor, reunindo artistas de trajetória internacional.
O encontro com os mestres é promovido pela Comparsa Brasa Lunera. O grupo de candombe que pulsa em Porto Alegre há três anos reúne tambores, dança e comunidade em torno da afro-uruguaia reconhecida como patrimônio cultural imaterial da humanidade.
Andreína Cabrera é uma das oficineiras. Com mais de 14 anos de experiência como dançarina, vedette e coordenadora coreográfica em comparsas como Lonjas de Cuareim, Fermina, Ubuntu e Yambo Kenia, já foi premiada como Melhor Vedette nas Llamadas de Durazno e Flores. Atualmente é vedette da comparsa Más que Lonjas.
Outra oficineira, Agustina Rodríguez tem mais de 12 anos de trajetória no candombe, tanto na dança quanto na percussão. É cofundadora das comparsas La Tambora Candombe e Fermina Candombe, já integrou Lonjas de Cuareim e La Unicandó. Hoje é bailarina da comparsa Cuareim 1080.
Completa a lista de mestres Manuel Silva. Terceira geração da tradicional família, é uma das grandes referências do candombe no Barrio Sur, em Montevidéu. Atuou como jefe de cuerda da comparsa Lonjas de Cuareim, conquistando premiações nos Desfiles de Llamadas, e já levou sua experiência para oficinas no Uruguai, Argentina, Estados Unidos e Brasil.
Sobre o candombe
O Candombe é uma expressão cultural afro-uruguaia que reúne música, dança e identidade comunitária. Reconhecido pela Unesco como patrimônio cultural omaterial da humanidade, é originário dos bairros Sur e Palermo, em Montevidéu. O candombe se consolidou como símbolo de resistência, memória e celebração da diáspora africana no Uruguai.
Sobre a Comparsa Brasa Lunera
Desde sua fundação, a Brasa Lunera tem se dedicado não apenas a manter viva a chama do candombe emn Porto Alegre, mas também a fortalecer a transmissão de saberes diretamente com os grandes mestres uruguaios. Por isso, promove anualmente a vinda de referentes candombeiros para oficinas, encontros e rodas de aprendizado, criando um espaço de intercâmbio cultural e resistência.
A cada batida de tambor, a Brasa Lunera reafirma sua existência e resistência, fortalecendo vínculos de ancestralidade, identidade e comunidade.
Aconchego de casa
Sabrina Elizabeth Silva Collins é natural do Uruguai e integra o corpo de baila da comparsa. Segundo ela, a oficina de dança de candombe vai muito além de um espaço para aprender passos. “É uma oficina de história e de cultura, porque o candombe é um ritmo carregado de resistência.”
Ela conta que as oficineiras trazem bagagem e didática “lindas, que tornam o aprendizado muito especial”. “Será a segunda vez que terei a oportunidade de aprender com elas, e a expectativa é de que todas as pessoas que fazem ou se propõem a dançar candombe em Porto Alegre possam estar presentes, reconhecendo a importância da trajetória delas e bebendo da fonte.”
Collins vê a mesma importância na oficina de tambor: “não se trata apenas de aprender o toque, mas também de beber da fonte com um referente da tradicional família Silva, que carrega consigo gerações de saberes e história no candombe”.
De acordo com ela, o candombe, por ser um ritmo afro, ainda é alvo de diversos preconceitos. “Como toda cultura afro, o candombe muitas vezes sofre processos de apropriação ou apagamento, e por isso é fundamental garantir essa transmissão oral diretamente com suas referências. Esse é também o compromisso da Brasa: fortalecer a tradição e respeitar as raízes dessa expressão cultural incrível.”
“Para mim o candombe em Porto Alegre é um aconchego de casa de quem decidiu migrar há 13 anos para terras brasileiras.” acrescenta Collins.
Programação
Oficina de Toque de Tambor – Fundamentos Sur e Cuareim
Data: 06/09
Hora: 12h30
Local: Gal Bar e Arte – Rua João Alfredo, 425 – Porto Alegre (RS)
Oficinista: Manuel Silva – Terceira geração da família Silva, referência do candombe no Barrio Sur (Montevidéu). Foi jefe de cuerda da comparsa Lonjas de Cuareim, com participação premiada nos Desfiles de Llamadas, e já ministrou oficinas no Uruguai, Argentina, Estados Unidos e Brasil.
Oficina de Dança – Candombe Afro-Uruguaio
Data: 06/09
Hora: 16h
Local: Espaço N – Rua da República, 443 – Porto Alegre (RS)
Oficinistas:
Andreína Cabrera – Mais de 14 anos de experiência como dançarina, vedette e coordenadora coreográfica em comparsas como Lonjas de Cuareim, Fermina, Ubuntu e Yambo Kenia. Premiada como Melhor Vedette nas Llamadas de Durazno e Flores. Atualmente é vedette da comparsa Más que Lonjas.
Agustina Rodríguez – Mais de 12 anos de trajetória no Candombe, tanto na dança quanto na percussão. Cofundadora das comparsas La Tambora Candombe e Fermina Candombe, já integrou Lonjas de Cuareim e La Unicandó. Hoje é bailarina da comparsa Cuareim 1080.
Investimento:
1 oficina: R$ 60
2 oficinas: R$ 100
50% OFF (valor afirmativo) para pessoas negras e indígenas
Inscrições e informações: diretamente no Instagram da La Brasa Lunera