Composta por mais de 20 barcos, a Flotilha de Solidariedade Global Sumud , considerada a maior das esquadras para levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza desde o início do genocídio, em 2023, zarpou de Barcelona esta semana e tenta furar o bloqueio israelense ao território palestino. De uma das embarcações, o ativista argentino da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba) Movimentos Carlos Cascote diz que o mundo aceita a “criação de um campo de concentração a céu aberto”.
“Hoje, defender Gaza é defender a humanidade, não há dúvida disso”, disse ele ao Brasil de Fato. “Colocar o assunto em discussão é fundamental.”
Os barcos partiram da região espanhola da Catalunha na segunda-feira (1º), após terem a partida adiada pelo mau tempo, e vêm conquistando apoio ao longo do trajeto.
Cascote destacou que a saída de Barcelona foi comovente. “Mais de 100 mil pessoas se despedindo. Estivadores italianos disseram que, se puderem, vão bloquear barcos israelenses por toda a Europa.”
“São respostas que afirmam que a humanidade não aceita outro genocídio.”
Mobilização sindical
A Federação Mundial de Sindicatos (FSM) emitiu uma declaração de apoio à Flotilha de Solidariedade Global Sumud que, segundo ela, ocorre em um momento em que Israel está “transformando a fome em arma” e usando a “fome como tática de guerra”. A FSM observou que os estivadores de Gênova, na Itália, se juntaram à flotilha, com o apoio ativo do sindicato.
A FSM também afirmou que estivadores da Itália, da Grécia, da França e de outros grandes portos “se recusaram a carregar armas e equipamentos militares destinados a Israel”, sob as diretrizes de seus sindicatos.
Ativistas de toda parte
Entre os cerca de 500 integrantes da flotilha, estão 13 brasileiros e nomes como os da ativista sueca Greta Thunberg , da ex-prefeita de Barcelona Ada Colau e dos atores Susan Sarandon e Liam Cunningham.
Cascote afirma que, caso sejam abordados por militares israelenses, as delegações estão “fazendo todos os exercícios de não-violência e não-resistência”.
“Há protocolos distintos para diferentes abordagens possíveis dos israelenses. Estamos preparados para cada um deles”, explica.
Segundo a Freedom Flotilla Brasil e o Global Movement to Gaza Brasil, a intenção da ação é criar um corredor humanitário para o transporte de comida, água e medicamentos para o povo palestino. Eles pretendem também romper o controle israelense sobre Gaza.