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Evo Morales: ‘fui o primeiro índio a fechar bases militares… isso os EUA não perdoam’

Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, ex-presidente boliviano fala sobre eleições no país e campanha por voto nulo

08.set.2025 às 05h00
La Paz (Bolívia)
Igor Carvalho
Evo Morales: ‘fui o primeiro índio a fechar bases militares… isso os EUA não perdoam’

Evo Morales diante do quadro que retrata sua posse em 2006 como presidente da Bolívia - Foto: Igor Carvalho

Dois dias após protagonizar a eleição presidencial boliviana sem que fosse candidato, Evo Morales recebeu o Brasil de Fato em Lauca Eñe, uma pequena cidade na província de Cochabamba, a 600 quilômetros de La Paz, em uma região conhecida como Trópico, epicentro da produção cocaleira na Bolívia, de onde saíram os principais líderes sindicais do país. Entre eles, o próprio ex-presidente.

Após o fim do primeiro turno das eleições presidenciais, no dia 17 de agosto, a apuração revelou que 20% dos bolivianos votaram nulo ou não compareceram às urnas. O índice é um recorde na história do país e não há dúvida entre os analistas locais: Evo Morales é o responsável pela marca.

A Justiça boliviana entende que três mandatos presidenciais é o teto para qualquer político do país. Evo esperava que pudesse concorrer pela quarta vez em 2025, mas foi impedido e tem gritado ao mundo que foi vítima de um golpe articulado pelo seu sucessor e ex-aliado, o atual presidente Luís Arce.

Ambos travaram uma longa batalha pelo comando do Movimento ao Socialismo (MAS), maior partido do país, que sempre abrigou Evo Morales. O líder cocaleiro teve que sair da legenda e viu sucumbir suas chances de candidatura.

Nas últimas semanas da corrida eleitoral, Evo começou uma campanha pelo voto nulo, afirmando que o senador Andrónico Rodriguez, outro líder cocaleiro de Cochabamba, seu afiliado político, seria um traidor, e que Eduardo del Castillo, postulante à presidência pelo MAS, seria de direita.

Com o êxito do voto nulo, dois candidatos de direita foram ao segundo turno, que será disputado no dia 19 de outubro: Rodrigo Paz e Jorge “Tuto” Quiroga, ambos brancos e filhos de famílias ricas do país.

Para falar sobre a eleição presidencial e o futuro da Bolívia, Evo Morales recebeu o Brasil de Fato no prédio onde está isolado desde outubro de 2024, cercado e protegido por militantes camponeses e indígenas que ocupam todas as ruas que cercam o imóvel, em um longo acampamento, que impede que as forças policiais entrem no espaço e prenda o ex-presidente, que tem um mandado de prisão expedido contra si por tráfico de menores, crime que ele nega ter cometido.

Isolado no prédio de três andares, onde tem contato direto somente com duas assistentes, Evo se diz “solitário e solteiro aos 65 anos”. Durante o dia, o ex-presidente sai para conversar com os acampados, cuida de sua criação de peixes e da plantação de tangerinas, além do arrozal, e faz exercícios físicos em uma miniacademia improvisada no primeiro piso do imóvel.

Brasil de Fato: Presidente, acabei de passar aqui pelo acampamento. Atravessei algumas barricadas e vi muita gente protegendo este espaço, protegendo o senhor. Desde quando o senhor está aqui? E como é, para um ex-presidente, viver escondido em seu próprio país nesta condição?

Evo Morales: Primeiro, bem-vindo à Bolívia e obrigado pela entrevista. Durante o golpe de Estado, antes do Lucho (Luís Arce) assumir, passei quase um ano exilado. E com o Lucho, que elegemos como presidente, foi mais um ano confinado. Não há como te explicar. Não consigo entender como a ambição leva à traição. A ambição leva à traição, traição por ambição. É o que estamos vivendo aqui.

No dia 27 de outubro do ano passado, um dia depois do meu aniversário, quando vinha para meu programa de rádio de domingo, às 7 da manhã, houve um disparo. Policiais e militares estavam na porta da 9ª Divisão do Exército, a uns 10 km de Villa Tunari, com três helicópteros, numa operação militar e policial com membros estrangeiros. Um dos helicópteros era pilotado por um colombiano.

Automaticamente, o povo veio para cá e se concentrou aqui. Cada comunidade veio até a frente desta propriedade das federações e as pessoas se organizaram para fazer vigília. Depois de três dias eu disse: “Não, melhor eles me prenderem”. Mas o povo não quis, não aceitou. Veio novembro, dezembro, janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto… já são quase dez meses e isso me impressiona.

Três dias depois da vigília, eu disse: “Não, eu me entrego”. Você é do Brasil. Pensei em Lula. Quando saiu o mandado de prisão contra ele, o povo se concentrou na porta do sindicato e trabalhadores não deixaram levá-lo. Mas Lula decidiu se entregar e foi preso. Aqui, não quiseram me entregar. Pensei em fazer isso, mas não quiseram. Por esse esforço dos companheiros na vigília é que seguimos resistindo e que sigo aqui. Não fico só aqui dentro, eu vou a qualquer reunião no Trópico e eles (polícia) não se atrevem a entrar.

Estamos totalmente organizados aqui e a qualquer momento podemos nos mobilizar. Perto daqui, em Chimoré, havia uma base militar. Desde meus 24 ou 25 anos eu vi como a DEA [agência do governo dos EUA que atua no combate ao tráfico de drogas], os estadunidenses, vinham armados e nos atacavam, atiravam por terra e por ar, de helicóptero. No dia 27 de junho de 1988 houve 11 mortos em Villa Tunari. Eu não era o principal dirigente da federação, era secretário-geral da Central 2 de Agosto, que tinha 20 sindicatos. Eu vi pessoalmente, eram rajadas de tiros.

Isso os companheiros não esquecem. Aqui estamos novamente, unidos, bem unidos, sindicalmente, socialmente e politicamente. E diante da direita e dos militares, diante da bala, nos organizamos. É por isso que existem essas vigílias.

Brasil de Fato: Queria falar com o senhor sobre as acusações que o renderam uma condenação na justiça. O senhor já falou publicamente que não são verdadeiras, mas agora queria que explicasse ao Brasil o que significam as acusações de assédio sexual. Qual sua versão sobre a história?

Veja, primeiro, durante o golpe de Estado investigaram minha vida por um ano inteiro por corrupção e não encontraram nada. Pessoas que trabalhavam comigo, na Casa Grande del Pueblo (sede da presidência), me contaram que receberam instrução para encontrar corrupção do Evo, receberam instruções para montar um caso de corrupção, mas não conseguiram. Desde o golpe, em 2019, em Chimoré, a partir da base militar, me chamaram. O ministro de Governo, Arturo Murillo, que hoje está detido nos Estados Unidos, dizia: “Montem algo ligando-o ao narcotráfico”. Também não conseguiram, nem isso puderam inventar.

Em todo o ano de 2020 me investigaram e não encontraram nada. Pelo Código de Procedimento Penal, se não encontram nada, o caso é encerrado e não pode mais ser reaberto. No meu caso, não há vítima. Se não há vítima, não existe delito. Isso é uma norma universal.

A própria companheira (a jovem apontada como vítima) apresentou um memorial à polícia dizendo que não havia acusação, que não havia nada, que não houve tráfico de pessoas. Esse processo já deveria estar encerrado.

Brasil de Fato: A Bolívia saiu das urnas há dois dias com quase 20% de votos nulos, o maior índice da história do país. O senhor considera esse resultado uma vitória pessoal? Por que decidiu, nas últimas semanas da eleição, pedir aos bolivianos que anulassem seus votos?

Foram duas semanas de campanha pelo voto nulo e terminamos em terceiro. Isso nos surpreendeu. Se tivéssemos um mês, terminava em primeiro lugar. Tenho que reconhecer que o capitão [Edman] Lara [candidato a vice na chapa com Rodrigo Paz, que disputará o segundo turno] nos tirou uns 12%. Com isso, ficamos distantes da liderança. Esse movimento que dirijo continua sendo o maior da Bolívia e ele não está dividido. Essa é a prova definitiva.

Veja a última marcha, no dia 16 de maio deste ano, para acompanhar minha inscrição como candidato. Segundo o Atlas Eleitoral, participaram 3,6 milhões de pessoas. Sem a presença de outros candidatos. Isso mostra que o movimento político mais forte da história ainda existe.

Esse resultado foi um voto de castigo à velha direita e à nova direita. Infelizmente, estamos diante de um novo Lenín Moreno [ex-presidente do Equador, que foi vice de Rafael Correa e rompeu com o ‘correismo’ após assumir a presidência], pior que Lenín Moreno.

Em novembro do ano passado, Donald Trump venceu eleições nos Estados Unidos, e Luis Arce, presidente da Bolívia, escreveu no Twitter: “Fieis ao nosso firme e inquebrantável compromisso com a democracia, saudamos o povo estadunidense pela participação e felicitamos Donald Trump pela vitória”. Esse mesmo Trump aplaudiu minha saída em 2019, após a pressão do Exército golpista, por causa do lítio. Essa é a nova direita.

Portanto, o povo, no dia 17 de agosto, votou castigando tanto a velha direita quanto a nova direita. E estou mostrando: todas as pesquisas que me incluíam como candidato me colocavam em primeiro lugar, de longe. Então, nos roubaram a sigla. Consegui dois partidos, mas não quiseram habilitá-los. Houve uma denúncia de pagamento de US$ 200 mil para que o Tribunal Supremo Eleitoral retirasse a personalidade jurídica dos partidos que me ofereceram a candidatura. É perseguição não só contra candidatos, mas contra partidos inteiros.

Então, lançamos a campanha pelo voto nulo. O resultado está aí: nunca houve tanto voto nulo, ausência e voto branco. Antes, chegavam a 10%, 12%. Agora, 20%. Isso é histórico.

Brasil de Fato: Há uma parte da crítica que o culpa pela derrota da esquerda. Outra parte culpa Arce. Álvaro García Linera escreveu que um governo progressista não poderia perder as eleições e que Arce é responsável. Mas há quem diga que Evo colocou seus interesses pessoais acima da Bolívia e da esquerda. O senhor sente o peso dessa derrota da esquerda?

Quando retornei da Argentina, em 11 de novembro de 2020, tive reunião com a direção das seis federações, mais prefeitos aqui da região de Cochabamba. Eu disse “não sou o presidente, consultem as suas bases, para que digam se eu devo continuar como dirigente sindical ou como dirigente político”. No dia 28 de dezembro de 2020 decidiram que eu deveria seguir como candidato à presidência.

Porém, Lucho queria manejar isso, ele ficou todo atrapalhado. Quando voltei, houve uma reunião com ele, com o movimento camponês e com a direção nacional do MAS. Eu disse: a candidatura à presidência deve ser definida no último ano de gestão de Arce. Eu disse que se o Lucho fizesse uma boa gestão, deveria ser ratificado. Eu não estava desesperado, tenho uma boa história, muita história.

Me ofereceram uma vaga no Senado, a vice-presidência e eu disse não. Estou aqui para concluir a obra que iniciei em 2005. O país está pior agora do que quando assumi, em 2005. Sempre havia salário pago com crédito, pagamos décimo terceiro e nunca faltava combustível. Resolvi o deficit fiscal com austeridade. Como deputado, eu ganhava 25 mil bolivianos e o presidente 40 mil bolivianos. Como presidente, reduzi para 15 mil. Eu levantei o país sem crédito, com apoio solidário de outros países, mas sem aumentar impostos. Acabei com gastos pessoais, como viagens.

Agora, novamente, estou preparado com minha equipe técnica para resolver o deficit fiscal, que é o problema de fundo. A crise econômica é resultado da guinada à direita. Me afastei do Lucho porque ele governa com a direita. Como no caso de Lenín Moreno com Correa: lá, Moreno perseguiu Correa. Mas Lenín não mandou fuzilar Correa. Aqui, querem me fuzilar e ninguém foi preso.

Estou preparado para resolver, como em 2005 e 2006, sem emissão monetária, sem aumentar impostos e sem endividar a Bolívia. Por trás de tudo, inclusive do golpe de Estado, está o tema do lítio. Eles sabem que se eu fosse candidato teria ganhado com 60% dos votos.

Brasil de Fato: A esquerda boliviana está unida?

Claro.

Brasil de Fato: Quem é a esquerda boliviana hoje?

Nós, Evo é a esquerda. Não é o MAS, roubaram nosso partido. Nos tiraram a sigla, mas não os militantes.

Na sala que ocupa no terceiro andar de um prédio em Lauca Eñe, Evo mantém um quadro do encontro com os ex-presidentes Hugo Chavez (Venezuela) e Fidel Castro (Cuba) | Foto: Igor Carvalho

Brasil de Fato: A esquerda boliviana será posta à prova no próximo período, diante do avanço da direita e de um governo de direita. O MAS praticamente desapareceu no parlamento e suas principais lideranças estão divididas. Como resistirá a esquerda boliviana? Há forças para construir unidade?

Estou mostrando as pesquisas: sem Evo, candidatos do governo aparecem com 14%, 11%. Com Evo, eu apareço com 42%, 45%. Isso prova que o movimento está vivo. O problema é que não nos deixam participar. Sabem que, se eu concorrer, ganhamos.

Brasil de Fato: Existe expectativa de que a direita pressione pela sua prisão e inabilitação política. O senhor acredita que a decisão da Corte Suprema pode ser revertida?

Isso aconteceu em toda a América Latina. A Dilma sofreu um golpe parlamentar. A Cristina Kirchner foi perseguida judicialmente e agora condenada. O Rafael Correa foi perseguido no Equador. Querem fazer o mesmo comigo, mas não podem.

O que acontece aqui no Trópico (região de Cochabamba) é histórico. Os sindicatos, as comunidades, todos se organizam em vigília. Cada sindicato tem 30, 40, 50 filiados. Revezam em turnos de 24 horas para garantir a minha segurança. Automaticamente se organizaram.

Nos primeiros dias, drones e aviões sobrevoaram nossa região, mas não se atreveram a entrar. Não é que eu esteja escondido, eu saio por aqui, Trópico. Mas não posso ir a La Paz, não posso ir a Santa Cruz. Esse é meu problema. Aqui não entram, porque sabem que estamos organizados.

Lembre-se: fui o primeiro índio a fechar bases militares, a expulsar os gringos, a nacionalizar recursos estratégicos. Isso, os Estados Unidos não perdoam. Afetamos a segurança global deles.

Brasil de Fato: O senhor tem 65 anos. É jovem ainda…

Me dizem que tenho de 30 a 40 anos, por favor (risos).

Brasil de Fato: Como imagina a sua vida daqui em diante, nos próximos anos?

Dizem “Evo vai escapar para Cuba, Venezuela”. Quero dizer aqui, não vou escapar. Vamos colocar um plano de resistência, para cuidar, para defender o que avançamos, os bônus, programas sociais, não vamos defender as empresas não nacionalizadas, porque estão planejando privatizar a luz outra vez, telefones, hidrocarbonetos, vamos nos defender e temos um plano de resistência. Só peço que não atentem contra a nossa vida.

Pessoalmente vou trabalhar, sou trabalhador, vivo do pescado, tenho laranjais. Sou um pequeno produtor, faço o suficiente para comer e um pouco mais, para dar e vender a um pequeno arrozeiro. Sou um trabalhador, venho daí e voltarei aí.

Brasil de Fato: Brasil, Chile e Colômbia, liderados por governos progressistas, neste momento não se manifestaram sobre o processo eleitoral boliviano. Como é hoje sua relação com esses países, em especial com Lula, Boric e com Petro?

Seis presidentes se manifestaram (sobre a candidatura de Evo), Petro, Maduro, a Claudia do México, o Ortega de Honduras, menos Lula. Bom, seu direito. É uma perseguição política total. Repito, pela segunda vez, Arce é pior que Lenín Moreno.

E aqui, onde está o Foro de São Paulo? Bom, entendo quando me dizem que não queria ter esses problemas diplomáticos com governo de Arce. Eu sou da linha de Fidel Castro e de Hugo Chávez, dois grandes libertadores. A luta no planeta Terra é império contra povo. O povo resiste, derrotamos o império aqui e vamos seguir derrotando eles aqui. Essa é minha experiência.

Brasil de Fato: E Venezuela, país que, sob seu governo, sempre esteve muito perto da Bolívia, como vai sua relação com Nicolás Maduro?

Excelente. Maduro mandou três deputados de movimentos sociais para a Bolívia. Petro me mandou um congressista. Honduras me mandou a um evento internacional. O Ortega disse que ia mandar, não chegou. Bom, entendo perfeitamente. Entendo.

Brasil de Fato: No Brasil, o presidente Lula tem defendido a desdolarização do comércio entre países que não negociam com os Estados Unidos, especialmente no sul global. Qual é sua posição sobre a desdolarização dos comércios?

Eu compartilho dessa opinião. Estados Unidos já não é uma potência econômica, embora siga sendo uma potência militar. Eles comandam a OTAN, que parece um ministério, parece o Ministério da Defesa dos Estados Unidos. Não fosse a OTAN os EUA não existiriam. Com a Guerra Fria, os EUA não queriam que houvesse governos de tendência progressista, humanista e anti-imperialista.

Tentaram guerra contra o terrorismo. Mas veja, todos nós de movimentos populares somos terroristas para eles. Você está falando, então, com um ex-presidente terrorista. Eles colocam na cabeça e imaginam que são enviados por Deus, imagine. Pensam que são enviados por Deus para serem donos do mundo. Então, passam a roubar recursos naturais, instalar bases militares pelo mundo, financiar golpes de Estado e questionando a democracia em outros países. Que democracia existe nos EUA? Aqui, nós derrotamos isso e esse é o meu crime.

Brasil de Fato: O senhor deve estar acompanhando pela imprensa, a imposição de tarifas do governo Trump aos países. Como vê este cenário?

Os EUA usam a taxação como plano de guerra, como instrumento de dominação, mas essas ferramentas do império estão se esgotando. Ainda bem. Veja, precisamos atacar esses instrumentos de dominação e caminhar para a desmilitarização mundial.

Temos uma proposta que é tirar a sede da ONU de Nova Iorque, temos que ir para lá todos os anos. Não é assim. O que os EUA exportam para o mundo? Balas, guerras e armas. Eu quero uma sede da ONU no Brasil, no México, na China, na Rússia ou na África.

Brasil de Fato: Teremos agora um governo de direita na Bolívia. Como passou no Brasil, na Argentina, no Equador, haverá um processo que a Bolívia enfrentará de destruição das conquistas sociais. O que o senhor acredita que foi construído pelos seus governos que não será destruído pela oposição?

Quem ganhar, ganhará com 30% dos votos e terá 70% do país contra ele. Com quem vão pactuar para governar? Somos maioria. Acha que será fácil governar com tanta gente contra? Eu ganhei com 55%, governei por 14 anos. Fui vítima de um golpe e deveria ter concorrido novamente.

Este Estado colonial está unido contra os indígenas. Não é um ataque somente contra o Evo, é contra o povo humilde e precisamos nos unir. O povo necessita do Estado para combater o capitalismo. Tudo que é produzido pelo capitalismo é para matar o planeta e acabar os movimentos populares. Mas o nosso maior legado é a unidade, somente com unidade derrotaremos o império.

Editado por: Felipe Mendes
Tags: bolíviaentrevistaevo moralesexclusiva
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