O tradicional Grito dos Excluídos e das Excluídas saiu às ruas do centro do Rio de Janeiro no último domingo (7), em paralelo ao desfile cívico-militar. Este ano, a marcha dos movimentos populares em sua 31º edição teve como lema “7 de Setembro do Povo – quem manda no Brasil é o povo brasileiro” e contou com a presença de centrais sindicais e lideranças políticas.
A defesa da soberania nacional frente ao tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi o tema principal, mas outras pautas também marcaram os atos em todo país. Tiveram destaque no Rio os pedidos de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está sendo julgado por tentativa de golpe de Estado, e contra o projeto de anistia aos acusados de atos antidemocráticos.
A deputada federal Benedita da Silva (PT) ressaltou a necessidade de fortalecer a presença do campo político progressista no Congresso Nacional nas eleições de 2026. “Nós estamos demonstrando que é importante termos aqui a unidade da esquerda, os movimentos sociais e também os democráticos independentes que defendem a soberania do Brasil. Temos que renovar esse Congresso marcado pelo fascismo, machismo, racismo e homofobia”, afirmou.
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Líder do Partido dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa (Alerj), Marina do MST defendeu a reforma agrária e criticou o papel do agronegócio como força de desestabilização da democracia. A deputada também homenageou o cineasta Silvio Tendler, que morreu aos 75 anos na última sexta-feira (5).
“É muito importante que o Grito dos Excluídos faça a denúncia do agronegócio golpista no Brasil e defenda a bandeira da reforma agrária como forma de produzir alimentos e combater a fome, garantindo comida para todo o povo brasileiro”, afirmou Marina.
Bolsonaro réu
Jandira Feghali (PCdoB), deputada federal, destacou que o julgamento de Bolsonaro e militares golpistas na ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado no Brasil é um marco para a história do país.
“Pela primeira vez na história do Brasil, militares de alta patente começam a ser punidos por participação em ataques contra a democracia. Esse é um marco fundamental para mostrar que ninguém está acima da lei”, disse no ato.
Já o deputado federal Henrique Vieira (Psol) relembrou a memória da ditadura militar. “Eu lembro agora daqueles e daquelas que lutaram, que tombaram, que foram torturados e torturadas na ditadura militar, que deram seu suor, seus corpos e seu sangue para nós resgatarmos a democracia nesse país. Por estas pessoas, por toda a luta histórica, estamos vivendo uma semana muito importante”, declarou.
Também estiveram em pauta durante o Grito dos Excluídos e Excluídas no Rio a reivindicação por direitos sociais, preservação de empresas públicas, a regulamentação de setores econômicos e a solidariedade ao povo palestino.
Após o desfile oficial de Sete de Setembro com integrantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, a mobilização popular seguiu em marcha pela Avenida Presidente Vargas e se encerrou na Praça Mauá.