Com transparente incômodo durante o julgamento da ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado no Brasil, nesta terça-feira (9), o ministro da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, protagonizou uma discussão constrangedora, envolvendo o relator, Alexandre de Moraes, e o ministro Flávio Dino.
Tudo começou quando Dino solicitou, em tom de brincadeira, um aparte a Moraes, para comentar um trecho do voto. “Eu percebo que Vossa Excelência quer beber água e por isso farei dois comentários”, brincou Dino, passando a discorrer sobre o tema.
Logo em seguida, Fux tomou a palavra. “Senhor presidente, conforme nós combinamos naquela sala aqui do lado, os ministros votariam direto, sem intervenções de outros colegas. Muito embora foi muito própria essa intervenção do ministro Flávio Dino, mas eu gostaria de cumprir aquilo que nós combinamos no momento em que eu votar”, protestou.
“É que nesse caso houve autorização do relator”, respondeu Cristiano Zanin, o presidente a Primeira Turma.
“É, mas eu não vou conceder conforme nós combinamos lá na sala, porque o voto é muito extenso, a gente perde o fio da meada, principalmente quando, eventualmente, a gente apresenta uma certa discordância”, retrucou Fux, sendo interrompido por Moraes.
“Mas esse aparte foi pedido a mim, não a Vossa Excelência”, disse o relator, dirigindo-se a Fux, sendo seguido por Flávio Dino, que arrematou a debate.
“Eu o tranquilizo, ministro Fux, que eu não pedirei [aparte] de Vossa Excelência. Pode dormir em paz”, afirmou o magistrado, encerrando a discussão.