Um trem da Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo (Luz/Vila Sônia), que é privatizada, descarrilou na manhã desta terça-feira (9) e a articulação do último carro da composição se partiu, deixando o vagão separado do resto do trem. Segundo a concessionária Via Quatro, que administra a linha, não houve feridos.
A composição da Linha 4-amarela trafegava no sentido Luz, entre as estações Vila Sônia e Morumbi, por volta das 10h da manhã. A operação da linha está interrompida entre as estações Paulista e Morumbi, com ônibus do Plano de Apoio entre Empresas de Transporte em Situações de Emergência (PAESE) operando no trecho.
A Via Quatro ainda não informou o prazo para regularização do funcionamento da Linha 4-amarela. Entre as estações Luz e Paulista, a operação segue normal.
O problema, porém, afeta outras linhas integradas com a Linha 4-Amarela, como a Linha 3-Vermelha (Palmeiras-Barra Funda/Corinthians-Itaquera), do Metrô estatal, e 9-Esmeralda (Varginha/Osasco), operada pela ViaMobilidade.
O caso ainda será investigado para determinar a causa do descarrilamento, mas para Alex Santana, vice-presidente da Federação Nacional dos Metroferroviários (Fenametro) o caso é grave e expõe os riscos da privatização do Metrô. Na avaliação dele, a falta de um operador é um risco aumentado, já que uma pessoa poderia ver que o trilho está com problemas, por exemplo.
“Apesar de não haver feridos, as imagens mostram o rompimento do trem e até trilhos abaulados, o que levanta dúvida se houve falha de manutenção privada como causa ou consequência do acidente. A ausência de operador na cabine, treinado para monitorar a via e os equipamentos, também deve ser questionada, pois poderia ter evitado o pior”, aponta.
Santana ressalta que a população tem direito a uma apuração profunda e transparente, para que se conheça a causa concreta do descarrilamento na Linha 4-Amarela. E que o próprio modelo de concessão deve ser questionado.
“O que se vê é que, em apenas 15 anos de operação, a ‘linha modelo’ já apresenta desgaste grave e superlotação, evidenciando que a lógica da concessão não prioriza a segurança, mas o lucro. Isso mostra o que pode se repetir se outras linhas forem entregues à iniciativa privada”, afirma.