Na manhã deste sábado (13), organizações solidárias à causa palestina realizaram um ato em frente à Embaixada de Israel, em Brasília, em apoio à Flotilha Global Sumud para Gaza (GSF). A manifestação teve início às 10h e reuniu dezenas de pessoas que denunciaram o bloqueio marítimo imposto por Israel à Faixa de Gaza e expressaram solidariedade à missão humanitária que navega pelo Mediterrâneo.
A palestina Muna Muhammad Odeh, que reside no Brasil desde 1992 e é professora da Universidade de Brasília (UnB), descreveu três crimes cometidos por Israel: limpeza étnica (com histórico desde 1948, incluindo deslocamento forçado sob a falsa alegação de saídas voluntárias), crimes de punição coletiva (bombardeios diários em Gaza para inviabilizar a vida), e fome.
“A limpeza étnica, a aniquilação do povo palestino, o seu deslocamento forçado, essa propaganda mentirosa de saídas voluntárias é linguagem do imperialismo e conhecemos muito bem. Aqui na América Latina, entendemos muito bem essa linguagem colonial que desloca, que mata, que tira as fontes de vida e de dignidade do ser humano”, destacou a palestina, que é diretora do Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes).

A luta do povo palestino contra o genocídio também foi um dos destaques durante a manifestação. “A nossa unidade, a nossa luta é o único caminho e o povo palestino nos ensina o exemplo que é resistir. Viva a luta do povo palestino”, enfatizou Pedro Batista, membro do Comitê Antiimperialista General Abreu e Lima.
“Todas essas mobilizações são fundamentais para chegar toda a ajuda humanitária, alimentos, medicamentos que estão sendo levadas pela Flotilha, que é a maior missão humanitária marítima, com dezenas de barcos, milhares de ativistas do mundo todo, centenas que estão lá nesse momento tentando romper o cerco humanitário criminoso feito pelo Estado de Israel e financiado por vários governos e estados do mundo inteiro. Por isso, é fundamental que aqui no Brasil a gente diga: pela ruptura imediata de todas as relações comerciais entre Brasil e Israel”, destacou Luiza Dovi integrante do Faísca Revolucionária.
Durante a manifestação, foram entoadas palavras de ordem em defesa do povo palestino, pediram o fim da ocupação israelense e exigiram o respeito ao direito internacional.
Flotilha
A Flotilha Global Sumud é composta por mais de 20 embarcações e conta com delegações de 44 países, entre eles o Brasil. O objetivo é furar simbolicamente o bloqueio ilegal mantido por Israel sobre Gaza e levar ajuda humanitária à população palestina. Participam da missão cerca de 20 ativistas brasileiros, incluindo o ativista Thiago Ávila, o sindicalista Bruno Gilga Rocha, a vereadora de Campinas Mariana Conti (Psol), o coordenador do Fórum Latino Palestino Mohamad El Kadri, a educadora Carina Faggiani e a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).
Membros da flotilha de ativistas e ajuda humanitária para Gaza afirmaram que mais um de seus barcos foi atacado na noite de terça-feira (9) perto da Tunísia. A suspeita é de um ataque com drone, um dia após denúncia de um incidente similar. O primeiro ataque a uma das embarcações foi registrado na segunda-feira (8), um dos barcos foi atingido por um drone em águas tunisianas.
*Com informações de Sue Anne Cursino