Com palavras de ordem racistas e cartazes contra imigrantes e refugiados, a extrema direita foi às ruas de Londres neste sábado (13) em uma marcha convocada pelo ultradireitista Tommy Robinson. A manifestação, que reuniu mais de 100 mil pessoas, contou com pedidos de renúncia do primeiro-ministro trabalhista Keir Starmer, além da defesa por políticas mais duras contra migrantes.
Em publicação nas redes sociais, a polícia de Londres denunciou agressões cometidas durante o ato, classificando como “violência inaceitável” o comportamento de parte dos participantes. Garrafas, sinalizadores e outros artefatos foram arremessados contra as forças de segurança, que mobilizaram mais de mil agentes para conter a marcha. Nove pessoas foram detidas.
Em paralelo, organizações antifascistas e de solidariedade aos imigrantes convocaram uma contramanifestação em Londres. O ato buscou denunciar o caráter racista e xenófobo da mobilização da extrema direita. “É a extrema direita que torna este país perigoso, não os refugiados”, afirmou a militante da organização Stand Up To Racism Samira Ali durante o protesto.
“Quando me sinto mais insegura é quando tenho de ficar à porta de hotéis de refugiados com a extrema-direita a gritar abusos racistas e sexistas contra mim”, discursou.
O protesto encerrou um verão marcado por mobilizações diante de hotéis que abrigam solicitantes de asilo no Reino Unido, transformados em alvo de campanhas racistas amplamente difundidas nas redes sociais pela extrema direita. “A maioria silenciosa deixará de ser silenciosa”, afirmou Robinson em seu discurso, no qual prometeu o início de uma “revolução cultural”.
O agitador da extrema direita, cujo nome verdadeiro é Stephen Yaxley-Lennon, tem 42 anos e fundou o grupo English Defence League, ligado a movimentos hooligans. Conhecido por posições anti-imigração e anti-islâmicas, ele já foi condenado diversas vezes por perturbar a ordem pública e difamação contra refugiados.
Além de Robinson, participaram do ato outras figuras da ultradireita, como Steve Bannon, ex-conselheiro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os organizadores também exibiram imagens e símbolos de influenciadores conservadores, entre eles Charlie Kirk, líder da juventude trumpista assassinado nesta semana nos Estados Unidos.
Com AFP