O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, defendeu nesta segunda-feira (15) a proibição de atletas israelenses em competições esportivas internacionais. Em declarações um dia após manifestantes pró-palestinos em Madri terem forçado o abandono da etapa final da prestigiada prova de ciclismo Vuelta a España, Sánchez afirmou que as equipes israelenses deveriam enfrentar uma proibição semelhante à enfrentada pelos atletas russos após a invasão da Ucrânia por Moscou.
“Nossa posição é clara e categórica: enquanto a barbárie persistir, nem a Rússia, nem Israel devem participar de qualquer competição internacional”, disse Sánchez, reiterando sua “profunda admiração” pelos manifestantes em Madri que se opuseram à presença da equipe de ciclismo Israel-Premier Tech na corrida.
Na véspera, a última etapa da Volta, um dos eventos esportivos mais importantes do país, acabou tendo que ser suspensa antes do final, apesar do reforço das medidas de segurança implantadas na capital. Milhares de pessoas, cem mil segundo a delegação do governo em Madri, invadiram o percurso com bandeiras e faixas para denunciar o genocídio sionista em Gaza, obrigando a etapa a ser finalizada antes do tempo e impedindo também a realização da entrega de troféus como estava prevista.
“O governo permitiu e induziu a não finalização da Volta, e desta forma, um ridículo internacional televisionado em todo o mundo”, criticou no domingo Alberto Núñez Feijóo, líder do opositor Partido Popular (direita), em sua conta no X.
Prêmio Emmy
Estrelas da televisão se reuniram em Los Angeles na noite de domingo (14) para a 77ª edição do Emmy Awards, a principal premiação da televisão e o genocídio em Gaza foi notícia.
Em um momento de fortes tensões nos Estados Unidos, e poucos dias depois da morte do ativista de direita Charlie Kirk, que foi assassino a tiros, a política se infiltrou no glamour da noite. Hannah Einbinder, melhor atriz coadjuvante em série de comédia por “Hacks”, utilizou o seu discurso para fazer uma breve declaração ao time de futebol americano Philadelphia Eagles, às operações migratórias do ICE — Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos EUA — e denunciar o genocídio em Gaza.
“Vamos, Birds, f* o ICE e Palestina livre”, afirmou.

O ator espanhol Javier Bardem usou um keffiyeh em apoio aos palestinos. No tapete vermelho, ele disse à AFP que esta era uma forma de boicotar aqueles que ele acredita que apoiam Israel em sua guerra em Gaza.
“Estamos mirando as empresas de cinema e as instituições cinematográficas que são cúmplices e estão relacionadas com a lavagem de imagem ou a justificativa do genocídio em Gaza e de Israel, e seu regime de apartheid”, afirmou.