Com foco na prevenção, os valores de medição da hipertensão no Brasil mudaram. A ideia é identificar o problema antes do agravamento e evitar o desenvolvimento da doença. O resultado popularmente conhecido como 12 por 8 (120/80 mmHg), visto como um padrão de saúde ideal, passou a ser considerado um sinal de alerta.
A Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial de 2025, documento que orienta profissionais da cardiologia nacional, reclassificou este valor. Com a revisão, a medida de 120/80 mmHg foi categorizada como pré-hipertensão. Isso significa que pessoas nessa condição devem buscar mudanças nos hábitos para prevenção.
Independentemente do estágio, o tratamento da pressão arterial inclui intervenções não medicamentosas, que não envolvem o uso de remédios. Na lista estão uma dieta saudável, controle do peso e prática regular de atividade física.
A nova faixa de risco incorpora valores que na diretriz anterior (de 2020) eram considerados como pressão arterial normal. Agora, as leituras de Pressão Arterial Sistólica (PAS) entre 120 e 129 mmHg ou Pressão Arterial Diastólica (PAD) entre 80 e 84 mmHg, que antes eram tidas como saudáveis, passam a integrar o grupo de pré-risco.
Com isso, a categoria de pré-hipertensão passa a abranger valores de PAS entre 120 e 139 mmHg e/ou PAD entre 80 e 89 mmHg. O principal objetivo desta alteração é permitir a identificação rápida e precoce de pessoas que possuem potencial elevado para desenvolver hipertensão.
Para que o diagnóstico de hipertensão arterial seja validado, a medição precisa atingir ou ultrapassar 130 por 80 mmHg e a condição deve ser confirmada por pelo menos duas medições seguidas.
Vale ressaltar que há uma exceção importante para pacientes que já têm doenças cardiovasculares estabelecidas. Nesses casos a pressão de 12 por 8 já é suficiente para confirmar a hipertensão. Ou seja, não há necessidade de medidas adicionais para fechar o diagnóstico.