A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) homenageia nesta sexta-feira (19) os 80 anos da vitória chinesa sobre o fascismo japonês na Segunda Guerra Mundial. A Sessão Solene 80º Aniversário da Vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra agressão japonesa ocorre a partir das 20h com transmissão ao vivo pelo YouTube.
O Japão ocupou a China de 1931 até o final do conflito global em 1945, deixando cerca de 20 milhões de mortos entre os chineses. A resistência do país foi considerada fundamental para o esforço aliado no Pacífico e a vitória sobre o eixo nazi-fascista. A participação chinesa na Segunda Guerra Mundial permanece pouco conhecida no Ocidente, apesar do número alto de mortos.
Em entrevista ao podcast O Estrangeiro, da Rádio Brasil de Fato, o analista geopolítico Marco Fernandes aponta duas razões para esse apagamento. “Primeiro porque vidas chinesas não importam para o Ocidente. E segundo, porque não teve filmes de Hollywood contando a história da resistência chinesa ao fascismo japonês. Simples assim. Fomos educados por Hollywood, são gerações e gerações”, afirma.
As forças japonesas praticaram massacres sistemáticos contra civis, estupros em massa e experimentos biológicos e químicos desumanos, além de provocar fome generalizada e surtos de doenças. A agressão japonesa foi oficialmente iniciada em 1931, com o Incidente de Mukden (ler mais abaixo). Mas o Incidente da Ponte Lugou (chamada Ponte Marco Polo no Ocidente), em 7 de julho de 1937, representou a escalada da agressão japonesa na China. O conflito aconteceu em Wanping, na região metropolitana de Pequim.
Em poucas semanas, Pequim – que ainda não era a capital chinesa–, foi tomada pelos japoneses que partiram para Xangai. A Batalha de Xangai durou três meses, a China teve mais de 250 mil baixas e o Japão, 40 mil.
Além de estupros e o uso de armas biológicas, “matar tudo”, “queimar tudo” e “saquear tudo” foi a estratégia implementada pelo Japão na China diante da crescente resistência de guerrilha comunista. O objetivo de “matar tudo” visava principalmente o Partido Comunista da China (PCCh), que ganhava cada vez mais apoio da população rural.
A estratégia era terrorista, para causar temor na população chinesa e dissuadir sua participação na resistência. Os saques eram para manter as tropas mas também para provocar a fome e escassez debilitando o povo. Mas o plano teve o resultado oposto, fortalecendo o apoio do povo aos comunistas.