A Flotilha Global Sumud, uma missão humanitária a caminho de Gaza para romper o bloqueio israelense de quase duas décadas à ajuda humanitária, relatou neste domingo (21/09) a presença de vários drones sobrevoando as embarcações. A organização indicou que ainda desconhece a origem dos dispositivos voadores.
O alerta da Flotilha Global Sumud é motivo de preocupação, pois eles já foram vítimas de ataques de drones, que tendem a se intensificar à medida que se aproximam do enclave palestino. Voluntários afirmam que os drones estão rastreando e se aproximando da frota.
“Vários drones, cuja origem ainda é desconhecida, foram avistados próximos e seguindo a frota. Esse aumento repentino na atividade aérea levantou preocupações”, relataram membros da Flotilha Global Sumud em suas contas nas redes sociais.
“Nossas equipes estão monitorando de perto a situação, priorizando a segurança de todos a bordo e coordenando com seus parceiros para documentar e avaliar esses eventos”, anunciaram no mesmo comunicado.
No início de setembro, um drone atacou o navio líder da Flotilha Global Sumud nas primeiras horas da manhã, causando um incêndio no convés. A extensão dos danos não foi grave, segundo fontes da organização, mas causou atrasos na partida de toda a frota de Túnis.
O protocolo de segurança estabelecido exige que os membros da tripulação estejam “todos reunidos no convés superior de um navio da Flotilha com coletes salva-vidas, contagem de pessoas e pontos de encontro designados”.
Os voluntários foram instruídos sobre como levantar a mão caso soldados israelenses interceptassem o barco, abordassem e os detivessem. O objetivo é agir de forma não violenta, de acordo com sua missão.
O cerco psicológico de Israel à Flotilha Sumud se intensifica poucos dias após sua chegada a Gaza
Enquanto o apoio à flotilha e a incerteza sobre se ela atingirá seu objetivo estão crescendo, o mesmo acontece com as ameaças aos voluntários do governo israelense e a desinformação usada para criar consenso internacional em torno de ataques à missão.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel descreveu recentemente a frota como uma “flotilha jihadista” e afirmou que ela tem laços com o Hamas, sem oferecer nenhuma evidência para essa afirmação.
A declaração ocorre após a ameaça emitida no início deste mês, quando a flotilha partiu da Espanha, e o ministro da Segurança Nacional israelense, Itamar Ben-Gvir, anunciou que eles seriam considerados “terroristas” e presos assim que se aproximassem de Gaza.
Saif Abukeshek, membro do comitê diretor da flotilha, afirmou que tais acusações são táticas de guerra psicológica, acrescentando que “propaganda é uma estratégia antiga”, mas eles conhecem os riscos e estão dispostos a enfrentá-los para cumprir a missão. Ele afirmou que não permitem que esses anúncios os intimidem.
Tradução: Opera Mundi.