O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou nesta segunda-feira (22) o reconhecimento oficial da Palestina como Estado. A declaração foi feita durante uma conferência nas Nações Unidas, realizada na véspera da abertura da Assembleia Geral, para discutir soluções para o conflito no Oriente Médio. O mandatário disse que nada mais justifica os ataques israelenses em Gaza.
“Fiel ao compromisso histórico do meu país com o Oriente Médio, a França reconhece hoje o Estado da Palestina. Chegou a hora de reconhecer um Estado palestino amigo e vizinho, e de expulsar a face feia do terrorismo dessas terras”, disse.
Macron afirmou que esse reconhecimento representa uma “derrota” ao Hamas na disputa com Israel e que o posicionamento francês permite uma abertura para negociações na região.
“A França nunca falhou com Israel quando sua segurança está em jogo. Este reconhecimento do Estado Palestino é uma derrota para o Hamas, assim como para os antissemitas e antissionistas. Este reconhecimento abre caminho para negociações úteis. Ele carrega a ambição de quebrar o ciclo de violência”, afirmou
O mandatário condicionou a abertura de uma embaixada na Palestina à libertação de 48 reféns israelenses. Ele também pediu que os países árabes e muçulmanos mantenham o “compromisso de reconhecer o Estado de Israel” e que Tel Aviv não faça mais nada para dificultar as negociações. Macron defendeu que a Palestina tenha uma administração com o “monopólio da segurança em Gaza”.
A Autoridade Palestina celebrou a declaração do presidente francês. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores palestino afirmou que a decisão era “histórica e corajosa”.
“O reconhecimento pela República da França do Estado da Palestina está apoiado no direito internacional e nas resoluções das Nações Unidas. Apoiamos assim os esforços feitos para alcançar a paz e implementar a solução de dois Estados. Esse é um papel pioneiro desempenhado pela França e pelo presidente Macron em encorajar muitos Estados a prosseguir com o mesmo reconhecimento”, afirma o texto.
A França defendia a solução de dois estados para o conflito entre Palestina e Israel, mas não havia reconhecido de maneira oficial o Estado palestino. O próprio parlamento francês já havia aprovado, em 2014, um pedido para o reconhecimento da Palestina. Agora, Macron reconhece de maneira oficial.
Além da França, Reino Unido, Austrália, Portugal e Canadá também reconheceram neste domingo (21) o território palestino.